Reviravolta? Maicol Antonio Sales do Santos, suspeito pela morte da jovem Vitória Regina de Souza, alega ter sido coagido pela polícia a confessar o crime.
Ele gravou um áudio dizendo que policiais ameaçaram prender sua mãe, esposa e outros familiares caso não colaborasse.
O áudio em questão, enviado para seus advogados e divulgado pelo G1, tem cerca de dez minutos e pode ser usado para pedir a anulação da confissão.
A defesa questiona a ausência de comunicação durante o interrogatório e a realização de um exame psiquiátrico sem autorização judicial. Eles alegam que a medida é ilegal e arbitrária, citando o artigo 149, parágrafo 1°, do Código de Processo Penal.
“Por volta de dez horas [22h], eles me chamaram lá em cima, na sala lá em cima e falaram que ia, que o delegado ia me f*der… de qualquer jeito. De qualquer jeito ele ia me f*der. Aí pegou, falou que ia colocar a minha mãe, falou que ia… colocasse minha mãe.. o… a, na cena do crime”, disse no áudio.
“Falou que ia colocar minha esposa, ia colocar minha família toda, se eu não ajudasse, se eu não cooperasse, ele ia colocar minha família toda. Aí eu peguei e inventei uma história e falei que fui eu para eles me livrar, livrar minha família”, completou.
+ ouça:
O crime
Apesar das alegações da defesa, a Polícia Civil de São Paulo confirmou a confissão de Maicol. O delegado Luiz Carlos do Carmo afirmou em coletiva de imprensa que ficou “muito claro que ele era obcecado pela vítima”.
Quando confessou o crime, Maicol falou que matou a vítima de 17 anos porque ela queria contar a esposa dele que os dois haviam tido um caso no passado. Disse ainda que agiu sozinho, na madrugada do dia 27 de fevereiro, em Cajamar, na Grande São Paulo.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota, que o depoimento foi legal e que a confissão do suspeito em vídeo foi gravada na presença de uma advogada chamada pelos policiais.
+ Polícia Civil vai fazer reconstituição do crime
“A Polícia Civil solicitou ao IML [Instituto Médico Legal] a reconstituição do crime para esclarecer todas as circunstâncias em que ele ocorreu. O principal suspeito segue preso temporariamente após confessar a autoria do homicídio e as investigações prosseguem pela Delegacia de Cajamar para a conclusão do inquérito policial. A Polícia Civil ressalta que todos os procedimentos adotados no caso, inclusive o depoimento do suspeito, obedeceram estritamente o Código de Processo Penal”, diz o comunicado da pasta da Segurança.
