São Paulo. A defesa de Cintia Chagas, influenciadora e ex-esposa do deputado Estadual por São Paulo, Lucas Bove (PL), pediu à Justiça prisão preventiva do parlamentar. A solicitação foi formalizada no último dia 17. Bove é acusado de violência doméstica e psicológica pela ex-companheira e foi eleito para a Assembleia paulista em 2022 com 130.415 votos.
O casal terminou o relacionamento em agosto deste ano após três meses de casados e dois anos e meio de namoro. De acordo com a advogada de Cintia, Gabriela Manssur, Lucas tem descumprido medida protetiva.
Bove também não está autorizado a mencionar trechos do processo, que corre em segredo de Justiça.
“A decretação de prisão em casos de violência doméstica é consequência do descumprimento de medida protetiva de urgência, com base no artigo 24-A da Lei Maria Penha. É um crime contra a administração da Justiça, por desobediência à decisão judicial. Não existe qualquer perseguição injusta, irreal ou exagerada. São questões técnicas e processuais pautadas na Lei”, disse a defesa em nota.
Na semana passada, o deputado falou do caso à tona da tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e declarou nas redes sociais que “a verdade será restabelecida” e que ele “jamais encostaria a mão para agredir uma mulher”.
Em setembro, um mês após o término do casamento, a influenciadora relatou os episódios de supostas agressão à Polícia Civil. Segundo ela, o parlamentar chegou a arremessar uma faca em sua direção, que bateu na sua perna e acabou caindo no chão.
A Justiça concedeu medida protetiva à Cintia e, por isso, Lucas está proibido de se aproximar da ex-esposa ou de se comunicar com seus familiares. Ele também não pode frequentar os mesmos locais que ela, sob pena de prisão preventiva.
A defesa do parlamentar alega que “ele não infringiu qualquer medida protetiva” e que, enquanto figura pública, o deputado estadual “exerceu sua liberdade de expressão, mencionando que a verdade aparecerá e que seguirá respeitando a decisão judicial e, portanto, não se manifestaria detalhadamente sobre os fatos”.
A influenciadora acrescenta que estava sendo vítima de mentiras e atacada por alguns seguidores de Bovo após ter terminado o relacionamento.
“O motivo? Alegam que, após me casar sob as bênçãos da Igreja Católica, desisti do casamento, frivolamente, por não desejar ter filhos (como se essa escolha não fosse a dele também). Dizem, também, que não mereço ser católica”, escreveu.
Na última sexta-feira (18), Cintia Chagas concedeu entrevista à Marie Claire, onde relatou as agressões físicas e psicológicas. Ela é professora e especialista em Língua Portuguesa e tem mais de 6 milhões de seguidores no Instagram.
O estopim para o divórcio teria sido em 3 de agosto. Ela relatou que o ex-marido a expulsou de um casamento em Ribeirão Preto, interior paulista, após ela ter se negado a parar seu jantar para tirar uma foto com ele, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua esposa Michelle.
