O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse ser a favor da suspensão das aulas presenciais nas escolas do estado devido ao agravamento da pandemia de Covid-19. De acordo com ele, o assunto será discutido nos próximos dias.
“Isso é um tema que estamos discutindo. Se estamos entendendo que as pessoas estão ameaçadas frente ao vírus, frente a um colapso, temos de avaliar a circulação das pessoas em situações que poderiam ser evitadas e uma delas é a escola”, disse Gorinchteyn na manhã desta terça-feira (2), em entrevista à rádio CBN.
Para o secretário, o maior problema não está dentro da escola. “É a circulação das pessoas no entorno, professores, alunos, pais, o transporte público, a exposição que acabamos colocando as pessoas”, afirmou.
Gorinchteyn disse que um “lockdown”, com fechamento de todo o comércio e restrição à circulação nas ruas, não é factível no Brasil. “Não temos capacidade no nosso país de fazer ‘lockdown’. As pessoas vão morrer de fome, vamos ter um problema civil, social.”
No Estado de São Paulo, as escolas foram consideradas serviços essenciais, podendo ficar abertas nas fases mais restritivas da quarentena. A posição de Gorinchteyn é contrária ao que tem sido defendido pelo secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, que diz que as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a abrir.
Nesta terça-feira (2), em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação criticou a “defesa da suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país”.
A manifestação do Consed ocorre um dia após o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pedir a suspensão do funcionamento das escolas, entre outras medidas, para conter o avanço da pandemia no Brasil.