Afastado pela justiça da gestão de pessoas por assédio moral, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo Nascimento, afirmou que Marielle Franco, vereadora do PSOL assinada em 2018, “nunca foi preta”.
“Era mulata, nunca foi preta”, tuitou Camargo, que insiste em dizer que “a palavra mulata precisa ser resgatada”.
“É vetada, erroneamente, nas listas politicamente corretas da esquerda. O fato é que não tem conotação racista nem pejorativa”, ressaltou, colocando a pecha de “preta fake” na vereadora assassinada no Rio de Janeiro.
O termo mulata (ou mulato) tem origem na palavra “mulo” – do latim mulus, que se refere a “animal híbrido, estéril, produto do cruzamento do cavalo com a jumenta, ou da égua com o jumento”.
“Faço um elogio ao chamá-la de mulata e proponho que Marielle seja a musa de uma eventual campanha de resgate da dignidade dessa expressão. Mulatas são lindas e dignas. Marielle não era feia”, tuitou Camargo.
Sérgio Camargo costuma atacar personalidades e questões importantes para o movimento negro. Ele já se posicionou contra o dia da Consciência Negra, afirmou que a atriz Taís Araújo deve voltar para a África e declarou ainda que a escravidão foi boa porque negros viveriam em condições melhores no Brasil do que no continente africano. Ele chegou a defender a extinção do feriado por decreto porque causaria incalculáveis perdas à economia do país ao homenagear quem chamou de “um falso herói dos negros”, Zumbi dos Palmares.
No final de 2019, o atual presidente da Fundação Palmares teve a nomeação suspensa por já ter defendido a extinção do movimento negro e dizer, entre outras coisas, que o Brasil tem um “racismo nutella”. Ele também afirmou que a escravidão foi “benéfica para os descendentes” e atacou a ex-vereadora do Rio Marielle Franco em outras ocasiões.