Jovens infratores podem se transformar em profissionais respeitados

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Quantas vezes ouvimos pessoas se referirem a jovens infratores na faixa etária entre 12 e 18 anos como “sementes do mal”? O que dizer de outro tratamento ainda mais preconceituoso: “bandido bom é bandido morto”? Apesar da descrença de parte dos brasileiros na recuperação de detentos, a realidade dos adolescentes detidos que praticam crimes pode […]

POR Sidney Rezende 5/4/2017| 3 min de leitura

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Quantas vezes ouvimos pessoas se referirem a jovens infratores na faixa etária entre 12 e 18 anos como “sementes do mal”? O que dizer de outro tratamento ainda mais preconceituoso: “bandido bom é bandido morto”? Apesar da descrença de parte dos brasileiros na recuperação de detentos, a realidade dos adolescentes detidos que praticam crimes pode […]

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Quantas vezes ouvimos pessoas se referirem a jovens infratores na faixa etária entre 12 e 18 anos como “sementes do mal”? O que dizer de outro tratamento ainda mais preconceituoso: “bandido bom é bandido morto”?

Apesar da descrença de parte dos brasileiros na recuperação de detentos, a realidade dos adolescentes detidos que praticam crimes pode ser alterada. Basta se desenvolver projetos consequentes. Ainda assim teria-se que responder a uma pergunta-chave: quais as razões que levam moças e rapazes a capitularem e se transformarem em marginais de uma sociedade já habitualmente perversa?

Convidado pelo amigo Marcelo Bentes – pessoa preocupada, assim como eu, com a educação ministrada no país – fui conhecer um programa de comunicação implantado no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), subordinado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, voltado para adolescentes internos que praticaram atos infracionais de gradações variadas.

Fui muito bem recebido pelos agentes do Degase e pelos próprios internos. Fiz uma palestra e fui entrevistado por eles. Perguntas bem formuladas. Foi surpreendente. Ali não cabia perguntar a cada um deles o mal feito que praticaram, mas ajudá-los (meninas e rapazes) a encontrar outros caminhos e soluções para suas vidas. Mas, confesso, que cocei para não perguntar o que haviam feito que o levaram até o confinamento.

Voltando ao programa de estudos, o que eles aprendem na sala de aula servirá depois, quando saírem e voltarem para suas casas, já com alguma sinalização sobre a profissão a ser seguida.

Quando se tornam livres – “voltam para a pista”, como dizem – alguns abrem pequenas empresas de fotografia e filmagens de casamentos, festas e eventos. Outros despertam o gosto para seguir carreiras ligadas à Comunicação. Talvez possa sair dali, no futuro, um jornalista ou um profissional de cinema.

Veja um dos exemplos de programa totalmente realizados pelos internos:

O responsável por este trabalho de reintegração, desde 2014, é o professor, psicopedagogo e criador do projeto, Eduardo Caon. Ele e sua equipe se dedicam intensamente a formar, no mínimo, 40 jovens a cada 3 meses. Parece pouco diante dos 2.300 a 2.500 internos abrigados no Degase, mas é um feito extraordinário.

Saiba detalhes contados pelo professor Eduardo Caon:

https://soundcloud.com/srzd/entrevista-com-eduardo-caon-do-degase

O projeto cultural do Degase, comandando pelo professor Eduardo Caon, foi se sofisticando e ganhando outros contornos. Inclusive atraindo jovens que já cumpriram as medidas socieducativas  e que decidiram se engajar em uma nova iniciativa e aprender mais:

https://www.youtube.com/watch?v=V2J2PmD0o1U

Para que os programas sócio-educativos do Degase cumpram o ciclo completo serão necessários apoios de mais empresas que possam absorver a mão de obra qualificada dos jovens após os cursos. Uma empresa tem incentivado, inclusive com recursos financeiros os programas do Degase, a Nacional Gás. E os resultados têm sido excelentes.

Quantas vezes ouvimos pessoas se referirem a jovens infratores na faixa etária entre 12 e 18 anos como “sementes do mal”? O que dizer de outro tratamento ainda mais preconceituoso: “bandido bom é bandido morto”?

Apesar da descrença de parte dos brasileiros na recuperação de detentos, a realidade dos adolescentes detidos que praticam crimes pode ser alterada. Basta se desenvolver projetos consequentes. Ainda assim teria-se que responder a uma pergunta-chave: quais as razões que levam moças e rapazes a capitularem e se transformarem em marginais de uma sociedade já habitualmente perversa?

Convidado pelo amigo Marcelo Bentes – pessoa preocupada, assim como eu, com a educação ministrada no país – fui conhecer um programa de comunicação implantado no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), subordinado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, voltado para adolescentes internos que praticaram atos infracionais de gradações variadas.

Fui muito bem recebido pelos agentes do Degase e pelos próprios internos. Fiz uma palestra e fui entrevistado por eles. Perguntas bem formuladas. Foi surpreendente. Ali não cabia perguntar a cada um deles o mal feito que praticaram, mas ajudá-los (meninas e rapazes) a encontrar outros caminhos e soluções para suas vidas. Mas, confesso, que cocei para não perguntar o que haviam feito que o levaram até o confinamento.

Voltando ao programa de estudos, o que eles aprendem na sala de aula servirá depois, quando saírem e voltarem para suas casas, já com alguma sinalização sobre a profissão a ser seguida.

Quando se tornam livres – “voltam para a pista”, como dizem – alguns abrem pequenas empresas de fotografia e filmagens de casamentos, festas e eventos. Outros despertam o gosto para seguir carreiras ligadas à Comunicação. Talvez possa sair dali, no futuro, um jornalista ou um profissional de cinema.

Veja um dos exemplos de programa totalmente realizados pelos internos:

O responsável por este trabalho de reintegração, desde 2014, é o professor, psicopedagogo e criador do projeto, Eduardo Caon. Ele e sua equipe se dedicam intensamente a formar, no mínimo, 40 jovens a cada 3 meses. Parece pouco diante dos 2.300 a 2.500 internos abrigados no Degase, mas é um feito extraordinário.

Saiba detalhes contados pelo professor Eduardo Caon:

https://soundcloud.com/srzd/entrevista-com-eduardo-caon-do-degase

O projeto cultural do Degase, comandando pelo professor Eduardo Caon, foi se sofisticando e ganhando outros contornos. Inclusive atraindo jovens que já cumpriram as medidas socieducativas  e que decidiram se engajar em uma nova iniciativa e aprender mais:

https://www.youtube.com/watch?v=V2J2PmD0o1U

Para que os programas sócio-educativos do Degase cumpram o ciclo completo serão necessários apoios de mais empresas que possam absorver a mão de obra qualificada dos jovens após os cursos. Uma empresa tem incentivado, inclusive com recursos financeiros os programas do Degase, a Nacional Gás. E os resultados têm sido excelentes.

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