Carnaval 2026 desponta como um dos melhores dos últimos anos retratando diversas faces do Brasil

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Carnaval. Ainda muito distante do grande público, o desfile das escolas de samba vai ganhando forma dentro de suas comunidades com a definição dos enredos que serão contados na Avenida em 2026. Nas duas principais praças carnavalescas do país, São Paulo e Rio de Janeiro, o cardápio está quase completo. E as temáticas dos enredos […]

POR Redação SRzd 9/6/2025| 5 min de leitura

Sambódromos do Anhembi e Sapucaí. Fotos: Marcos Lins - SPTuris e Cezar Loureiro - Riotur

Sambódromos do Anhembi e Sapucaí. Fotos: Marcos Lins - SPTuris e Cezar Loureiro - Riotur

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Carnaval. Ainda muito distante do grande público, o desfile das escolas de samba vai ganhando forma dentro de suas comunidades com a definição dos enredos que serão contados na Avenida em 2026.

Nas duas principais praças carnavalescas do país, São Paulo e Rio de Janeiro, o cardápio está quase completo.

E as temáticas dos enredos apresentadas até aqui mostram uma genuína celebração de aspectos tão importantes da cultura brasileira, personagens que merecem a reverência que a passarela do samba proporciona e histórias de fácil identificação do público que for ao sambódromo ou acompanhar as transmissões.

Em Sampa, duas agremiações oriundas de torcidas organizadas de clubes de futebol apostaram num tema cada vez mais caro para a humanidade; a preservação da natureza e os povos da floresta, claro, sempre com um toque característico de carnavalizar.

A Gaviões da Fiel tem como enredo “Vozes ancestrais para um novo amanhã”, em homenagem aos povos originário e à luta pela manutenção da floresta e da vida.

Tricolor, a Dragões da Real aborda os mitos e lendas da Amazônia, com foco na civilização das Icamiabas, onde mulheres são consideradas protetoras da floresta.

No Rio, a Estação Primeira de Mangueira, com o tema “Mestre Sacaca do encanto Tucuju – O guardião da amazônia Negra”, mostrará a história afro-indígena do extremo Norte do país a partir das vivências de Mestre Sacaca (Raimundo dos Santos Souza).

Sacaca navegou pelos rios da região Norte, entrando em contato com populações tradicionais, e tornou-se conhecido por seus profundos saberes sobre o manuseio de ervas, seivas, raízes e elementos da Amazônia Negra amapaense. Ele utilizava esses conhecimentos para tratar doenças e cuidar da comunidade, sendo chamado de “Doutor da floresta”. Além de atendimentos, ele disseminou receitas e simpatias por meio de livros e programas de rádio, promovendo a medicina ancestral e o poder das ervas em um equilíbrio entre ciência e espiritualidade.

Outro tema sempre em pauta virá com a Acadêmicos do Tatuapé; “Plantar para colher e alimentar. Tem muita terra sem gente. Tem muita gente sem terra!”, que aborda a reforma agrária e as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores rurais.

Tradições e cultura

Outra vertente que estará bem presente no espetáculo das escolas de samba no próximo anos são traços tão peculiares da vida brasileira.

A atual campeã carioca, a Beija-Flor de Nilópolis, vai retratar Bembé do Mercado. Esta cerimônia centenária é realizada em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, e é considerada o maior Candomblé de rua do mundo.

A celebração acontece há mais de 130 anos no Recôncavo Baiano e foi escolhida como enredo por ser uma das mais importantes manifestações de resistência e fé do povo preto no Brasil.

Realizado desde 1889, um ano após a abolição da escravidão, o Bembé do Mercado reúne mais de 60 terreiros e promove programação cultural em praça pública. O ponto alto é o xirê, seguido por cortejo e entrega de presentes a Iemanjá e Oxum em agradecimento à liberdade. A celebração é Patrimônio Imaterial da Bahia e do Brasil, e buscam o reconhecimento pela Unesco.

A tradicionalíssima Nenê de Vila Matilde foi certeira ao recorrer a um dos endereços mais famosos de São Paulo; o cruzamento das Avenidas Ipiranga e São João, um local de encontro e história, que inclusive inspirou a música “Sampa”, de Caetano Veloso.

A Grande Rio levará para a Avenida a força do Manguebeat, movimento cultural que surgiu em Pernambuco, no início da década de 1990, para denunciar as desigualdades e a pobreza, tendo com uma de sua principais vozes Chico Science.

Uma enxurrada de homenagens

Dentre as 12 escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, apenas duas ainda não revelaram seus enredos; Portela e Acadêmicos de Niterói. Mas já se pode afirmar que será um desfile repleto de homenagens.

O Salgueiro e a Viradouro decidiram por celebrar vida e obra de duas grandes personalidades do segmento; a carnavalesca Rosa Magalhães e o mestre de bateria da própria Viradouro, Ciça, respectivamente.

A Unidos de Vila Isabel, com o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um sambistas sonhou a África”, homenageará Heitor dos Prazeres, criador dos termos “Pequena África” e “África em miniatura” para se referir à região da antiga Praça Onze, no Centro do Rio.

Mocidade e Imperatriz geraram ampla aprovação com suas escolhas.

Em Padre Miguel, o tema é Rita Lee, que já foi enredo em São Paulo, terra com quem teve profunda identificação ao longo da vida. Em Ramos, Ney Matogrosso, um dos maiores nomes da música nacional.

Nascida em Sacramento, Carolina Maria de Jesus inspira enredo da Unidos da Tijuca. Neta de escravos e filha de mãe analfabeta, Carolina foi para São Paulo em 1947 em busca de melhores condições de vida. Seu livro “Quarto de Despejo”, é uma das obras mais marcantes da literatura brasileira, e vendeu cerca de 3 milhões de livros, em 16 idiomas.

E São Paulo também terá seus homenageados.

O enredo da campeoníssima Mocidade Alegre, “Malunga Léa – Rapsódia de uma Deusa Negra”, traz uma homenagem à atriz Léa Garcia e à força feminina e negra na história do Brasil. O enredo foi anunciado em um evento no Teatro Sérgio Cardoso.

O projeto celebra a história do teatro negro brasileiro, especialmente a trajetória de Léa Garcia, e a força das mulheres negras na construção da história do país.

Também no palco de um teatro, desta vez o Ruth Escobar, a Tom Maior emocionou ao revelar que Chico Xavier , um dos maiores líderes e difusores da doutrina espírita no Brasil, estará no sambódromo.

Ainda outros tantos enredos das divisões principais e dos grupos de acesso nas duas cidades já deixaram claro que o maior espetáculo da Terra, proporcionado pelas escolas de samba e seus artistas, deve se colocar como um grande acontecimento, não só pela beleza visual, as também pelas acertadas escolhas.

Rodapé - brasil

Carnaval. Ainda muito distante do grande público, o desfile das escolas de samba vai ganhando forma dentro de suas comunidades com a definição dos enredos que serão contados na Avenida em 2026.

Nas duas principais praças carnavalescas do país, São Paulo e Rio de Janeiro, o cardápio está quase completo.

E as temáticas dos enredos apresentadas até aqui mostram uma genuína celebração de aspectos tão importantes da cultura brasileira, personagens que merecem a reverência que a passarela do samba proporciona e histórias de fácil identificação do público que for ao sambódromo ou acompanhar as transmissões.

Em Sampa, duas agremiações oriundas de torcidas organizadas de clubes de futebol apostaram num tema cada vez mais caro para a humanidade; a preservação da natureza e os povos da floresta, claro, sempre com um toque característico de carnavalizar.

A Gaviões da Fiel tem como enredo “Vozes ancestrais para um novo amanhã”, em homenagem aos povos originário e à luta pela manutenção da floresta e da vida.

Tricolor, a Dragões da Real aborda os mitos e lendas da Amazônia, com foco na civilização das Icamiabas, onde mulheres são consideradas protetoras da floresta.

No Rio, a Estação Primeira de Mangueira, com o tema “Mestre Sacaca do encanto Tucuju – O guardião da amazônia Negra”, mostrará a história afro-indígena do extremo Norte do país a partir das vivências de Mestre Sacaca (Raimundo dos Santos Souza).

Sacaca navegou pelos rios da região Norte, entrando em contato com populações tradicionais, e tornou-se conhecido por seus profundos saberes sobre o manuseio de ervas, seivas, raízes e elementos da Amazônia Negra amapaense. Ele utilizava esses conhecimentos para tratar doenças e cuidar da comunidade, sendo chamado de “Doutor da floresta”. Além de atendimentos, ele disseminou receitas e simpatias por meio de livros e programas de rádio, promovendo a medicina ancestral e o poder das ervas em um equilíbrio entre ciência e espiritualidade.

Outro tema sempre em pauta virá com a Acadêmicos do Tatuapé; “Plantar para colher e alimentar. Tem muita terra sem gente. Tem muita gente sem terra!”, que aborda a reforma agrária e as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores rurais.

Tradições e cultura

Outra vertente que estará bem presente no espetáculo das escolas de samba no próximo anos são traços tão peculiares da vida brasileira.

A atual campeã carioca, a Beija-Flor de Nilópolis, vai retratar Bembé do Mercado. Esta cerimônia centenária é realizada em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, e é considerada o maior Candomblé de rua do mundo.

A celebração acontece há mais de 130 anos no Recôncavo Baiano e foi escolhida como enredo por ser uma das mais importantes manifestações de resistência e fé do povo preto no Brasil.

Realizado desde 1889, um ano após a abolição da escravidão, o Bembé do Mercado reúne mais de 60 terreiros e promove programação cultural em praça pública. O ponto alto é o xirê, seguido por cortejo e entrega de presentes a Iemanjá e Oxum em agradecimento à liberdade. A celebração é Patrimônio Imaterial da Bahia e do Brasil, e buscam o reconhecimento pela Unesco.

A tradicionalíssima Nenê de Vila Matilde foi certeira ao recorrer a um dos endereços mais famosos de São Paulo; o cruzamento das Avenidas Ipiranga e São João, um local de encontro e história, que inclusive inspirou a música “Sampa”, de Caetano Veloso.

A Grande Rio levará para a Avenida a força do Manguebeat, movimento cultural que surgiu em Pernambuco, no início da década de 1990, para denunciar as desigualdades e a pobreza, tendo com uma de sua principais vozes Chico Science.

Uma enxurrada de homenagens

Dentre as 12 escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro, apenas duas ainda não revelaram seus enredos; Portela e Acadêmicos de Niterói. Mas já se pode afirmar que será um desfile repleto de homenagens.

O Salgueiro e a Viradouro decidiram por celebrar vida e obra de duas grandes personalidades do segmento; a carnavalesca Rosa Magalhães e o mestre de bateria da própria Viradouro, Ciça, respectivamente.

A Unidos de Vila Isabel, com o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um sambistas sonhou a África”, homenageará Heitor dos Prazeres, criador dos termos “Pequena África” e “África em miniatura” para se referir à região da antiga Praça Onze, no Centro do Rio.

Mocidade e Imperatriz geraram ampla aprovação com suas escolhas.

Em Padre Miguel, o tema é Rita Lee, que já foi enredo em São Paulo, terra com quem teve profunda identificação ao longo da vida. Em Ramos, Ney Matogrosso, um dos maiores nomes da música nacional.

Nascida em Sacramento, Carolina Maria de Jesus inspira enredo da Unidos da Tijuca. Neta de escravos e filha de mãe analfabeta, Carolina foi para São Paulo em 1947 em busca de melhores condições de vida. Seu livro “Quarto de Despejo”, é uma das obras mais marcantes da literatura brasileira, e vendeu cerca de 3 milhões de livros, em 16 idiomas.

E São Paulo também terá seus homenageados.

O enredo da campeoníssima Mocidade Alegre, “Malunga Léa – Rapsódia de uma Deusa Negra”, traz uma homenagem à atriz Léa Garcia e à força feminina e negra na história do Brasil. O enredo foi anunciado em um evento no Teatro Sérgio Cardoso.

O projeto celebra a história do teatro negro brasileiro, especialmente a trajetória de Léa Garcia, e a força das mulheres negras na construção da história do país.

Também no palco de um teatro, desta vez o Ruth Escobar, a Tom Maior emocionou ao revelar que Chico Xavier , um dos maiores líderes e difusores da doutrina espírita no Brasil, estará no sambódromo.

Ainda outros tantos enredos das divisões principais e dos grupos de acesso nas duas cidades já deixaram claro que o maior espetáculo da Terra, proporcionado pelas escolas de samba e seus artistas, deve se colocar como um grande acontecimento, não só pela beleza visual, as também pelas acertadas escolhas.

Rodapé - brasil

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