Imperiais de Madureira apresenta seu enredo para o Carnaval Virtual 2022

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O GRESV Imperiais de Madureira divulgou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial do Carnaval Virtual. A tricolor de Madureira, no Rio de Janeiro/RJ, apresentará o enredo “Quilombo Urbano”, de autoria do enredista Marcos Felipe Reis em parceria com Anderson Silva e Yago Medeiros. Confira abaixo a justificativa e a sinopse do […]

POR Carnaval Virtual11/05/2022|6 min de leitura

Imperiais de Madureira apresenta seu enredo para o Carnaval Virtual 2022

Logo oficial do enredo

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O GRESV Imperiais de Madureira divulgou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial do Carnaval Virtual.

Pavilhão oficial da agremiação.

A tricolor de Madureira, no Rio de Janeiro/RJ, apresentará o enredo “Quilombo Urbano”, de autoria do enredista Marcos Felipe Reis em parceria com Anderson Silva e Yago Medeiros.

Confira abaixo a justificativa e a sinopse do enredo:

QUILOMBO URBANO

JUSTIFICATIVA

Cada vez mais se faz necessária a reafirmação das identidades negras brasileiras, e a escola de samba, mesmo que virtual, tem um papel social e político importante na propagação de saberes. A Imperiais de Madureira em suas pesquisas para o carnaval virtual 2022 escolhe retratar três Quilombos da cidade do Rio de Janeiro e trará para a avenida virtual as histórias de Quilombos urbanos que resistem à especulação imobiliária: O Quilombo da Pedra do Sal, Quilombo de Camorim e Quilombo de Sacopã.

Apesar das particularidades desses três Quilombos, o fato em comum entre eles é que são os que ainda resistem e lutam por espaço na cidade do Rio de Janeiro contra a invasão de poderes em seus territórios.

O enredo se propõe a relacionar cada Quilombo com os orixás pedindo proteção e força para sua luta, mostrando sua cultura, festividade e seu povo ao longo do desfile.

SINOPSE

Por entre as paisagens da Cidade Maravilhosa, no meio das construções que dividem o tempo em passado e futuro, estão símbolos de resistência de um povo. Na verdade, de vários povos que formam hoje não só a cidade do Rio de Janeiro, mas também a população brasileira. A luta pela libertação, chamada de rebeldia pelos senhores brancos, fez transcender a chama energética dos caminhos abençoados por Exu, no meio das antes matas de Oxóssi e pelas batalhas de Ogum, que abraçam e protegem essa gente fugida de sua sentença escrava. Pedimos proteção desses três orixás e as bênçãos de Xangô em justiça para contar a história de três símbolos da resistência negra carioca.

QUILOMBO

Quilombos são comunidades ancestrais que dividem sua sabedoria e suas lutas por respeito e reconhecimento. Um local de resistência frente à realidade e a condição de desigualdade impostas pela segregação social e racial. Todo Quilombo tem muito de escola, muito de história. História de quem fugiu do estalo da chibata em busca de se reencontrar com sua história. Quilombolas ainda lutam para terem seus espaços respeitados, livre das agarras da especulação imobiliária que avança pela cidade.

SACOPÃ! OGUM IÊ!

Ogum reflete sua trajetória de luta, na batalha para continuar a história de antepassados escravizados fugidos de Macaé e muito antes trazidos da Nigéria. Seus filhos, crias da favela, resistiram à retirada pelas grandes elites se espelhando na figura de Zumbi dos Palmares e pedindo consagração ao Rei Congo. Nos versos de seu líder Luis Sacopã, a educação é sempre valorizada como arma de forja para denunciar o racismo e ir contra os tribunais que impuseram silêncio de suas vozes, fechando as portas do Quilombo, assombrando e trazendo novamente o fantasma das correntes dos tempos de escravidão. Mas Quilombo é guerreiro e vai à luta ao lado de seu pai, vencendo suas batalhas geração a geração a cada 20 de novembro em meio às rodas de samba alimentadas com a tradicional feijoada de todas as festividades. E faz seu carnaval, saindo com o bloco Sacopã pelas ruas brincando, por ironia, com a mesma elite branca que quer despejá-los.

Logo oficial do enredo

CAMORIM! OKÊ ARÔ!

A história continua, indo pelas bandas de Jacarepaguá, região de antigos engenhos de cana-de-açúcar, protegida pela floresta e do lago Jacarépaguá, que dá vida aos peixes que dão nome ao Quilombo. A Floresta da Pedra Branca auxilia na preservação dos costumes, segredos e encantos de seu povo. Povo que também abraça a floresta, reflorestando sua fortaleza para não deixar morrer sua ancestralidade. É Oxóssi se manifestando pela força das matas, servindo de abrigo para os que fugiam. Os Quilombolas se orgulham de sua herança passada pelo líder Adilson Almeida ritmada nos passos dos seus capoeiristas e dançada no jongo em volta da fogueira noite a dentro. A sabedoria de Oxóssi é presente na adoração e respeito a Santo Gonçalo do Amarante, que exalta os antepassados que descansam em sua capela. Camorim é Sankofa, que ruma ao futuro sem esquecer as raízes das matas de seu passado.

PEDRA DO SAL! LAROYÊ!

Aqui, os barcos que iam e vinham pelo porto abriram espaço para que os tambores não cessassem, dando caminho para diversos manifestos negros. Pelas Ruas do Lavradio, muitos eram os corpos retirados já sem vida dos grandes navios e os que ainda restavam eram comercializados a céu aberto, horrorizando parte da população. As rodas de candomblé emanavam força enquanto os despachos eram firmados nas ruas e esquinas pedindo proteção de Exu para os que ali viviam, bem como fim dos mercados de escravos. A Pequena África se consolida como raíz nas mãos de Damião Braga, guardando a semente desse Rio sambista que se conhece e admira hoje. Os frutos da grande árvore floresceram com o tempo e deles brotaram as rodas de samba e chorinho. Exu também é voz, movimento e inspiração para grandes nomes como Donga, Sinhô, Pixinguinha e tantos outros que tornaram e tornam a região reduto importante para a essência negra carioca.

URBANO!

A cidade cresce, avança e não quer parar. Porém, se engana quem pensa que a história terminou. Os quilombolas seguem se inspirando em suas crenças por dias melhores, empunhados com o machado de Xangô lutando para não se perderem no tempo, virando somente memórias de poucos livros de história. É preciso romper as barreiras físicas e sociais para que o restante do Rio de Janeiro não perca uma de suas tantas essências. Vamos dar as mãos a Luis Sacopã, Adilson Almeida, Damião Braga, todos os líderes e não-líderes que lutam a cada dia nesse xirê em pedido de igualdade e representatividade.

Vamos junto de nossa Águia guerreira levantar a bandeira pelas vozes negras suburbanas, pelos quilombos urbanos.

O GRESV Imperiais de Madureira divulgou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial do Carnaval Virtual.

Pavilhão oficial da agremiação.

A tricolor de Madureira, no Rio de Janeiro/RJ, apresentará o enredo “Quilombo Urbano”, de autoria do enredista Marcos Felipe Reis em parceria com Anderson Silva e Yago Medeiros.

Confira abaixo a justificativa e a sinopse do enredo:

QUILOMBO URBANO

JUSTIFICATIVA

Cada vez mais se faz necessária a reafirmação das identidades negras brasileiras, e a escola de samba, mesmo que virtual, tem um papel social e político importante na propagação de saberes. A Imperiais de Madureira em suas pesquisas para o carnaval virtual 2022 escolhe retratar três Quilombos da cidade do Rio de Janeiro e trará para a avenida virtual as histórias de Quilombos urbanos que resistem à especulação imobiliária: O Quilombo da Pedra do Sal, Quilombo de Camorim e Quilombo de Sacopã.

Apesar das particularidades desses três Quilombos, o fato em comum entre eles é que são os que ainda resistem e lutam por espaço na cidade do Rio de Janeiro contra a invasão de poderes em seus territórios.

O enredo se propõe a relacionar cada Quilombo com os orixás pedindo proteção e força para sua luta, mostrando sua cultura, festividade e seu povo ao longo do desfile.

SINOPSE

Por entre as paisagens da Cidade Maravilhosa, no meio das construções que dividem o tempo em passado e futuro, estão símbolos de resistência de um povo. Na verdade, de vários povos que formam hoje não só a cidade do Rio de Janeiro, mas também a população brasileira. A luta pela libertação, chamada de rebeldia pelos senhores brancos, fez transcender a chama energética dos caminhos abençoados por Exu, no meio das antes matas de Oxóssi e pelas batalhas de Ogum, que abraçam e protegem essa gente fugida de sua sentença escrava. Pedimos proteção desses três orixás e as bênçãos de Xangô em justiça para contar a história de três símbolos da resistência negra carioca.

QUILOMBO

Quilombos são comunidades ancestrais que dividem sua sabedoria e suas lutas por respeito e reconhecimento. Um local de resistência frente à realidade e a condição de desigualdade impostas pela segregação social e racial. Todo Quilombo tem muito de escola, muito de história. História de quem fugiu do estalo da chibata em busca de se reencontrar com sua história. Quilombolas ainda lutam para terem seus espaços respeitados, livre das agarras da especulação imobiliária que avança pela cidade.

SACOPÃ! OGUM IÊ!

Ogum reflete sua trajetória de luta, na batalha para continuar a história de antepassados escravizados fugidos de Macaé e muito antes trazidos da Nigéria. Seus filhos, crias da favela, resistiram à retirada pelas grandes elites se espelhando na figura de Zumbi dos Palmares e pedindo consagração ao Rei Congo. Nos versos de seu líder Luis Sacopã, a educação é sempre valorizada como arma de forja para denunciar o racismo e ir contra os tribunais que impuseram silêncio de suas vozes, fechando as portas do Quilombo, assombrando e trazendo novamente o fantasma das correntes dos tempos de escravidão. Mas Quilombo é guerreiro e vai à luta ao lado de seu pai, vencendo suas batalhas geração a geração a cada 20 de novembro em meio às rodas de samba alimentadas com a tradicional feijoada de todas as festividades. E faz seu carnaval, saindo com o bloco Sacopã pelas ruas brincando, por ironia, com a mesma elite branca que quer despejá-los.

Logo oficial do enredo

CAMORIM! OKÊ ARÔ!

A história continua, indo pelas bandas de Jacarepaguá, região de antigos engenhos de cana-de-açúcar, protegida pela floresta e do lago Jacarépaguá, que dá vida aos peixes que dão nome ao Quilombo. A Floresta da Pedra Branca auxilia na preservação dos costumes, segredos e encantos de seu povo. Povo que também abraça a floresta, reflorestando sua fortaleza para não deixar morrer sua ancestralidade. É Oxóssi se manifestando pela força das matas, servindo de abrigo para os que fugiam. Os Quilombolas se orgulham de sua herança passada pelo líder Adilson Almeida ritmada nos passos dos seus capoeiristas e dançada no jongo em volta da fogueira noite a dentro. A sabedoria de Oxóssi é presente na adoração e respeito a Santo Gonçalo do Amarante, que exalta os antepassados que descansam em sua capela. Camorim é Sankofa, que ruma ao futuro sem esquecer as raízes das matas de seu passado.

PEDRA DO SAL! LAROYÊ!

Aqui, os barcos que iam e vinham pelo porto abriram espaço para que os tambores não cessassem, dando caminho para diversos manifestos negros. Pelas Ruas do Lavradio, muitos eram os corpos retirados já sem vida dos grandes navios e os que ainda restavam eram comercializados a céu aberto, horrorizando parte da população. As rodas de candomblé emanavam força enquanto os despachos eram firmados nas ruas e esquinas pedindo proteção de Exu para os que ali viviam, bem como fim dos mercados de escravos. A Pequena África se consolida como raíz nas mãos de Damião Braga, guardando a semente desse Rio sambista que se conhece e admira hoje. Os frutos da grande árvore floresceram com o tempo e deles brotaram as rodas de samba e chorinho. Exu também é voz, movimento e inspiração para grandes nomes como Donga, Sinhô, Pixinguinha e tantos outros que tornaram e tornam a região reduto importante para a essência negra carioca.

URBANO!

A cidade cresce, avança e não quer parar. Porém, se engana quem pensa que a história terminou. Os quilombolas seguem se inspirando em suas crenças por dias melhores, empunhados com o machado de Xangô lutando para não se perderem no tempo, virando somente memórias de poucos livros de história. É preciso romper as barreiras físicas e sociais para que o restante do Rio de Janeiro não perca uma de suas tantas essências. Vamos dar as mãos a Luis Sacopã, Adilson Almeida, Damião Braga, todos os líderes e não-líderes que lutam a cada dia nesse xirê em pedido de igualdade e representatividade.

Vamos junto de nossa Águia guerreira levantar a bandeira pelas vozes negras suburbanas, pelos quilombos urbanos.

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