Não agradou! Carnavalescos analisam Cerimônia de Abertura da Olimpíada: ‘Esperava mais’
O mundo parou para assistir à Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, transmitida na manhã desta sexta-feira (23). O SRzd ouviu carnavalescos de Rio de Janeiro e São Paulo que acompanharam o evento. Para eles, o país-sede deixou a desejar e o espetáculo passou a sensação de que poderia ter sido melhor. + Após […]
POR Redação SRzd23/07/2021|4 min de leitura
O mundo parou para assistir à Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, transmitida na manhã desta sexta-feira (23). O SRzd ouviu carnavalescos de Rio de Janeiro e São Paulo que acompanharam o evento. Para eles, o país-sede deixou a desejar e o espetáculo passou a sensação de que poderia ter sido melhor.
“Uma cerimônia fortemente marcada pela ausência do público e a presença do tema da pandemia. Não poderia ser diferente. Já eram esperadas as homenagens, mas confesso que esperava muito mais da cultura pop do Japão, cartão de visitas do país no mundo”, opinou Jorge Silveira, carnavalesco da Dragões da Real.
Guilherme Estevão, carnavalesco do Império da Tijuca, trabalhou na produção de figurinos das cerimônias de abertura e encerramento da Copa América no Brasil em 2019. Ele concordou com Jorge Silveira e também sentiu falta da cultura do Japão.
“É claro que não podemos comparar as aberturas anteriores com a cerimônia de hoje, pela realidade que o mundo enfrenta atualmente e, consequentemente, as restrições para a realização do espetáculo, mas eu esperava uma abertura um pouco mais calorosa e que, de alguma forma, contempla-se com mais ênfase aspectos potentes do Japão, como as manifestações culturais e os recursos tecnológicos. A cerimônia de encerramento dos jogos do Rio 2016 deu a entender que a festa de hoje caminharia por esse viés, o que não se viu”, disse.
Amarildo de Mello, carnavalesco da Leandro de Itaquera, assinou o desfile da Águia de Ouro em homenagem ao Japão no Carnaval 2015. Exímio conhecedor do país, ele criticou a escolha da narrativa cultural japonesa.
“Eu até entendi a proposta escolhida pelo Japão por conhecer um pouco da história desse país e suas aspirações de marketing imagético, porém, achei um pouco equivocada e confusa. Já há alguns anos, o Japão ainda que muito preservacionista, vem tentando evitar mostrar em suas propagandas para o mundo imagens que estejam muito ligadas ao seu histórico-cultural passado, preferindo apresentar uma narrativa e imagens mais tecnológicas e contemporâneas. Exatamente na escolha dessa narrativa que a meu ver foi o equívoco do espetáculo”, pontuou.
Segundo o artista, a melhor saída seria misturar o Japão do passado, presente e futuro. Amarildo, contudo, elogiou a realização do evento: “O Japão em termos de tecnologia e robótica é infinitamente mais competente do que se viu nessa abertura. Mas entendo que foi uma escolha consciente feita pela comissão, e, dentro da proposta, foi tecnicamente muito bem realizada, como tudo que o Japão e os japoneses fazem”.
Para Guilherme, o excesso de temas tristes também deixou o espetáculo sem a alegria necessária a uma Cerimônia de Abertura de Olimpíada.
“A apresentação se pautou no respeito a memória das vítimas da Covid e outras tragédias recentes do país, o que é importante, fundamental e traz uma carga emocional relevante ao evento, mas creio que houve um certo descompasso na dosagem, tornando a apresentação sóbria e um tanto melancólica, visualmente pobre e pouco animadora. Pra mim, os pontos altos foram o logo dos jogos se transformando em globo através de drones e o acendimento da pira olímpica.”
O mundo parou para assistir à Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, transmitida na manhã desta sexta-feira (23). O SRzd ouviu carnavalescos de Rio de Janeiro e São Paulo que acompanharam o evento. Para eles, o país-sede deixou a desejar e o espetáculo passou a sensação de que poderia ter sido melhor.
“Uma cerimônia fortemente marcada pela ausência do público e a presença do tema da pandemia. Não poderia ser diferente. Já eram esperadas as homenagens, mas confesso que esperava muito mais da cultura pop do Japão, cartão de visitas do país no mundo”, opinou Jorge Silveira, carnavalesco da Dragões da Real.
Guilherme Estevão, carnavalesco do Império da Tijuca, trabalhou na produção de figurinos das cerimônias de abertura e encerramento da Copa América no Brasil em 2019. Ele concordou com Jorge Silveira e também sentiu falta da cultura do Japão.
“É claro que não podemos comparar as aberturas anteriores com a cerimônia de hoje, pela realidade que o mundo enfrenta atualmente e, consequentemente, as restrições para a realização do espetáculo, mas eu esperava uma abertura um pouco mais calorosa e que, de alguma forma, contempla-se com mais ênfase aspectos potentes do Japão, como as manifestações culturais e os recursos tecnológicos. A cerimônia de encerramento dos jogos do Rio 2016 deu a entender que a festa de hoje caminharia por esse viés, o que não se viu”, disse.
Amarildo de Mello, carnavalesco da Leandro de Itaquera, assinou o desfile da Águia de Ouro em homenagem ao Japão no Carnaval 2015. Exímio conhecedor do país, ele criticou a escolha da narrativa cultural japonesa.
“Eu até entendi a proposta escolhida pelo Japão por conhecer um pouco da história desse país e suas aspirações de marketing imagético, porém, achei um pouco equivocada e confusa. Já há alguns anos, o Japão ainda que muito preservacionista, vem tentando evitar mostrar em suas propagandas para o mundo imagens que estejam muito ligadas ao seu histórico-cultural passado, preferindo apresentar uma narrativa e imagens mais tecnológicas e contemporâneas. Exatamente na escolha dessa narrativa que a meu ver foi o equívoco do espetáculo”, pontuou.
Segundo o artista, a melhor saída seria misturar o Japão do passado, presente e futuro. Amarildo, contudo, elogiou a realização do evento: “O Japão em termos de tecnologia e robótica é infinitamente mais competente do que se viu nessa abertura. Mas entendo que foi uma escolha consciente feita pela comissão, e, dentro da proposta, foi tecnicamente muito bem realizada, como tudo que o Japão e os japoneses fazem”.
Para Guilherme, o excesso de temas tristes também deixou o espetáculo sem a alegria necessária a uma Cerimônia de Abertura de Olimpíada.
“A apresentação se pautou no respeito a memória das vítimas da Covid e outras tragédias recentes do país, o que é importante, fundamental e traz uma carga emocional relevante ao evento, mas creio que houve um certo descompasso na dosagem, tornando a apresentação sóbria e um tanto melancólica, visualmente pobre e pouco animadora. Pra mim, os pontos altos foram o logo dos jogos se transformando em globo através de drones e o acendimento da pira olímpica.”