Bangu canta São Jorge, não emociona e peca em boa parte dos quesitos:
Rio 2024: Seguiu, na noite deste sábado (10), o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Oito comunidades da Série Ouro, o acesso carioca, em destaque no palco maior do Carnaval.
A sétima a desfilar na Avenida foi a Unidos de Bangu, já na reta final da folia desta divisão. Com o maior investimento de sua história e apostando alto para sonhar com um futuro especial, a agremiação da Zona Oeste chegou fiada na fé e na força de São Jorge. Alguns problemas de acabamento nas alegorias e figurinos, também presentes no tripé da comissão de frente, além de um confuso desenvolvimento do tema, devem frustrar os planos de voos maiores este ano para Bangu.
Veja a análise dos comentaristas do SRzd sobre a apresentação da Unidos de Bangu.
Wallace Safra: “A comissão de frente trouxe para a Avenida a saga do soldado Jorge que é ressignificada para que possamos assistir a presença milagrosa do santo guerreiro, São Jorge. Com uma coreografia enérgica, coerente e de fácil leitura, o coreógrafo optou por um desenho coreográfico leve e que, apesar de contar e mostrar uma batalha, é desenvolvido de forma bem inteligente plasticamente. O elemento cênico poderia ter maior envolvimento com a coreografia, mas em nada prejudicou a boa evolução dos bailarinos. Bom trabalho apresentado”.
Célia Souto: “A penúltima escola da Série Ouro a se apresentar foi a Unidos de Bangu. Ela entra na Avenida trazendo a maioria dos componentes desconcentrados em relação ao canto do samba-enredo. Em consequência desse comportamento, podemos observar um desfile pouco fluente, sem vibração e personalidade. A evolução do chão não apresenta regularidade e leveza no andamento entre as alas devido à falta de entrosamento entre canto e ritmo”.
Jaime Cezário: “A Unidos de Bangu trouxe um enredo que prestava homenagem ao mais adorado dos santos, seja pela cristandade ou as religiões de matriz africana: São Jorge. Com o título: Jorge da Capadócia, a história foi dividida no período do soldado romano até sua execução, o mito, o santo católico e finalizando com o sincretismo sendo associado ao Orixá Ogum. A história seguiu o roteiro, onde as fantasias e alegorias exploravam os temas propostos. As fantasias estavam grandes e tinham um regular acabamento. O colorido delas extrapolou nos tons verdes. Algo incompreensível, pois é uma escola com as cores vermelha e branca. As alegorias estavam grandes, algumas com movimentos, mas cometendo sérios pecados no acabamento, onde ferragens e madeiras apareciam. Pelo enredo proposto pela escola, era esperado uma boa dose de emoção, mas que no desenrolar da sua apresentação, não aconteceu”.
Bruno Moraes: “O Caldeirão da Zona Oeste fez um excelente desfile, com ótimas apresentações aos julgadores. O bom samba foi muito bem acompanhado pela galera do Mestre Laion, que a cada ano que passa está mais maduro. Com surdos mais leves e um ritmo pra frente, os bons batedores de caixa deram um show de swing, valendo destacar também a ótima ala de chocalhos. Os diretores deram o nome e foram muito seguros. Que equipe”.
Eliane Souza: “Jorge Vinícius trouxe o bastão e com ele conduziu a dança e a dama, a experiente Veronyca Lima, que sestrosa, apresentou seus giros no ABANO, desfraldando com graciosidade o pavilhão! Apropriado de seu papel de, igualmente, protagonista na cena, ele dançou para louvar o pavilhão e sua porta-bandeira! Executou com grande habilidade os movimentos característicos da dança, de forma maravilhosa, o CRUZADO com beija-flor, fluente e gentil e, o MEIO-SAPATEADO, com passos miúdos que se encadeavam a CARRAPETA curta, mas em deslocamento, bilateral e protetor. Adoro! E a dengosa Cris Soares, bastante cortejada por Alessandro Silva, que formam o segundo casal da escola, deslizando pela passarela, exibindo seus passos, gestos e muita alegria”.
Wallace Safra: “A ala de passistas entrou na Avenida trazendo um figurino que conta a lenda do santo e a lua. Os passistas mostraram um bom samba no pé, uma boa evolução e uma boa coordenação durante sua apresentação. Sinto falta de energia em alguns momentos e uma maior interação dos componentes com o público e um maior envolvimento entre si. Bom trabalho”.
+ ENTREVISTAS NO DESFILE
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+ Carnaval 2024:
Jorge da Capadócia, assinado por Robson Goulart. Este é o enredo da escola que ficou com o 9º lugar na Série Ouro no Carnaval de 2023.
O samba é de autoria dos compositores Tem-Tem Jr, Dudu Senna, Marcelinho Santos, Jefferson Oliveira, Rafael Ribeiro, Ronie Oliveira, Cândido Bigarin, Binho Percussão VR, Jorginho Via 13, Juca, Renan Diniz e Denis Moares. A obra foi encomendada.
+ ordem oficial de desfiles da Série Ouro 2024:
9 de fevereiro – sexta-feira
1ª – União de Parque Acari
2ª – Império da Tijuca
3ª – Acadêmicos de Vigário Geral
4ª – Inocentes de Belford Roxo
5ª – Estácio de Sá
6ª – União de Maricá
7ª – Acadêmicos de Niterói
8ª – Unidos da Ponte
10 de fevereiro – sábado
1ª – Sereno de Campo Grande
2ª – Em Cima da Hora
3ª – Arranco do Engenho de Dentro
4ª – União da Ilha
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – São Clemente
7ª – Unidos de Bangu
8ª – Império Serrano