Cinco perguntas para Valci Pelé

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    Ele é conhecido no meio do samba como o “príncipe dos malandros”. Expoente do chamado “samba malandreado”, que funde as virtudes do passista com a ginga dos malandros cariocas ancestrais, é diretor da prestigiadíssima ala de passistas da Portela, coreógrafo e agora também estilista. O extraordinaire Valci Pelé vai encarar, este ano, mais […]

POR Hélio Rainho06/02/2018|5 min de leitura

Cinco perguntas para Valci Pelé

Valci Pelé / Arquivo Pessoal

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Ele é conhecido no meio do samba como o “príncipe dos malandros”. Expoente do chamado “samba malandreado”, que funde as virtudes do passista com a ginga dos malandros cariocas ancestrais, é diretor da prestigiadíssima ala de passistas da Portela, coreógrafo e agora também estilista.

O extraordinaire Valci Pelé vai encarar, este ano, mais um grande desafio: a direção artística e coreográfica da reedição da Ala dos Impossíveis, a antológica ala coreografada que marcou época na Portela dos anos 60.

1 – SRZD: A Ala dos Impossíveis foi um marco histórico no carnaval e na Portela. Como surgiu a ideia dessa reedição para 2018?

VP – Na verdade, eu pesquiso a história da Portela e, sobretudo, as questões dos segmentos relacionados à arte da dança. Além disso, a minha parceira Nilce Fran é filha de um dos fundadores da Ala dos Impossíveis. Sendo assim, nada mais justo fazer esta homenagem a estes grandes baluartes.

Ensaio da Ala dos Impossíveis na Portela / Divulgação

2 – SRZD: Como foi constituído esse grupo e que critérios foram utilizados na audição desse elenco para a reedição da ala?

VP – A princípio anunciei nas mídias sociais para a captação de pessoas com noções em dança. Fiz questão que os ensaios fossem no convívio da quadra da Portela, pois eu precisava que a ala incorporasse a essência da história e a atmosfera da Portela. Realizei algumas aulas-audição para peneirar até chegar a este grupo que ficou satisfatório.

Nilce Fran e Valci Pelé / Arquivo Pessoal

3 – SRZD: Você e Nilce Fran imprimiram uma grife de qualidade e elegância à ala de passistas da Portela. Como tem sido o trabalho ao assumirem a ala de passistas da Unidos do Viradouro, uma escola com um perfil de samba no pé bem característico e autoral, também?

VP – Fomos convidados pela diretoria para realizar um trabalho junto à base dos passistas da instituição. Nunca pensamos em fazer uma filial da Portela, pois o G.R.E.S. Unidos do Viradouro e seus passistas têm um perfil e suas próprias caraterísticas. A ideia sempre foi ensinar a nossa técnica, através do método que criamos. Fazendo uma analogia, seria como ensinar técnicas de redação para um grupo que já possui uma história escrita com a identidade da Viradouro.

Nilce Fran e Valci Pelé / Arquivo Pessoal

4 – SRZD: Você trabalha bastante com a técnica na formação de passistas em suas oficinas e projetos. Como você definiria esse equilíbrio entre a formação técnica e a aptidão natural do passista para a dança do samba?

VP – Sou exigente na formação e no aprendizado dos fundamentos da Dança do Samba nos quais eu acredito. Nestes fundamentos: postura da dança do passista masculino, posição dos pés, mãos e etc. Essas técnicas se tornam uma ferramenta para os passistas chegarem a esse equilíbrio entre técnica e individualidade. A técnica é o meio pelo qual cada passista vai desenvolver sua criatividade, atingindo esse equilíbrio. Nada é engessado. Incentivamos a criatividade, que, para mim, não e separada da técnica.

Valci Pelé / Arquivo Pessoal

5 – SRZD: Os passistas da Portela sempre primaram por figurinos de extrema elegância, idealizados por você. Hoje, sua confecção própria e seu atêlier têm se dedicado a esse trabalho. Fale um pouco sobre a sua grife e a importância desse trabalho associando traje e dança do samba.

VP – Este é mais um projeto em andamento e com muitos aspectos a serem superados. A ideia surge no momento que sempre deixo para confeccionar o meu figurino por último, e na ocasião não tinha profissional no mercado para construí-lo. Eu já tinha ciência da aptidão do Luiz Otávio, que antes era somente um aluno que me procurou para se preparar para o concurso de Rei Momo e, hoje, é meu sócio. Sendo assim, unimos o útil ao agradável e juntos estamos atuando em confecção para o mundo do samba com qualidade e eficiência na execução de prazos.
Passo a minha experiência de como deve ser um figurino – confortável e funcional! Estamos investindo nesta ideia e temos obtido um bom feedback. Quem já vestiu os figurinos da Vaslu sempre sai com satisfação.

Valci Pelé / Arquivo Pessoal

 

 

Ele é conhecido no meio do samba como o “príncipe dos malandros”. Expoente do chamado “samba malandreado”, que funde as virtudes do passista com a ginga dos malandros cariocas ancestrais, é diretor da prestigiadíssima ala de passistas da Portela, coreógrafo e agora também estilista.

O extraordinaire Valci Pelé vai encarar, este ano, mais um grande desafio: a direção artística e coreográfica da reedição da Ala dos Impossíveis, a antológica ala coreografada que marcou época na Portela dos anos 60.

1 – SRZD: A Ala dos Impossíveis foi um marco histórico no carnaval e na Portela. Como surgiu a ideia dessa reedição para 2018?

VP – Na verdade, eu pesquiso a história da Portela e, sobretudo, as questões dos segmentos relacionados à arte da dança. Além disso, a minha parceira Nilce Fran é filha de um dos fundadores da Ala dos Impossíveis. Sendo assim, nada mais justo fazer esta homenagem a estes grandes baluartes.

Ensaio da Ala dos Impossíveis na Portela / Divulgação

2 – SRZD: Como foi constituído esse grupo e que critérios foram utilizados na audição desse elenco para a reedição da ala?

VP – A princípio anunciei nas mídias sociais para a captação de pessoas com noções em dança. Fiz questão que os ensaios fossem no convívio da quadra da Portela, pois eu precisava que a ala incorporasse a essência da história e a atmosfera da Portela. Realizei algumas aulas-audição para peneirar até chegar a este grupo que ficou satisfatório.

Nilce Fran e Valci Pelé / Arquivo Pessoal

3 – SRZD: Você e Nilce Fran imprimiram uma grife de qualidade e elegância à ala de passistas da Portela. Como tem sido o trabalho ao assumirem a ala de passistas da Unidos do Viradouro, uma escola com um perfil de samba no pé bem característico e autoral, também?

VP – Fomos convidados pela diretoria para realizar um trabalho junto à base dos passistas da instituição. Nunca pensamos em fazer uma filial da Portela, pois o G.R.E.S. Unidos do Viradouro e seus passistas têm um perfil e suas próprias caraterísticas. A ideia sempre foi ensinar a nossa técnica, através do método que criamos. Fazendo uma analogia, seria como ensinar técnicas de redação para um grupo que já possui uma história escrita com a identidade da Viradouro.

Nilce Fran e Valci Pelé / Arquivo Pessoal

4 – SRZD: Você trabalha bastante com a técnica na formação de passistas em suas oficinas e projetos. Como você definiria esse equilíbrio entre a formação técnica e a aptidão natural do passista para a dança do samba?

VP – Sou exigente na formação e no aprendizado dos fundamentos da Dança do Samba nos quais eu acredito. Nestes fundamentos: postura da dança do passista masculino, posição dos pés, mãos e etc. Essas técnicas se tornam uma ferramenta para os passistas chegarem a esse equilíbrio entre técnica e individualidade. A técnica é o meio pelo qual cada passista vai desenvolver sua criatividade, atingindo esse equilíbrio. Nada é engessado. Incentivamos a criatividade, que, para mim, não e separada da técnica.

Valci Pelé / Arquivo Pessoal

5 – SRZD: Os passistas da Portela sempre primaram por figurinos de extrema elegância, idealizados por você. Hoje, sua confecção própria e seu atêlier têm se dedicado a esse trabalho. Fale um pouco sobre a sua grife e a importância desse trabalho associando traje e dança do samba.

VP – Este é mais um projeto em andamento e com muitos aspectos a serem superados. A ideia surge no momento que sempre deixo para confeccionar o meu figurino por último, e na ocasião não tinha profissional no mercado para construí-lo. Eu já tinha ciência da aptidão do Luiz Otávio, que antes era somente um aluno que me procurou para se preparar para o concurso de Rei Momo e, hoje, é meu sócio. Sendo assim, unimos o útil ao agradável e juntos estamos atuando em confecção para o mundo do samba com qualidade e eficiência na execução de prazos.
Passo a minha experiência de como deve ser um figurino – confortável e funcional! Estamos investindo nesta ideia e temos obtido um bom feedback. Quem já vestiu os figurinos da Vaslu sempre sai com satisfação.

Valci Pelé / Arquivo Pessoal

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