Império Serrano confirma expectativas e entra na disputa do título
Agora é a vera! Agora sim! O imperiano pode se orgulhar! Última escola a desfilar na segunda noite de desfiles da Série Ouro, quase na manhã desta sexta-feira (22), o Império Serrano buscou no Recôncavo Baiano a força para cantar a história do capoeirista Besouro Mangagá e galgar o retorno para o Grupo Especial. + Galeria […]
POR Beatriz Chaves Ribeiro22/04/2022|10 min de leitura
Agora é a vera! Agora sim! O imperiano pode se orgulhar! Última escola a desfilar na segunda noite de desfiles da Série Ouro, quase na manhã desta sexta-feira (22), o Império Serrano buscou no Recôncavo Baiano a força para cantar a história do capoeirista Besouro Mangagá e galgar o retorno para o Grupo Especial.
Após dois anos parados por conta da pandemia e, acima de tudo, com o fantasma do péssimo Carnaval de 2020 ainda rondando a agremiação, a Serrinha se renovou e trouxe uma apresentação repleta de surpresas e bastante emoção, do jeito que o imperiano gosta. O Menino de 47 cresceu.
Fala, Luiz!
“O Império Serrano fez um ótimo desfile. Aquém do que eu esperava. Falaram que o Império viria arrasando, mas não foi isso que eu vi. Mas claro, vem brigando. É uma grande escola. Só achei pequeno, para o tamanho do Império Serrano no Carnaval, sem dúvidas está entre as três escolas que brigam pelo campeonato”.
Comissão de frente
Um dos destaques do desfile, talvez o maior, a comissão de frente do Império Serrano arrancou fortes aplausos na Avenida.
A estreia Patrick Carvalho trouxe ares de renovação pra tradicional escola da Serrinha. O coreógrafo apostou nos elementos característicos de suas apresentações: coreografias marcantes, teatralizadas, expressivas e com um grande tripé, que remetia à uma casa do interior, onde capoeiristas se abrigavam, e buscavam a força de Ogum após a chegada de capataz.
A grande surpresa ficou para a o drone em forma de besouro, que surgia no desfecho da performance. O público que aguardou a escola da Serrinha na Sapucaí correspondeu à inovação proposta com muitos aplausos.
Porém, o ponto negativo foi a falta de êxito na execução do “besouro drone” no segundo módulo, o artefato, infelizmente, não funcionou.
Para o comentarista do SRzd Marcio Moura, a comissão veio forte: “Patrick Carvalho aposta mais uma vez na teatralidade para contar a história do capoeirista Besouro. Coreografia bem forte e rápida, como marca de seu trabalho. Os figurinos deram um movimento muito especial para o bailado. Dois momentos levantaram a plateia: a apresentação dos capoeiristas e a transformação de Manuel Henrique em um besouro que alça finalizando a apresentação”.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
Veronica Lima e Matheus Machado, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano, atraíram a atenção do público com uma dança firme, entrosada e com muita expressividade.
Representados como Exu de Oxalá, a dupla trouxe movimentos característicos das divindades. As roupas eram claras e lembravam particularidades dos Orixás, como a cor branca na roupa que é a cor de Oxalá, mas com assessórios simbólicos como a cabeça de Exu.
De acordo com a comentarista do SRzd Eliane Santos, o casal da escola foi espetacular: “O bailado, bastante acrescido por gestos e passos da dança afro- religiosa em acordo com o enredo, foi desenvolvido com vigor e muita propriedade pelo casal. A porta-bandeira Veronica Lima elaborou seus giros com determinação , ocupando de forma espetacular o território reservado para dançar perante a cabine julgadora. Cortejando-a, Matheus Machado apresentou o Cruzado, ao largo, abrindo um espaço para a exibição de sua dama. Requebros, meneios e mesuras; piruetas e sapateados rápidos e miúdos completaram a coreografia do dançarino. O casal esbanjou competência na apresentação de sua performance”.
Alegorias e adereços
Em uma noite repleta de estreias, uma das mais aguardadas foi a do consagrado carnavalesco Leandro Vieira, que mostrou sua marca: o acabamento nas alegorias. Embora tenha apresentado um conjunto alegórico mais simples, como o enredo pedia, o apreço pelas belas esculturas e o diálogo com enredo imediato foi o ponto alto.
Destaque para o carro abre-alas que trouxe a coroa imperial toda em tons dourados e cercada pela proteção de Orixás. O contraste de uma estética rústica, ancestral, com o brilho do símbolo exuberante foram uma bela solução.
De acordo comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico do Império Serrano foi exuberantes “As alegorias do Império eram belas e requintadas, não abusou do gigantismo, mas contou sua mensagem com muita competência. Abriu seu desfile com a tradicional coroa imperial e encerrou com uma linda escultura de São Jorge. A sorte foi lançada e pelo visto, vamos ter uma equilibrada disputa para o retorno ao especial… Vamos aguardar agora a abertura dos envelopes. A sorte foi lançada”.
Fantasias
Há dois anos o Império Serrano viveu um dos maiores dramas da sua história: trouxe suas tradicionais matriarcas sem as saias características.
Uma das visões mais dolorosas e sensíveis para o Imperiano mais apaixonado. Hoje, a apresentação dos figurinos da escola da Serrinha marcou a quebra de um ciclo de dor e o retorno da dignidade de suas Mães Baianas.
Uma das primeiras escolas a desenvolver a confecção de fantasias para desfilar, o Império Serrano manteve o mesmo nível das alegorias. Com uma diversidade de cores, o carnavalesco brincou com as formas geométricas, estampas diversas de forma muito harmoniosa, trazendo soluções chamativas e brilhantes. E mesmo divulgada bem antes do Carnaval, a ala das baianas da agremiação está entre um dos grandes momentos visuais.
Para Cezário, o conjunto de fantasias permitiu que a escola sonhasse alto: “O império Serrano encerrou Série Ouro sonhando alto com o enredo “Mangangá”. Nas fantasias vimos a utilização inteligente dos tecidos em padro imagens geométricas que adornaram as roupas. Uma boa surpresa foi a fuga do habitual resplendor circular com penas artificiais que tanto vimos nesses dois dias de desfiles e que apesar disso, não perderam seu charme e graciosidade em contar o enredo proposto. Destaque para ala das baianas que com sobreposições de tecidos de padronagens diferentes causou uma linda visão”.
Enredo
Segundo o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o desenvolvimento do enredo foi um grande acerto: “O Império Serrano chegou à avenida com a força de Besouro e de Ogum. O tema do enredo foi a vida de Manuel Henrique Pereira, o lendário capoeirista Baiano, conhecido pelo apelido de Besouro Mangangá. O enredo foi conduzido com maestria e com clareza em relação à compreensão. A escola estava muito bonita, merecendo destacar a última alegoria com a impactante escultura de São Jorge. Foi uma excelente apresentação”.
Samba-enredo
A obra do Império Serrano foi uma das mais ouvidas nas plataformas de streaming no pré-carnaval. Queridinho pelos acompanhantes mais assíduos, desfilou com um samba decidido dois anos antes, que teria tudo para esfriar, mas a voz de Nêgo e Igor Vianna, somadas à bateria, fizeram o casamento perfeito de um hino que já era consagrado pelos sambistas.
Para o comentarista do SRzd Cadu Zugliani, o samba-enredo do Império Serrano tem a cara da escola: “Um samba que tem o DNA do Império Serrano, molejo, gingado. Letra bem casada com a melodia com boa dose de ousadia. O samba levantou o público até os últimos setores que respondiam aos versos como em “sou eu Império da patente de Ogum'”.
Bateria
“Filho de Faísca é fogo” descendente de uma linhagem nobre de mestres de bateria, Vitinho também fez sua estreia como regente da Sinfônica do Samba.
O trabalho agradou os ouvidos mais apurados e aos amantes do agogô imperial. Com muitas bossas, o público reagiu com alegria à abertura da bateria para a passagem dos capoeiristas ao som de muitos berimbaus.
De acordo o comentarista de bateria do SRzd Cláudio Francioni, a bateria do Império teve desempenho muito competente: “Muito boa a apresentação da bateria do Império Serrano. Mestre Vitinho trouxe um ótimo equilíbrio de timbres, com marcações com afinação alta e caixas muito precisas no toque característico da escola. Executou bossas com muita pressão e competência por toda a Avenida e não só nos módulos de julgamento”.
Harmonia
A escola teve um bom desempenho. O canto se fez presente na maioria do cortejo, principalmente nas alas no meio para o final da massa imperiana. Porém, no início do desfile, algumas alas apresentaram uma certa inconstância, depois ganhou força com a passagem das alas da comunidade. Mas nada que apagasse a boa apresentação da agremiação de Madureira.
Evolução
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a evolução foi o ponto crucial do cortejo imperiano: “A escola apresentou um desfile impecável tanto em harmonia quanto em evolução. Desenvolveu o canto com garra e clareza. O entrosamento entre ritmo e melodia foi excelente. A evolução funcionou com fluidez e regularidade entre as alas. Excelente desfile”.
Ficha técnica
Enredo: Besouro Mangagá Presidente: Sandro Avellar Carnavalesco: Leandro Vieira Intérprete: Nêgo e Igor Vianna Mestre de Bateria: Vitinho Rainha de Bateria: Darlyn Ferratry Comissão de Frente: Patrick Carvalho Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Matheus Machado e Veronica Lima
Agora é a vera! Agora sim! O imperiano pode se orgulhar! Última escola a desfilar na segunda noite de desfiles da Série Ouro, quase na manhã desta sexta-feira (22), o Império Serrano buscou no Recôncavo Baiano a força para cantar a história do capoeirista Besouro Mangagá e galgar o retorno para o Grupo Especial.
Após dois anos parados por conta da pandemia e, acima de tudo, com o fantasma do péssimo Carnaval de 2020 ainda rondando a agremiação, a Serrinha se renovou e trouxe uma apresentação repleta de surpresas e bastante emoção, do jeito que o imperiano gosta. O Menino de 47 cresceu.
Fala, Luiz!
“O Império Serrano fez um ótimo desfile. Aquém do que eu esperava. Falaram que o Império viria arrasando, mas não foi isso que eu vi. Mas claro, vem brigando. É uma grande escola. Só achei pequeno, para o tamanho do Império Serrano no Carnaval, sem dúvidas está entre as três escolas que brigam pelo campeonato”.
Comissão de frente
Um dos destaques do desfile, talvez o maior, a comissão de frente do Império Serrano arrancou fortes aplausos na Avenida.
A estreia Patrick Carvalho trouxe ares de renovação pra tradicional escola da Serrinha. O coreógrafo apostou nos elementos característicos de suas apresentações: coreografias marcantes, teatralizadas, expressivas e com um grande tripé, que remetia à uma casa do interior, onde capoeiristas se abrigavam, e buscavam a força de Ogum após a chegada de capataz.
A grande surpresa ficou para a o drone em forma de besouro, que surgia no desfecho da performance. O público que aguardou a escola da Serrinha na Sapucaí correspondeu à inovação proposta com muitos aplausos.
Porém, o ponto negativo foi a falta de êxito na execução do “besouro drone” no segundo módulo, o artefato, infelizmente, não funcionou.
Para o comentarista do SRzd Marcio Moura, a comissão veio forte: “Patrick Carvalho aposta mais uma vez na teatralidade para contar a história do capoeirista Besouro. Coreografia bem forte e rápida, como marca de seu trabalho. Os figurinos deram um movimento muito especial para o bailado. Dois momentos levantaram a plateia: a apresentação dos capoeiristas e a transformação de Manuel Henrique em um besouro que alça finalizando a apresentação”.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
Veronica Lima e Matheus Machado, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano, atraíram a atenção do público com uma dança firme, entrosada e com muita expressividade.
Representados como Exu de Oxalá, a dupla trouxe movimentos característicos das divindades. As roupas eram claras e lembravam particularidades dos Orixás, como a cor branca na roupa que é a cor de Oxalá, mas com assessórios simbólicos como a cabeça de Exu.
De acordo com a comentarista do SRzd Eliane Santos, o casal da escola foi espetacular: “O bailado, bastante acrescido por gestos e passos da dança afro- religiosa em acordo com o enredo, foi desenvolvido com vigor e muita propriedade pelo casal. A porta-bandeira Veronica Lima elaborou seus giros com determinação , ocupando de forma espetacular o território reservado para dançar perante a cabine julgadora. Cortejando-a, Matheus Machado apresentou o Cruzado, ao largo, abrindo um espaço para a exibição de sua dama. Requebros, meneios e mesuras; piruetas e sapateados rápidos e miúdos completaram a coreografia do dançarino. O casal esbanjou competência na apresentação de sua performance”.
Alegorias e adereços
Em uma noite repleta de estreias, uma das mais aguardadas foi a do consagrado carnavalesco Leandro Vieira, que mostrou sua marca: o acabamento nas alegorias. Embora tenha apresentado um conjunto alegórico mais simples, como o enredo pedia, o apreço pelas belas esculturas e o diálogo com enredo imediato foi o ponto alto.
Destaque para o carro abre-alas que trouxe a coroa imperial toda em tons dourados e cercada pela proteção de Orixás. O contraste de uma estética rústica, ancestral, com o brilho do símbolo exuberante foram uma bela solução.
De acordo comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico do Império Serrano foi exuberantes “As alegorias do Império eram belas e requintadas, não abusou do gigantismo, mas contou sua mensagem com muita competência. Abriu seu desfile com a tradicional coroa imperial e encerrou com uma linda escultura de São Jorge. A sorte foi lançada e pelo visto, vamos ter uma equilibrada disputa para o retorno ao especial… Vamos aguardar agora a abertura dos envelopes. A sorte foi lançada”.
Fantasias
Há dois anos o Império Serrano viveu um dos maiores dramas da sua história: trouxe suas tradicionais matriarcas sem as saias características.
Uma das visões mais dolorosas e sensíveis para o Imperiano mais apaixonado. Hoje, a apresentação dos figurinos da escola da Serrinha marcou a quebra de um ciclo de dor e o retorno da dignidade de suas Mães Baianas.
Uma das primeiras escolas a desenvolver a confecção de fantasias para desfilar, o Império Serrano manteve o mesmo nível das alegorias. Com uma diversidade de cores, o carnavalesco brincou com as formas geométricas, estampas diversas de forma muito harmoniosa, trazendo soluções chamativas e brilhantes. E mesmo divulgada bem antes do Carnaval, a ala das baianas da agremiação está entre um dos grandes momentos visuais.
Para Cezário, o conjunto de fantasias permitiu que a escola sonhasse alto: “O império Serrano encerrou Série Ouro sonhando alto com o enredo “Mangangá”. Nas fantasias vimos a utilização inteligente dos tecidos em padro imagens geométricas que adornaram as roupas. Uma boa surpresa foi a fuga do habitual resplendor circular com penas artificiais que tanto vimos nesses dois dias de desfiles e que apesar disso, não perderam seu charme e graciosidade em contar o enredo proposto. Destaque para ala das baianas que com sobreposições de tecidos de padronagens diferentes causou uma linda visão”.
Enredo
Segundo o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o desenvolvimento do enredo foi um grande acerto: “O Império Serrano chegou à avenida com a força de Besouro e de Ogum. O tema do enredo foi a vida de Manuel Henrique Pereira, o lendário capoeirista Baiano, conhecido pelo apelido de Besouro Mangangá. O enredo foi conduzido com maestria e com clareza em relação à compreensão. A escola estava muito bonita, merecendo destacar a última alegoria com a impactante escultura de São Jorge. Foi uma excelente apresentação”.
Samba-enredo
A obra do Império Serrano foi uma das mais ouvidas nas plataformas de streaming no pré-carnaval. Queridinho pelos acompanhantes mais assíduos, desfilou com um samba decidido dois anos antes, que teria tudo para esfriar, mas a voz de Nêgo e Igor Vianna, somadas à bateria, fizeram o casamento perfeito de um hino que já era consagrado pelos sambistas.
Para o comentarista do SRzd Cadu Zugliani, o samba-enredo do Império Serrano tem a cara da escola: “Um samba que tem o DNA do Império Serrano, molejo, gingado. Letra bem casada com a melodia com boa dose de ousadia. O samba levantou o público até os últimos setores que respondiam aos versos como em “sou eu Império da patente de Ogum'”.
Bateria
“Filho de Faísca é fogo” descendente de uma linhagem nobre de mestres de bateria, Vitinho também fez sua estreia como regente da Sinfônica do Samba.
O trabalho agradou os ouvidos mais apurados e aos amantes do agogô imperial. Com muitas bossas, o público reagiu com alegria à abertura da bateria para a passagem dos capoeiristas ao som de muitos berimbaus.
De acordo o comentarista de bateria do SRzd Cláudio Francioni, a bateria do Império teve desempenho muito competente: “Muito boa a apresentação da bateria do Império Serrano. Mestre Vitinho trouxe um ótimo equilíbrio de timbres, com marcações com afinação alta e caixas muito precisas no toque característico da escola. Executou bossas com muita pressão e competência por toda a Avenida e não só nos módulos de julgamento”.
Harmonia
A escola teve um bom desempenho. O canto se fez presente na maioria do cortejo, principalmente nas alas no meio para o final da massa imperiana. Porém, no início do desfile, algumas alas apresentaram uma certa inconstância, depois ganhou força com a passagem das alas da comunidade. Mas nada que apagasse a boa apresentação da agremiação de Madureira.
Evolução
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a evolução foi o ponto crucial do cortejo imperiano: “A escola apresentou um desfile impecável tanto em harmonia quanto em evolução. Desenvolveu o canto com garra e clareza. O entrosamento entre ritmo e melodia foi excelente. A evolução funcionou com fluidez e regularidade entre as alas. Excelente desfile”.
Ficha técnica
Enredo: Besouro Mangagá Presidente: Sandro Avellar Carnavalesco: Leandro Vieira Intérprete: Nêgo e Igor Vianna Mestre de Bateria: Vitinho Rainha de Bateria: Darlyn Ferratry Comissão de Frente: Patrick Carvalho Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Matheus Machado e Veronica Lima