Portela apresenta desfile luxuoso, mas desliza em evolução
Casa pra se respeitar! A Portela foi a segunda escola a desfilar neste sábado (23). Com o enredo Igi Osé Baobá, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, a azul e branco de Madureira apresentou na Avenida a história da árvore africana que é símbolo de ancestralidade e religiosidade. + Galeria de fotos do desfile […]
POR Caroline Gonçalves24/04/2022|11 min de leitura
Casa pra se respeitar! A Portela foi a segunda escola a desfilar neste sábado (23). Com o enredo Igi Osé Baobá, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, a azul e branco de Madureira apresentou na Avenida a história da árvore africana que é símbolo de ancestralidade e religiosidade.
Um desfile belíssimo composto por alegorias luxuosas e o samba na ponta da língua, porém, a agremiação também não ficou livre de problemas.
Fala, Rachel!
“Passou por aqui agora uma escola de samba, que sabe desfilar com alegria e espontaneidade mas de olho no relógio. Desfile com classe, que superou as limitações de um samba apenas mediano, que matou a esperança de que cresceria no desfile. Mestre Monarco, de onde está, está sorrindo de orgulho”.
Fala, Luiz!
“Uma grande escola, mas as vezes eu vejo a Portela muito acadêmica, com um enredo denso, difícil. Por exemplo, eu imaginava que a águia viria em cima do Baobá, e não veio. Mas o traço do Renato Lage fica claro, ele é um gênio, é um grande talento do Carnaval, só que não consegue emocionar. Mas fez um belíssimo carnaval e vai brigar pra ficar entre as seis, sem dúvida”.
Comissão de frente
A comissão de frente dos coreógrafos Leo Senna e Kelly Siqueira representava a origem dos Baobás. A proposta da apresentação era mostrar o retorno às origens africanas através do encontro com os antepassados.
Os integrantes apresentaram uma encenação retratando um ritual em memória aos escravizados. A comissão mostrava uma tribo chegando a uma nova região e sendo recebida por um sacerdote que era considerado um ser superior. Na recepção, eles realizavam um ritual celebrando a chegada e a conquista de uma nova casa.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Lamar e Lucinha Nobre, encantou o público com a perfeição de suas performances.
Representando a ligação do baobá entre o céu e a terra, ela usava uma fantasia nas cores azul e branco e uma saia composta por plumas em diferentes tons de marrons.
Já ele, usava um corpete e costeiro azul e uma calça também marrom, com estampas que lembravam os caules da árvore. Com um bailado clássico, o par apresentou perfeita sintonia e belíssimas apresentações.
“Um bailado clássico, apresentando os movimentos obrigatórios de forma vibrante. Marlon Lamar realizou com maestria o Meio Sapateado, plantado, sapateando e exibindo passos rápidos e pequenos. No Currupio, original, cortejou Lucinha Nobre, sem fazer o ‘beija-flor’, mas deslizando numa meia ponta, com extrema leveza. Numa lembrança do passo gentil do mestre-sala paulista, (um luxo!) elaborou gestos de braços e mãos, e movimentos de pernas que remetem ao balé. Em vários momentos de sua performance, o mestre-sala realizou “falsas quedas”, características do Voleio; muitas reverências em diferentes formatos, acompanhadas de mesuras, mesuras e fugas. Na Carrapeta, com gingado que o balançava em pêndulo, sapateou para emendar o movimento a Pegada de Mão e assim permitir que a dama rodasse com segurança no balanço. Os giros, nos dois sentidos, num Abano bem executado e acrescido de uma sútil “bandeirada” – ação personalíssima de difícil execução – foram realizados com determinação e muita segurança, pela dançarina. Ficou evidenciada a perfeita sintonia do casal, nas finalizações bem apresentadas das sequências dos movimentos coordenados e obrigatórios para a realização do bailado. Muito bonito de apreciar a performance exemplar de um bailado preservado pelo par portelense”, disse Eliane Santos, comentarista do SRzd.
Alegorias e adereços
A Portela encantou e impressionou o público por conta da riqueza e grandiosidade das alegorias. Porém, a escola teve problemas para encaixar parte de um dos carros e ele entrou na Avenida quebrado.
Abrindo o desfile, a escola trouxe uma alegoria que era composta por três carros acoplados que representavam o berço do mundo. No alto da alegoria, a águia, símbolo da escola, estava sobre um tronco do baobá representando a união entre os mundos, do céu a terra. Um gigante carro nas cores azul e branco, além de tons de dourado, evocando a ancestralidade negra.
A segunda alegoria retratava o baobá como templo e altar, ao mesmo tempo. A árvore estava no centro do carro que era composto por integrantes que representavam Orixás. No alto do carro, esculturas representavam Oxalá, o “Pai de todos” e na frente uma escultura de Xangô.
No terceiro carro havia uma enorme savana, onde os Baobás se espalhavam pelos vastos terrenos a fim de saciar os desejos de quem vivem ao redor. Com palhas e em tons de marrom, diversos animais compunham a alegoria. Apesar da beleza e do bom acabamento, na parte traseira do carro, foi possível notar uma falha. A escola teve problemas ao encaixar as duas partes de um globo que era composto por imagens de árvore e ela acabou sendo danificado.
A quarta alegoria representava a travessia no Atlântico dos negros escravizados que levavam consigo os Baobás e toda sua história e simbolismo. O carro era composto por um enorme navio negreiro com esculturas de negros acorrentados nas laterais.
Já a quinta alegoria era composta pela velha guarda da Portela e homenageava toda a ancestralidade do samba. No alto do carro, havia uma escultura de Mestre Monarco e nas laterais haviam imagens de grandes nomes que deixaram um legado no samba.
“Nas alegorias o padrão de excelência Portela foi visto de início ao fim, uma abertura colossal com três carros acoplados. Os significados de cada alegoria era claramente entendido, sem precisar de grandes auxílios das justificativas. A terceira alegoria que simbolizava a vastidão da savana, teve sérios problemas com o Globo que ficava na parte posterior, onde não foi feito o encaixe entre os dois hemisférios o que danificou a composição. Tudo lindo, mas as repetições dessa temática, trazem uma grande dificuldade de levar o público ao delírio e por consequência, conquistar o corpo de julgadores”, disse Jaime Cezario, comentarista do SRzd.
Fantasias
A Portela manteve o padrão de luxo e qualidade das alegorias também nas fantasias. Com bom acabamento e contribuindo para o fácil entendimento do desfile, a agremiação cumpriu seu papel na proposta do enredo.
“O segundo enredo da noite em sequência que a temática é baseada na arte e cultura africana. Suas fantasias estavam ricas, bem acabadas com bonito estudo de cor. Tudo no bom padrão Portela, tudo para fazer a passarela se encantar, mas com a repetição desta temática fica quase impossível para o público enlouquecer, pois desde ontem estamos vendo passar diante de nós orixás, mitologia da criação do mundo segundo a cosmogonia africana, manifestações culturais afro-brasileira. Fica difícil para o carnavalesco fazer algo que surpreenda. Aquele que conseguir, pode levar o caneco pra casa”, avaliou Cezário.
Enredo
“A Portela, a águia altaneira de Madureira, elegeu como seu enredo o Baobá, a árvore sagrada. Considerada a ‘Árvore-Mãe’ dos africanos, pois fornece alimento e água. O desfile destacou os mitos e lendas que gravitam em torno do Baobá. Noutro prisma, foi desenvolvido na Avenida a conexão da África com o Brasil mostrando como a ancestralidade negra viajou pelo Atlântico e aportou em nossas terras. Os Orixás também foram apresentados na avenida ao longo de várias alas. O entendimento do tema proposto foi muito satisfatório e a escola veio muito bela”, disse Marcelo Masô, comentarista do SRzd.
Samba-enredo
O intérprete Gilsinho defendeu o samba de autoria de Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Bira, Edmar Jr, Paulo Borges & André do Posto 7.
Apesar da harmonia e o empenho dos componentes terem sido elogiados pela comentarista Célia Souto, o também comentarista do SRzd, Cadu Zugliani, discordou e disse que a Portela merecia mais.
“O samba, criticado no pré-carnaval passou bem, mas faltou muito para ser ótimo. Muitas alas sem canto e ‘arrastando o pé’. Também não ganhou o público em nenhum momento e olha que estamos falando de uma das escolas mais populares do nosso Carnaval. Portela merece mais”, criticou Cadu.
Bateria
A bateria Tabajara do Samba realizou um ótimo desfile sob o comando do mestre Nilo Sérgio. A rainha de bateria, Bianca Monteiro, representava Otim, Orixá feminino que habita as matas.
Já os ritmistas usavam fantasias que representava Oxóssi, protetor da bateria da Portela. No entanto, o comentarista do SRzd, Cláudio Francioni, destacou que a fantasia volumosa poderia atrapalhar a sonoridade da bateria.
“A bateria da Portela fez mais um bom desfile. Com afinações altas nas marcações, um volume muito alto de caixas e uma boa frente, executou bem as bossas, não só próximos às cabines como em toda a pista. Sustentou um andamento um pouco mais pra baixo, como é sua característica. Destaque negativo para a fantasia, volumosa e com chapéus altos, o que poderia atrapalhar a sonoridade ou a comunicação visual entre ritmistas e diretores”, comentou ele.
Harmonia
Com o samba na ponta da língua, a comunidade portelense não deixou de cantar o hino deste ano em nenhum momento. Cantou forte e manteve o ritmo durante todo o desfile. Porém, o samba não levantou a arquibancada e nem empolgou o público. Segundo a comentarista do SRzd, Célia Souto, “o canto fluiu na Avenida com vibração e força devido o empenho dos componentes para cantar o samba”.
Evolução
A escola apresentou problemas na evolução já no primeiro setor da Sapucaí. O abre-alas teve dificuldade para entrar na Avenida abrindo um buraco que foi solucionado antes mesmo de atingir o primeiro módulo de jurados.
Porém, no setor 9, o abre-alas voltou a apresentar problemas e abriu outro buraco na Avenida. Para a comentarista Célia Souto, a escola não evoluiu bem: “Alas aglomeradas não evoluem com leveza e graciosidade, fazendo com que o chão se torne pesado e arrastado devido a fantasias excessivamente volumosas”, concluiu.
Ficha técnica
Enredo: “Igi Osé Baobá” Presidente: Luiz Carlos Magalhães Carnavalescos: Renato Lage e Marcia Lage Intérprete: Gilsinho Mestre de Bateria: Nilo Sergio Rainha de Bateria: Bianca Monteiro Comissão de Frente: Leo Senna e Kelly Siqueira Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marlon Lamar e Lucinha Nobre
Casa pra se respeitar! A Portela foi a segunda escola a desfilar neste sábado (23). Com o enredo Igi Osé Baobá, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, a azul e branco de Madureira apresentou na Avenida a história da árvore africana que é símbolo de ancestralidade e religiosidade.
Um desfile belíssimo composto por alegorias luxuosas e o samba na ponta da língua, porém, a agremiação também não ficou livre de problemas.
Fala, Rachel!
“Passou por aqui agora uma escola de samba, que sabe desfilar com alegria e espontaneidade mas de olho no relógio. Desfile com classe, que superou as limitações de um samba apenas mediano, que matou a esperança de que cresceria no desfile. Mestre Monarco, de onde está, está sorrindo de orgulho”.
Fala, Luiz!
“Uma grande escola, mas as vezes eu vejo a Portela muito acadêmica, com um enredo denso, difícil. Por exemplo, eu imaginava que a águia viria em cima do Baobá, e não veio. Mas o traço do Renato Lage fica claro, ele é um gênio, é um grande talento do Carnaval, só que não consegue emocionar. Mas fez um belíssimo carnaval e vai brigar pra ficar entre as seis, sem dúvida”.
Comissão de frente
A comissão de frente dos coreógrafos Leo Senna e Kelly Siqueira representava a origem dos Baobás. A proposta da apresentação era mostrar o retorno às origens africanas através do encontro com os antepassados.
Os integrantes apresentaram uma encenação retratando um ritual em memória aos escravizados. A comissão mostrava uma tribo chegando a uma nova região e sendo recebida por um sacerdote que era considerado um ser superior. Na recepção, eles realizavam um ritual celebrando a chegada e a conquista de uma nova casa.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Lamar e Lucinha Nobre, encantou o público com a perfeição de suas performances.
Representando a ligação do baobá entre o céu e a terra, ela usava uma fantasia nas cores azul e branco e uma saia composta por plumas em diferentes tons de marrons.
Já ele, usava um corpete e costeiro azul e uma calça também marrom, com estampas que lembravam os caules da árvore. Com um bailado clássico, o par apresentou perfeita sintonia e belíssimas apresentações.
“Um bailado clássico, apresentando os movimentos obrigatórios de forma vibrante. Marlon Lamar realizou com maestria o Meio Sapateado, plantado, sapateando e exibindo passos rápidos e pequenos. No Currupio, original, cortejou Lucinha Nobre, sem fazer o ‘beija-flor’, mas deslizando numa meia ponta, com extrema leveza. Numa lembrança do passo gentil do mestre-sala paulista, (um luxo!) elaborou gestos de braços e mãos, e movimentos de pernas que remetem ao balé. Em vários momentos de sua performance, o mestre-sala realizou “falsas quedas”, características do Voleio; muitas reverências em diferentes formatos, acompanhadas de mesuras, mesuras e fugas. Na Carrapeta, com gingado que o balançava em pêndulo, sapateou para emendar o movimento a Pegada de Mão e assim permitir que a dama rodasse com segurança no balanço. Os giros, nos dois sentidos, num Abano bem executado e acrescido de uma sútil “bandeirada” – ação personalíssima de difícil execução – foram realizados com determinação e muita segurança, pela dançarina. Ficou evidenciada a perfeita sintonia do casal, nas finalizações bem apresentadas das sequências dos movimentos coordenados e obrigatórios para a realização do bailado. Muito bonito de apreciar a performance exemplar de um bailado preservado pelo par portelense”, disse Eliane Santos, comentarista do SRzd.
Alegorias e adereços
A Portela encantou e impressionou o público por conta da riqueza e grandiosidade das alegorias. Porém, a escola teve problemas para encaixar parte de um dos carros e ele entrou na Avenida quebrado.
Abrindo o desfile, a escola trouxe uma alegoria que era composta por três carros acoplados que representavam o berço do mundo. No alto da alegoria, a águia, símbolo da escola, estava sobre um tronco do baobá representando a união entre os mundos, do céu a terra. Um gigante carro nas cores azul e branco, além de tons de dourado, evocando a ancestralidade negra.
A segunda alegoria retratava o baobá como templo e altar, ao mesmo tempo. A árvore estava no centro do carro que era composto por integrantes que representavam Orixás. No alto do carro, esculturas representavam Oxalá, o “Pai de todos” e na frente uma escultura de Xangô.
No terceiro carro havia uma enorme savana, onde os Baobás se espalhavam pelos vastos terrenos a fim de saciar os desejos de quem vivem ao redor. Com palhas e em tons de marrom, diversos animais compunham a alegoria. Apesar da beleza e do bom acabamento, na parte traseira do carro, foi possível notar uma falha. A escola teve problemas ao encaixar as duas partes de um globo que era composto por imagens de árvore e ela acabou sendo danificado.
A quarta alegoria representava a travessia no Atlântico dos negros escravizados que levavam consigo os Baobás e toda sua história e simbolismo. O carro era composto por um enorme navio negreiro com esculturas de negros acorrentados nas laterais.
Já a quinta alegoria era composta pela velha guarda da Portela e homenageava toda a ancestralidade do samba. No alto do carro, havia uma escultura de Mestre Monarco e nas laterais haviam imagens de grandes nomes que deixaram um legado no samba.
“Nas alegorias o padrão de excelência Portela foi visto de início ao fim, uma abertura colossal com três carros acoplados. Os significados de cada alegoria era claramente entendido, sem precisar de grandes auxílios das justificativas. A terceira alegoria que simbolizava a vastidão da savana, teve sérios problemas com o Globo que ficava na parte posterior, onde não foi feito o encaixe entre os dois hemisférios o que danificou a composição. Tudo lindo, mas as repetições dessa temática, trazem uma grande dificuldade de levar o público ao delírio e por consequência, conquistar o corpo de julgadores”, disse Jaime Cezario, comentarista do SRzd.
Fantasias
A Portela manteve o padrão de luxo e qualidade das alegorias também nas fantasias. Com bom acabamento e contribuindo para o fácil entendimento do desfile, a agremiação cumpriu seu papel na proposta do enredo.
“O segundo enredo da noite em sequência que a temática é baseada na arte e cultura africana. Suas fantasias estavam ricas, bem acabadas com bonito estudo de cor. Tudo no bom padrão Portela, tudo para fazer a passarela se encantar, mas com a repetição desta temática fica quase impossível para o público enlouquecer, pois desde ontem estamos vendo passar diante de nós orixás, mitologia da criação do mundo segundo a cosmogonia africana, manifestações culturais afro-brasileira. Fica difícil para o carnavalesco fazer algo que surpreenda. Aquele que conseguir, pode levar o caneco pra casa”, avaliou Cezário.
Enredo
“A Portela, a águia altaneira de Madureira, elegeu como seu enredo o Baobá, a árvore sagrada. Considerada a ‘Árvore-Mãe’ dos africanos, pois fornece alimento e água. O desfile destacou os mitos e lendas que gravitam em torno do Baobá. Noutro prisma, foi desenvolvido na Avenida a conexão da África com o Brasil mostrando como a ancestralidade negra viajou pelo Atlântico e aportou em nossas terras. Os Orixás também foram apresentados na avenida ao longo de várias alas. O entendimento do tema proposto foi muito satisfatório e a escola veio muito bela”, disse Marcelo Masô, comentarista do SRzd.
Samba-enredo
O intérprete Gilsinho defendeu o samba de autoria de Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Bira, Edmar Jr, Paulo Borges & André do Posto 7.
Apesar da harmonia e o empenho dos componentes terem sido elogiados pela comentarista Célia Souto, o também comentarista do SRzd, Cadu Zugliani, discordou e disse que a Portela merecia mais.
“O samba, criticado no pré-carnaval passou bem, mas faltou muito para ser ótimo. Muitas alas sem canto e ‘arrastando o pé’. Também não ganhou o público em nenhum momento e olha que estamos falando de uma das escolas mais populares do nosso Carnaval. Portela merece mais”, criticou Cadu.
Bateria
A bateria Tabajara do Samba realizou um ótimo desfile sob o comando do mestre Nilo Sérgio. A rainha de bateria, Bianca Monteiro, representava Otim, Orixá feminino que habita as matas.
Já os ritmistas usavam fantasias que representava Oxóssi, protetor da bateria da Portela. No entanto, o comentarista do SRzd, Cláudio Francioni, destacou que a fantasia volumosa poderia atrapalhar a sonoridade da bateria.
“A bateria da Portela fez mais um bom desfile. Com afinações altas nas marcações, um volume muito alto de caixas e uma boa frente, executou bem as bossas, não só próximos às cabines como em toda a pista. Sustentou um andamento um pouco mais pra baixo, como é sua característica. Destaque negativo para a fantasia, volumosa e com chapéus altos, o que poderia atrapalhar a sonoridade ou a comunicação visual entre ritmistas e diretores”, comentou ele.
Harmonia
Com o samba na ponta da língua, a comunidade portelense não deixou de cantar o hino deste ano em nenhum momento. Cantou forte e manteve o ritmo durante todo o desfile. Porém, o samba não levantou a arquibancada e nem empolgou o público. Segundo a comentarista do SRzd, Célia Souto, “o canto fluiu na Avenida com vibração e força devido o empenho dos componentes para cantar o samba”.
Evolução
A escola apresentou problemas na evolução já no primeiro setor da Sapucaí. O abre-alas teve dificuldade para entrar na Avenida abrindo um buraco que foi solucionado antes mesmo de atingir o primeiro módulo de jurados.
Porém, no setor 9, o abre-alas voltou a apresentar problemas e abriu outro buraco na Avenida. Para a comentarista Célia Souto, a escola não evoluiu bem: “Alas aglomeradas não evoluem com leveza e graciosidade, fazendo com que o chão se torne pesado e arrastado devido a fantasias excessivamente volumosas”, concluiu.
Ficha técnica
Enredo: “Igi Osé Baobá” Presidente: Luiz Carlos Magalhães Carnavalescos: Renato Lage e Marcia Lage Intérprete: Gilsinho Mestre de Bateria: Nilo Sergio Rainha de Bateria: Bianca Monteiro Comissão de Frente: Leo Senna e Kelly Siqueira Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marlon Lamar e Lucinha Nobre