Dom e Bruno: Sapucaí já alertou o mundo dos perigos aos defensores da floresta
A Polícia Federal concluiu, neste quarta-feira (15), o caso de repercussão mundial envolvendo as execuções do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira. Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho deste ano. Nesta noite, o ministro da Justiça, Anderson Torres, confirmou que a PF encontrou restos humanos no local indicado […]
POR Redação SRzd16/06/2022|4 min de leitura
Dom e Bruno: Sapucaí cantou Chico Mendes, assassinado por defender a floresta. Foto: Reprodução do Twitter
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A Polícia Federal concluiu, neste quarta-feira (15), o caso de repercussão mundial envolvendo as execuções do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.
Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho deste ano. Nesta noite, o ministro da Justiça, Anderson Torres, confirmou que a PF encontrou restos humanos no local indicado pelos suspeitos.
Os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, confessaram envolvimento no assassinato deles, na região do Vale do Javari, na Amazônia.
Pereira e Phillips foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados. A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região. Segunda maior reserva indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia, como o tráfico de drogas, o roubo de madeira e avanço do garimpo ilegal.
Antes de sumir, Pereira era servidor licenciado da Funai, a Fundação Nacional do Índio. Ele e Phillips haviam partido da Comunidade São Rafael em uma viagem rumo a Atalaia do Norte, mas eles não chegaram ao destino.
Segundo o jornal britânico The Guardian, do qual Phillips era colaborador, o repórter estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente. Ele morava em Salvador, capital da Bahia, e escrevia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos. O profissional também publicou artigos em outras publicações de grande relevância global, como Washington Post, The New York Times e Financial Times.
Carnaval alertou há décadas dos perigos para quem protege a floresta
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista político que lutou em favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, cuja subsistência dependia da preservação da floresta e das seringueiras nativas.
Sua atuação lhe trouxe reconhecimento internacional, ao mesmo tempo que provocou a ira dos grandes fazendeiros locais, que o assassinaram.
Entre 1987 e 1988, Chico Mendes foi premiado por seu ativismo, recebendo o Global 500 da Organização das Nações Unidas, na Inglaterra, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos.
Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, quando saía para tomar banho, disparados por Darci Alves, que cumpria ordens de seu pai, Darly Alves, grileiro de terras da região.
Após a sua morte, prêmios, parques, institutos e memoriais foram criados para divulgar seu legado e homenagear o líder seringueiro.
Sua história e as ameaças ao conjunto natural da Amazônia foram retratadas na Marquês de Sapucaí, palco maior da cultura popular brasileira, no ano de 1991, num desfile da escola de samba Lins Imperial, batizado de “Chico Mendes, o arauto da natureza”. O samba para contar a história de Chico foi assinado pelos compositores João Banana, Serjão, Jorge Paulo e Tuca. Os versos, de décadas atrás, nunca pareceram tão atuais.
“Quanta maldade é ver O homem destruir O que hoje encanta A Sapucaí
Amazônia Que verde encantador Fauna tão linda Um verdadeiro festival de cor Terra rica em frutos e pesca Chico foi o mensageiro Em defesa da floresta
Os invasores, por ambição Calaram Chico Dando seqüência à destruição
Kararaô O grito forte do índio ecoou Kararaô (bis) A natureza inteira despertou
Voa pássaro da paz Voa livre e vai mostrar Que essa área verde existe Para o mundo respirar Para o mundo respirar”
A Polícia Federal concluiu, neste quarta-feira (15), o caso de repercussão mundial envolvendo as execuções do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.
Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho deste ano. Nesta noite, o ministro da Justiça, Anderson Torres, confirmou que a PF encontrou restos humanos no local indicado pelos suspeitos.
Os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, confessaram envolvimento no assassinato deles, na região do Vale do Javari, na Amazônia.
Pereira e Phillips foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados. A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região. Segunda maior reserva indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia, como o tráfico de drogas, o roubo de madeira e avanço do garimpo ilegal.
Antes de sumir, Pereira era servidor licenciado da Funai, a Fundação Nacional do Índio. Ele e Phillips haviam partido da Comunidade São Rafael em uma viagem rumo a Atalaia do Norte, mas eles não chegaram ao destino.
Segundo o jornal britânico The Guardian, do qual Phillips era colaborador, o repórter estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente. Ele morava em Salvador, capital da Bahia, e escrevia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos. O profissional também publicou artigos em outras publicações de grande relevância global, como Washington Post, The New York Times e Financial Times.
Carnaval alertou há décadas dos perigos para quem protege a floresta
Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista político que lutou em favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, cuja subsistência dependia da preservação da floresta e das seringueiras nativas.
Sua atuação lhe trouxe reconhecimento internacional, ao mesmo tempo que provocou a ira dos grandes fazendeiros locais, que o assassinaram.
Entre 1987 e 1988, Chico Mendes foi premiado por seu ativismo, recebendo o Global 500 da Organização das Nações Unidas, na Inglaterra, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos.
Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, quando saía para tomar banho, disparados por Darci Alves, que cumpria ordens de seu pai, Darly Alves, grileiro de terras da região.
Após a sua morte, prêmios, parques, institutos e memoriais foram criados para divulgar seu legado e homenagear o líder seringueiro.
Sua história e as ameaças ao conjunto natural da Amazônia foram retratadas na Marquês de Sapucaí, palco maior da cultura popular brasileira, no ano de 1991, num desfile da escola de samba Lins Imperial, batizado de “Chico Mendes, o arauto da natureza”. O samba para contar a história de Chico foi assinado pelos compositores João Banana, Serjão, Jorge Paulo e Tuca. Os versos, de décadas atrás, nunca pareceram tão atuais.
“Quanta maldade é ver O homem destruir O que hoje encanta A Sapucaí
Amazônia Que verde encantador Fauna tão linda Um verdadeiro festival de cor Terra rica em frutos e pesca Chico foi o mensageiro Em defesa da floresta
Os invasores, por ambição Calaram Chico Dando seqüência à destruição
Kararaô O grito forte do índio ecoou Kararaô (bis) A natureza inteira despertou
Voa pássaro da paz Voa livre e vai mostrar Que essa área verde existe Para o mundo respirar Para o mundo respirar”