Ponte: Cantando Irmã Dulce, escola não empolga, corre no final e estoura o tempo
Terceira escola a desfilar na noite dessa quarta-feira (20), a Unidos da Ponte trouxe para a Avenida o enredo Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia e mostrou a história da freira que virou santa de forma simples, mas satisfatória. + Galeria de fotos do desfile da Unidos da Ponte Os carnavalescos […]
POR Amanda Rocha21/04/2022|9 min de leitura
Terceira escola a desfilar na noite dessa quarta-feira (20), a Unidos da Ponte trouxe para a Avenida o enredo Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia e mostrou a história da freira que virou santa de forma simples, mas satisfatória.
Os carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques encontraram um ótimo jeito de apresentar a beata canonizada para o público e, apesar de alguns tropeços, a escola atravessou a Sapucaí muito bem.
Fala, Rachel!
“Tenho a sensação de que o samba não conseguiu empolgar os componentes, que não cantavam o samba com o ardor necessário. O samba, por sua vez, não rendeu. Talvez o desânimo se justifique pela longa espera na concentração. O conjunto visual também deixou a desejar, sem unidade ou coerência.”
Fala, Luiz!
“A Ponte não teve originalidade alguma. Plasticamente bonita, mas um repeteco e com uma leitura muita fraca. Um enredo comum, que não passou a imagem. Não fez um grande desfile”.
Comissão de frente
Desfile Ponte 2022. Fotos: Juliana Dias/SRzdA comissão de Valci Pelé levou para a Avenida uma proposta simples que contemplou o enredo com muita facilidade e coerência. Com o auxílio de um tripé, os bailarinos desenvolveram uma coreografia de movimentos básicos e fortes que surpreendeu o público ao revelar alguns elementos surpresa.
Segundo o comentarista do SRzd Marcio Moura, a comissão da Unidos da Ponte teve uma coreografia sem complexidades, mas o quesito se destacou na interação com o público:
“Valci Pelé tem uma longa e vitoriosa história como diretor de passistas. Como coreógrafo de Comissão de Frente da Unidos da Ponte tem a responsabilidade de homenagear Irmã Dulce, a santa dos pobres. Com uma coreografia sem muita complexidade, aposta na teatralidade para passar seu recado. E cumpre em absoluto sua função. A imagem clássica da “Santa Dulce” que protege e abençoa. Elemento cênico (casebre) e figurino conversam muito bem entre si. Dois momentos a destacar com a interação do publico: o surgimento dos anjos e a elevação de irmã Dulce numa clara alusão a sua beatificação”, comentou.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
O casal Yuri Souza e Camyla Nascimento mostrou o verdadeiro sentido da palavra resiliência ao terem uma rápida recuperação após a queda da porta-bandeira em frente a primeira cabine julgadora. Apesar desse tropeço, ambos se mantiveram sorridentes e demonstraram total sincronia e cuidado um pelo outro, e amor ao seu pavilhão, o que arrancou aplausos e gritos de apoio da arquibancada.
Segundo a comentarista do SRzd Eliane Santos, o casal da Unidos da Ponte teve um bailado natural e movimentos harmoniosos:
“Mestre-Sala e Porta-Bandeira Superando o ocorrido diante da primeira cabine de julgadores, quando aconteceu uma quebra dos movimentos na coreografia da porta-bandeira, por ter sofrido uma queda devido a uma interferência no piso do espaço destinado a dança, o casal bailou pela passarela e diante da cabine seguinte, com naturalidade, desenvolvendo os movimentos obrigatórios com harmonia e extrema delicadeza. Camyla Nascimento realizou os giros no Abano com galhardia e segurança. A postura do mestre-sala Emanuel Lima, altivo e determinado, se ratificou na maneira como conduziu a dança e protegeu a dama. Observou-se a desenvoltura com que, o dançarino desenvolveu os movimentos obrigatórios em perfeita sincronização com a performance da porta-bandeira. Sempre emocionante de ver o bailado deste par, que é o segundo casal da Portela”, destacou.
Alegorias e adereços
As alegorias da Unidos da Ponte surpreenderam positivamente ao apresentarem bom acabamento e beleza, mesmo que em alguns momentos repetições tenham sido identificadas.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico entregou esses aspectos: “As alegorias estavam com bom acabamento e foram melhores na tradução do significado do que foi informado mas, no geral, houve uma repetição grande de elementos sacros durante o desfile,” avaliou.
Fantasias
As fantasias, em sua maioria, não possuíram grande volume e traziam a simplicidade que todo o restante da escola apresentou. Com cores de tons variados, as vestimentas conseguiram traduzir bem a mensagem que a escola se propôs a passar.
Porém, segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto de fantasias da Ponte “trouxe um conjunto de fantasias que, no geral, não traduziram os assuntos informados na sua defesa de enredo”.
Enredo
Homenageando Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Santa Dulce, a Unidos da Ponte entregou todo o amor e a paz que a peregrina transmitia em suas ações, tendo contemplado sua história da melhor forma possível.
Segundo o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o desenvolvimento do enredo da escola tal foi satisfatório: “A Unidos da Ponte trouxe para a avenida a vida de Irmã Dulce, a qual foi dedicada aos pobres em amor incondicional. A escola desenvolveu com competência a conexão da vida religiosa da “Santa Dulce dos Pobres” com a Bahia, embora tenha adotado plasticidade visual simples para as alas. Foi de fácil compreensão a divisão dos setores. A primeira parte do desfile dedicada à Irmã Dulce, ao seu amor solidário aos pobres e a segunda dedicada à cultura da Bahia, esta inerente à Santa Dulce dos Pobres. Destaque para a última alegoria, a qual congregou com efetividade os principais elementos do enredo”, explicou.
Samba-enredo
Apesar de ser um samba fácil, não empolgou a arquibancada e não teve um bom desempenho na passagem pela Sapucaí. Além disso, os componentes também não estiveram animados ao cantar o hino ao longo do cortejo.
Segundo o comentarista do SRzd Cadu Zugliani, o samba-enredo da escola teve desempenho razoável na Avenida:
“Samba da Unidos da Ponte é um daqueles que chamamos de “funcional”. Bem longe de ser brilhante, teve que passar um pouco mais acelerado para dar mais vida ao desfile. Não me agradou no geral, o carro de som tentou passar força mas a obra não ajudou muito. o mais fraco até o momento”, ponderou.
Bateria
Pode-se dizer que a bateria foi o quesito de maior destaque do desfile da Unidos da Ponte. Mestre Branco Ribeiro fez uma brilhante estreia e empolgou o público com um ótimo andamento, efeitos e coreografias muito bem ensaiadas.
Segundo o comentarista do SRzd Cláudio Francioni, a bateria da escola teve um bom desempenho:
“Um bom desfile da tradicional bateria da Unidos da Ponte. Em seu primeiro ano, Mestre Branco Ribeiro apostou em uma sonoridade leve, com afinações altas nas marcações e uma grande quantidade de caixas. Sustentaram bem o andamento e executaram todas as bossas e convenções com precisão, ou em frente às cabines, ou pouco antes das mesmas, já no campo de avaliação do julgador”, elogiou.
Harmonia
No quesito harmonia os componentes mais comprometidos com o canto eram os dos carros, o empenho e naturalidade com que eles levaram o desfile contagiaram as arquibancadas.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a harmonia da escola tal foi excelente: “A escola apresentou um excelente desfile, clareza no canto, componentes comprometidos em cantar o samba na sua totalidade, ótima sincronia entre ritmo e melodia. O canto soou forte e fluiu durante todo o desfile”, destacou.
Evolução
Com alguns buracos abertos ao longo do desfile, a Unidos da Ponte conseguiu evoluir com naturalidade, mas o final corrido fez com que a escola estourasse um minuto em seu desfile. Segundo a comentarista Célia Souto, a evolução da escola, tirando estes imprevistos, se desenvolveu bem: “Ótimo desempenho, apenas uma leve dispersão entre a ala que antecede a bateria, no mais, um excelente desempenho no ritmo da escola”.
Ficha técnica
Enredo: Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia Presidente: Gustavo Barros Carnavalesco: Guilherme Diniz e Rodrigo Barros Intérprete: Charles Silva Mestre de Bateria: Mestre Branco Ribeiro Rainha de Bateria: Lili Tudão Comissão de Frente: Valci Pelé Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Yuri Souza e Camyla Nascimento
Terceira escola a desfilar na noite dessa quarta-feira (20), a Unidos da Ponte trouxe para a Avenida o enredo Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia e mostrou a história da freira que virou santa de forma simples, mas satisfatória.
Os carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques encontraram um ótimo jeito de apresentar a beata canonizada para o público e, apesar de alguns tropeços, a escola atravessou a Sapucaí muito bem.
Fala, Rachel!
“Tenho a sensação de que o samba não conseguiu empolgar os componentes, que não cantavam o samba com o ardor necessário. O samba, por sua vez, não rendeu. Talvez o desânimo se justifique pela longa espera na concentração. O conjunto visual também deixou a desejar, sem unidade ou coerência.”
Fala, Luiz!
“A Ponte não teve originalidade alguma. Plasticamente bonita, mas um repeteco e com uma leitura muita fraca. Um enredo comum, que não passou a imagem. Não fez um grande desfile”.
Comissão de frente
Desfile Ponte 2022. Fotos: Juliana Dias/SRzdA comissão de Valci Pelé levou para a Avenida uma proposta simples que contemplou o enredo com muita facilidade e coerência. Com o auxílio de um tripé, os bailarinos desenvolveram uma coreografia de movimentos básicos e fortes que surpreendeu o público ao revelar alguns elementos surpresa.
Segundo o comentarista do SRzd Marcio Moura, a comissão da Unidos da Ponte teve uma coreografia sem complexidades, mas o quesito se destacou na interação com o público:
“Valci Pelé tem uma longa e vitoriosa história como diretor de passistas. Como coreógrafo de Comissão de Frente da Unidos da Ponte tem a responsabilidade de homenagear Irmã Dulce, a santa dos pobres. Com uma coreografia sem muita complexidade, aposta na teatralidade para passar seu recado. E cumpre em absoluto sua função. A imagem clássica da “Santa Dulce” que protege e abençoa. Elemento cênico (casebre) e figurino conversam muito bem entre si. Dois momentos a destacar com a interação do publico: o surgimento dos anjos e a elevação de irmã Dulce numa clara alusão a sua beatificação”, comentou.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
O casal Yuri Souza e Camyla Nascimento mostrou o verdadeiro sentido da palavra resiliência ao terem uma rápida recuperação após a queda da porta-bandeira em frente a primeira cabine julgadora. Apesar desse tropeço, ambos se mantiveram sorridentes e demonstraram total sincronia e cuidado um pelo outro, e amor ao seu pavilhão, o que arrancou aplausos e gritos de apoio da arquibancada.
Segundo a comentarista do SRzd Eliane Santos, o casal da Unidos da Ponte teve um bailado natural e movimentos harmoniosos:
“Mestre-Sala e Porta-Bandeira Superando o ocorrido diante da primeira cabine de julgadores, quando aconteceu uma quebra dos movimentos na coreografia da porta-bandeira, por ter sofrido uma queda devido a uma interferência no piso do espaço destinado a dança, o casal bailou pela passarela e diante da cabine seguinte, com naturalidade, desenvolvendo os movimentos obrigatórios com harmonia e extrema delicadeza. Camyla Nascimento realizou os giros no Abano com galhardia e segurança. A postura do mestre-sala Emanuel Lima, altivo e determinado, se ratificou na maneira como conduziu a dança e protegeu a dama. Observou-se a desenvoltura com que, o dançarino desenvolveu os movimentos obrigatórios em perfeita sincronização com a performance da porta-bandeira. Sempre emocionante de ver o bailado deste par, que é o segundo casal da Portela”, destacou.
Alegorias e adereços
As alegorias da Unidos da Ponte surpreenderam positivamente ao apresentarem bom acabamento e beleza, mesmo que em alguns momentos repetições tenham sido identificadas.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico entregou esses aspectos: “As alegorias estavam com bom acabamento e foram melhores na tradução do significado do que foi informado mas, no geral, houve uma repetição grande de elementos sacros durante o desfile,” avaliou.
Fantasias
As fantasias, em sua maioria, não possuíram grande volume e traziam a simplicidade que todo o restante da escola apresentou. Com cores de tons variados, as vestimentas conseguiram traduzir bem a mensagem que a escola se propôs a passar.
Porém, segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto de fantasias da Ponte “trouxe um conjunto de fantasias que, no geral, não traduziram os assuntos informados na sua defesa de enredo”.
Enredo
Homenageando Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Santa Dulce, a Unidos da Ponte entregou todo o amor e a paz que a peregrina transmitia em suas ações, tendo contemplado sua história da melhor forma possível.
Segundo o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o desenvolvimento do enredo da escola tal foi satisfatório: “A Unidos da Ponte trouxe para a avenida a vida de Irmã Dulce, a qual foi dedicada aos pobres em amor incondicional. A escola desenvolveu com competência a conexão da vida religiosa da “Santa Dulce dos Pobres” com a Bahia, embora tenha adotado plasticidade visual simples para as alas. Foi de fácil compreensão a divisão dos setores. A primeira parte do desfile dedicada à Irmã Dulce, ao seu amor solidário aos pobres e a segunda dedicada à cultura da Bahia, esta inerente à Santa Dulce dos Pobres. Destaque para a última alegoria, a qual congregou com efetividade os principais elementos do enredo”, explicou.
Samba-enredo
Apesar de ser um samba fácil, não empolgou a arquibancada e não teve um bom desempenho na passagem pela Sapucaí. Além disso, os componentes também não estiveram animados ao cantar o hino ao longo do cortejo.
Segundo o comentarista do SRzd Cadu Zugliani, o samba-enredo da escola teve desempenho razoável na Avenida:
“Samba da Unidos da Ponte é um daqueles que chamamos de “funcional”. Bem longe de ser brilhante, teve que passar um pouco mais acelerado para dar mais vida ao desfile. Não me agradou no geral, o carro de som tentou passar força mas a obra não ajudou muito. o mais fraco até o momento”, ponderou.
Bateria
Pode-se dizer que a bateria foi o quesito de maior destaque do desfile da Unidos da Ponte. Mestre Branco Ribeiro fez uma brilhante estreia e empolgou o público com um ótimo andamento, efeitos e coreografias muito bem ensaiadas.
Segundo o comentarista do SRzd Cláudio Francioni, a bateria da escola teve um bom desempenho:
“Um bom desfile da tradicional bateria da Unidos da Ponte. Em seu primeiro ano, Mestre Branco Ribeiro apostou em uma sonoridade leve, com afinações altas nas marcações e uma grande quantidade de caixas. Sustentaram bem o andamento e executaram todas as bossas e convenções com precisão, ou em frente às cabines, ou pouco antes das mesmas, já no campo de avaliação do julgador”, elogiou.
Harmonia
No quesito harmonia os componentes mais comprometidos com o canto eram os dos carros, o empenho e naturalidade com que eles levaram o desfile contagiaram as arquibancadas.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a harmonia da escola tal foi excelente: “A escola apresentou um excelente desfile, clareza no canto, componentes comprometidos em cantar o samba na sua totalidade, ótima sincronia entre ritmo e melodia. O canto soou forte e fluiu durante todo o desfile”, destacou.
Evolução
Com alguns buracos abertos ao longo do desfile, a Unidos da Ponte conseguiu evoluir com naturalidade, mas o final corrido fez com que a escola estourasse um minuto em seu desfile. Segundo a comentarista Célia Souto, a evolução da escola, tirando estes imprevistos, se desenvolveu bem: “Ótimo desempenho, apenas uma leve dispersão entre a ala que antecede a bateria, no mais, um excelente desempenho no ritmo da escola”.
Ficha técnica
Enredo: Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia Presidente: Gustavo Barros Carnavalesco: Guilherme Diniz e Rodrigo Barros Intérprete: Charles Silva Mestre de Bateria: Mestre Branco Ribeiro Rainha de Bateria: Lili Tudão Comissão de Frente: Valci Pelé Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Yuri Souza e Camyla Nascimento