Leia a sinopse do enredo da Acari para 2025

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Rio. A União do Parque Acari se prepara o desfile na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2025 com o enredo Cordas de Prata: o retrato musical do povo e promete trazer à avenida um personagem íntimo e fundamental da história cultural do país: o violão. Com autoria do carnavalesco Guilherme Estevão, “o enredo destaca o violão como […]

POR Redação SRzd05/07/2024|4 min de leitura

Leia a sinopse do enredo da Acari para 2025
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Rio. A União do Parque Acari se prepara o desfile na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2025 com o enredo Cordas de Prata: o retrato musical do povo e promete trazer à avenida um personagem íntimo e fundamental da história cultural do país: o violão.

Com autoria do carnavalesco Guilherme Estevão, “o enredo destaca o violão como a imagem musicada da cultura brasileira. Estevão apresenta o instrumento em sua jornada desde uma ferramenta das elites até se tornar o companheiro dos causos populares, o som das romarias, das festas e cantorias, e o protagonista de movimentos culturais que eternizam sentimentos no dedilhar de mestres e poetas”, informou a escola que divulgou a sinopse na íntegra:

“Um dia viram um artesão colhendo raios de lua

Para fazer minhas cordas de prata,

Que vibravam e esticavam, amarrando o tempo.

Musicando o vento, encantando quem passava.

Dedilhava sobre madeira de pinho

E por esse caminho minha vida se formava.

Esse artista foi visto de maneiras diferentes,

Pelo olhar de tanta gente, várias histórias se contavam.

Ninguém sabe minha verdadeira origem

Pois em cada canto, por cada povo,

Construíram minhas rotas

Ganhando, assim, tantos nomes e formas

Sempre guiadas pelo valor de cada cultura,

Pelo som de minhas notas.

Talvez o artesão fosse um Deus,

Como me contaram, um dia, na Índia.

Como “veena” por Shiva fui tocada,

E aos poetas ensinava os acordes que do instrumento sairia

Formaram “sitares”, me levando a todos os lugares

Usando penas para vibrar suas melodias.

Dizem também que meus artífices eram Árabes,

Acompanhei Mouros viajantes em conquistas e cruzadas,

Com sua arte fui tatuada,

Por arabescos e filigranas em minha caixa

Sendo “oud” e, depois a latina “guitarra”.

Tantos braços e tantas cordas ganhei

Ao longo dessa jornada.

Chegaria, finalmente, na Europa onde ainda fui adornada.

Em feiras medievais, cantigas eu acompanhava

Sendo o tom dos alaúdes, o som da poesia cantada

No trobar dos trovadores, no teatro de padres e pastores,

Na interpretação dos atores, na serenata de tantos amores.

Como “viola” encantei as cortes

Mas no “novo mundo” minha vida seria transformada.

Cheguei em território tupiniquim como linguagem “erudita”,

Como ferramenta jesuíta para catequizar os donos dessa terra.

Nesse período de cruel dominação,

Bandeirantes exploravam esse chão, me levando em mãos,

Escravizando e dizimando como em guerra.

Mas ao poucos, esse tão sofrido povo me assumiria

Unindo a nossa alegria como símbolo dessa nação

Orientando cordéis e romarias; festas e cantorias

De repentistas do sertão

Acompanhando do fole, da sanfona e o cancioneiro

Me tornei um grande brasileiro,

O tão querido, de nome bonito: “violão”!

Por aqui me vi popular,

Passando a estar em todo lugar pelo apreço dessa gente.

Em ponteios caipiras, nas caravanas de ciganos,

Em sonetos gaúchos, em cortejos africanos,

O som de maxixes e modinhas,

O choro e a boemia dos malandros.

Me acusaram de vadio, vagando devagar,

Andando por bailes e ruas, por tantas mãos, de bar em bar,

Tocando uma canção qualquer, só por cantar

Escutando a alma dos músicos, que apertam ao seu peito

O bojo perfeito “compondo” a solidão e o prazer de amar

Desta maneira, virei a marca da cultura popular

E passei a ensinar, também, o povo a sambar.

Pelas mãos do sambista, lutei pela alcunha de artista

Contra preconceitos, integrando novos gêneros e conceitos.

Reafirmando a vocação de um país tropicalista,

Fiz uma bossa nova em sua musicalidade

E emoldurei para a eternidade tantos poetas e poetisas.

Declamei às rosas de Noel e Cartola;

Acompanhei o bandolim de Arlindo, o “Cavaquinho” e o “Viola”

Os prazeres de Heitor e o dedilhar de Yamandú e Toninho;

Estive nos braços de Nara e Powell mundo afora

O som da madeira de “Carvalho”, “Pinheiro” e Nogueira

Com meus “Tons” estive perto de Vinicius e João Gilberto

Fui “Luz” de Caymmi, de Caetano, Rita e Gil

Estive “Alceu” “grande encontro” com “novos baianos”

Sendo o maior companheiro de um Brasil”.

* Texto: Guilherme Estevão;

*Pesquisa: Guilherme Estevão, Sthefanye Paz e Caio Araújo.

Em 2025, a União do Parque Acari, representada por suas cores amarelo, rosa e branco, será a segunda agremiação a desfilar no segundo dia dos desfiles, 3 de março, pela Série Ouro.

Folia

Rio. A União do Parque Acari se prepara o desfile na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2025 com o enredo Cordas de Prata: o retrato musical do povo e promete trazer à avenida um personagem íntimo e fundamental da história cultural do país: o violão.

Com autoria do carnavalesco Guilherme Estevão, “o enredo destaca o violão como a imagem musicada da cultura brasileira. Estevão apresenta o instrumento em sua jornada desde uma ferramenta das elites até se tornar o companheiro dos causos populares, o som das romarias, das festas e cantorias, e o protagonista de movimentos culturais que eternizam sentimentos no dedilhar de mestres e poetas”, informou a escola que divulgou a sinopse na íntegra:

“Um dia viram um artesão colhendo raios de lua

Para fazer minhas cordas de prata,

Que vibravam e esticavam, amarrando o tempo.

Musicando o vento, encantando quem passava.

Dedilhava sobre madeira de pinho

E por esse caminho minha vida se formava.

Esse artista foi visto de maneiras diferentes,

Pelo olhar de tanta gente, várias histórias se contavam.

Ninguém sabe minha verdadeira origem

Pois em cada canto, por cada povo,

Construíram minhas rotas

Ganhando, assim, tantos nomes e formas

Sempre guiadas pelo valor de cada cultura,

Pelo som de minhas notas.

Talvez o artesão fosse um Deus,

Como me contaram, um dia, na Índia.

Como “veena” por Shiva fui tocada,

E aos poetas ensinava os acordes que do instrumento sairia

Formaram “sitares”, me levando a todos os lugares

Usando penas para vibrar suas melodias.

Dizem também que meus artífices eram Árabes,

Acompanhei Mouros viajantes em conquistas e cruzadas,

Com sua arte fui tatuada,

Por arabescos e filigranas em minha caixa

Sendo “oud” e, depois a latina “guitarra”.

Tantos braços e tantas cordas ganhei

Ao longo dessa jornada.

Chegaria, finalmente, na Europa onde ainda fui adornada.

Em feiras medievais, cantigas eu acompanhava

Sendo o tom dos alaúdes, o som da poesia cantada

No trobar dos trovadores, no teatro de padres e pastores,

Na interpretação dos atores, na serenata de tantos amores.

Como “viola” encantei as cortes

Mas no “novo mundo” minha vida seria transformada.

Cheguei em território tupiniquim como linguagem “erudita”,

Como ferramenta jesuíta para catequizar os donos dessa terra.

Nesse período de cruel dominação,

Bandeirantes exploravam esse chão, me levando em mãos,

Escravizando e dizimando como em guerra.

Mas ao poucos, esse tão sofrido povo me assumiria

Unindo a nossa alegria como símbolo dessa nação

Orientando cordéis e romarias; festas e cantorias

De repentistas do sertão

Acompanhando do fole, da sanfona e o cancioneiro

Me tornei um grande brasileiro,

O tão querido, de nome bonito: “violão”!

Por aqui me vi popular,

Passando a estar em todo lugar pelo apreço dessa gente.

Em ponteios caipiras, nas caravanas de ciganos,

Em sonetos gaúchos, em cortejos africanos,

O som de maxixes e modinhas,

O choro e a boemia dos malandros.

Me acusaram de vadio, vagando devagar,

Andando por bailes e ruas, por tantas mãos, de bar em bar,

Tocando uma canção qualquer, só por cantar

Escutando a alma dos músicos, que apertam ao seu peito

O bojo perfeito “compondo” a solidão e o prazer de amar

Desta maneira, virei a marca da cultura popular

E passei a ensinar, também, o povo a sambar.

Pelas mãos do sambista, lutei pela alcunha de artista

Contra preconceitos, integrando novos gêneros e conceitos.

Reafirmando a vocação de um país tropicalista,

Fiz uma bossa nova em sua musicalidade

E emoldurei para a eternidade tantos poetas e poetisas.

Declamei às rosas de Noel e Cartola;

Acompanhei o bandolim de Arlindo, o “Cavaquinho” e o “Viola”

Os prazeres de Heitor e o dedilhar de Yamandú e Toninho;

Estive nos braços de Nara e Powell mundo afora

O som da madeira de “Carvalho”, “Pinheiro” e Nogueira

Com meus “Tons” estive perto de Vinicius e João Gilberto

Fui “Luz” de Caymmi, de Caetano, Rita e Gil

Estive “Alceu” “grande encontro” com “novos baianos”

Sendo o maior companheiro de um Brasil”.

* Texto: Guilherme Estevão;

*Pesquisa: Guilherme Estevão, Sthefanye Paz e Caio Araújo.

Em 2025, a União do Parque Acari, representada por suas cores amarelo, rosa e branco, será a segunda agremiação a desfilar no segundo dia dos desfiles, 3 de março, pela Série Ouro.

Folia

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