Leia a sinopse do enredo da Renascer de Jacarepaguá para o Carnaval 2023

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Quarta a desfilar no dia 25 de fevereiro de 2023, sábado, na Passarela Popular da Intendente Magalhães, a escola de samba Renascer de Jacarepaguá irá homenagear na Avenida o cantor, compositor e escritor especializado em cultura africana Nei Lopes, de 80 anos. Carioca de Irajá, subúrbio do Rio, Nei terá sua trajetória destacada no enredo O […]

POR Redação SRzd19/10/2022|7 min de leitura

Leia a sinopse do enredo da Renascer de Jacarepaguá para o Carnaval 2023

Logotipo do enredo da Renascer de Jacarepaguá 2023. Foto:: Divulgação

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Quarta a desfilar no dia 25 de fevereiro de 2023, sábado, na Passarela Popular da Intendente Magalhães, a escola de samba Renascer de Jacarepaguá irá homenagear na Avenida o cantor, compositor e escritor especializado em cultura africana Nei Lopes, de 80 anos.

Carioca de Irajá, subúrbio do Rio, Nei terá sua trajetória destacada no enredo O Afro-Brasil Reluzente de Nei Lopes, desenvolvida pelo carnavalesco Plínio Santtos.


Leia também:

+ Conheça o samba que a Imperatriz cantará na Sapucaí no Carnaval 2023

+ Viradouro define samba para o Carnaval 2023: ‘Sou Rosa Maria, imagem de Deus’


No último sábado (15), Nei Lopes foi condecorado com o título de Baluarte da Renascer de Jacarepaguá e participou do lançamento oficial do enredo (leia a sinopse):

Enredista/Texto: Plínio Santtos e Diego Araújo

Pesquisa/Colaboração: Diego Araújo, Marcos Felipe Reis e Nei Lopes

Observação: Registra-se neste material os agradecimentos da equipe de criação textual ao homenageado Nei Lopes. A atenção dada através de registro de entrevista exclusiva ao G.R.E.S. Renascer de Jacarepaguá foi de grande importância para a composição deste enredo. A sua bênção, dos orixás e ancestrais. Gratidão, mestre.

Justificativa

Há de reluzir uma intensa luz sobre o povo do samba, e assim, outra vez transformar este palco popular, que nesta noite, se agiganta para uma grande celebração. E há de iluminar! O Grêmio Recreativo Escola de Samba Renascer de Jacarepaguá, que, orgulhosamente, apresenta seu enredo para o Carnaval 2023.

Existe um Brasil que precisa reafirmar os valores do povo de pele preta, e justamente, por toda a ancestralidade que nos fundamenta como escola de samba, é nossa missão levantar a poeira do chão num brado de luta e resistência. Sem mordaças, sem amarras, a voz livre para ecoar. Sem correntes, sem grilhões, o corpo livre para se expressar. Para ouvir o homem negro. Para o retinto-reconhecer, encrespar e empretecer: a fala, o pensamento e as ações. Exaltar as tradições, erguer o punho na luta antirracista. Irmanar, dar as mãos, ser centelha da igualdade racial.

Então, esse Brasil se erguerá! Afro-diaspórico, afro-liberto, afro- brasileiro, afro-reluzente. Nas páginas dos livros e nos versos de tantas canções. Vai se erguer pelas mãos de um homem afrodescendente. Advogado, escritor, poeta, músico e sambista. Vai se erguer com o reconhecimento que lhe é direito por seus 80 anos de vida. E hoje, o pavilhão vermelho e branco se curva em reverência ao seu nome e sua obra.

Essa luz divina vem de Oxalá e vai consagrar:

“O Afro-Brasil Reluzente de Nei Lopes”

É Tempo de glória

Renascer de Jacarepaguá!

Sinopse

“Onde o Menino Desenhava a Liberdade”

Vai Renascer um brilho de esperança…

Para iluminar o Brasil com os mesmos raios resplandecentes que se deitam sobre o brilho das fantasias. Os atabaques vão tocando com alegria de viver pra saudar essa história de valor. Pra ouvir o preto falar. Um Brasil mais verdadeiro, de capítulo singular e afro-brasileiro. Com seus batuques, violas, cavacos e canções fazendo a honraria.

Que nos faz recordar os tempos de outrora. Do menino que desenhava nas ruas de areia a liberdade. Foi assim que ele guardou o amor pelo seu lugar: Irajá. Da velha igrejinha da Senhora da Apresentação, do bonde 98, da família, dos irmãos. As memórias que traçaram os primeiros passos, é lá onde o coração fez morada. Para as bandas do antigo roçado. Freguesia, sesmaria, até se tornar o bairro que traz consigo parte importante da história deste Rio. Da coisa antiga, roupa de chita na velha tina. Do ferro de engomar, goiabada cascão e dos tempos de Dondon. Este Rio de tantos Janeiros, tantas caras e corres. Este Rio que corre para as águas da baía onde se encerram os contos da Guanabara.

É isso ai! Ê! Irajá! Pra firmar a curimba no abraço de Vovó Maria Conga e ter a guarda dos caboclos, todos os santos e guias. Pra vencer demanda, tirar feitiço. Tudo isso com a divina proteção de Obatalá, que estendeu sobre sua cabeça o alá de sabedoria e paz.

E a vida te conduz ao livro do saber que lhe dá…

“O Direito a Poesia!”

Entre os encontros e desencontros, armado de livros e canetas, a vontade de vencer faz do homem negro bacharel. Que se lança na luta pra fazer valer o direito do que é de direito. É iniciado o resgate da tradição!

Luta de toda uma vida que foi forjada com raça e se espelhando na raça dos seus iguais, afinal, se nas brancas páginas falta a verdade, é preciso fazer valer os ideais de preta atitude. Por quem se fez notável: Castro Alves, Lima Barreto e outros mais. Negro autor, personagem dos versos sem amarras, sem correntes. Contra a distopia diaspórica, pra erguer com pilares de justiça essa nação. Epopeia de tantos!

E a sua obra vai irmanando as ancestralidades. Bantos, Iorubas e Malês. Coité e cuia, raízes do mundo em comunhão. Incursões sobre a pele retinta. Pra ser voz que não cala apesar da dureza da lida tão sofrida. Empunhar bandeiras. Ser um ressoante não ao preconceito. Porta-voz das africanidades. Pra reafirmar o poder da palavra e da educação. A chave da liberdade é um lápis com ponta de ébano que vai reescrever este país. Refundar a sociedade. Reconstituir ao povo a democracia com um dicionário de sabedoria.

Tudo isto está explicado aos seus filhos e…

“Ao Povo em Forma de Arte”

“Lá vou eu que bom subindo outra vez O domingo está tinindo e assim eu sei Que os canários, tangaras e os rouxinóis.

Já afinaram os gogós Só falta minha voz somando […]”

Quando o artista se deixa envolver pelas notas musicais. E por mais que a família não quisesse ele no samba, cujo ambiente ainda era malvisto, quando o destino chama, é difícil não responder. Se você sabe bem como é: O carioca tem a alma na palma da mão e o coração na ponta do pé.

Da Portela de Manacéia à Vila Isabel das calçadas musicais. O encantamento do fino trato das escolas de samba de azul e branco, mas, foi o vermelho e branco que arrebatou seu coração. Lá no torrão amado! Reverências ao velho Salgueiro, raiz forte que brota aqui e em qualquer lugar. Foi lá que ele viu desfilar grandes heróis de sua cor, e na magia da folia, entendeu que é possível o povo preto contar e celebrar sua própria história.

Alumia, Candeia! O sambeabá que não se aprende na escola. Manifesta ao povo os valores da tradição. Abre as portas do Quilombo pra nobreza das mãos negras que bordaram o cetim e dobraram o couro do tambor pra fazer carnaval. Samba de fundamento!

Que tem ginga sincopando o breque. Negro mesmo! Eternizado na voz de Alcione, Clara Nunes e Beth Carvalho. Pelas rodas versadas de partido alto ou nos discos de estúdio. Na arte negra de Wilson Moreira ou no Baú da Dona Ivone. De letra e música, derrubou fronteiras por toda América Latina. Gente bamba na roda de samba. Premiado. Gente bamba conquistando a fama.

Homem de ideias. Brasileiro genial. Doutor! São tantos casos e enredos que precisariam mais que um simples enredo da sua vida. É preciso ter a grandeza de uma celebração nos braços da multidão, afinal, sua história tem um quê de patrimônio popular.

E através da sua obra reluz um país afro-brasileiro. Brasil pandeiro de axé e figa de guiné. Reúne o candongueiro e o irmão café. Pra fazer um último verso de improviso pro querido amigo, que nesse samba vai se eternizar…

E vai brilhar em fevereiro,

Na frente dele vem o povo,

A nobreza vem atrás!

Perfumado de dendê e dandá,

Renascer no cantar!

Abra as asas Senhora Liberdade,

Não deixe faltar os acordes,

Pra fazer meu povo cantar forte,

Orixá do samba,

Ô glória, Nei Lopes!

Saravá!

 

Quarta a desfilar no dia 25 de fevereiro de 2023, sábado, na Passarela Popular da Intendente Magalhães, a escola de samba Renascer de Jacarepaguá irá homenagear na Avenida o cantor, compositor e escritor especializado em cultura africana Nei Lopes, de 80 anos.

Carioca de Irajá, subúrbio do Rio, Nei terá sua trajetória destacada no enredo O Afro-Brasil Reluzente de Nei Lopes, desenvolvida pelo carnavalesco Plínio Santtos.


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+ Conheça o samba que a Imperatriz cantará na Sapucaí no Carnaval 2023

+ Viradouro define samba para o Carnaval 2023: ‘Sou Rosa Maria, imagem de Deus’


No último sábado (15), Nei Lopes foi condecorado com o título de Baluarte da Renascer de Jacarepaguá e participou do lançamento oficial do enredo (leia a sinopse):

Enredista/Texto: Plínio Santtos e Diego Araújo

Pesquisa/Colaboração: Diego Araújo, Marcos Felipe Reis e Nei Lopes

Observação: Registra-se neste material os agradecimentos da equipe de criação textual ao homenageado Nei Lopes. A atenção dada através de registro de entrevista exclusiva ao G.R.E.S. Renascer de Jacarepaguá foi de grande importância para a composição deste enredo. A sua bênção, dos orixás e ancestrais. Gratidão, mestre.

Justificativa

Há de reluzir uma intensa luz sobre o povo do samba, e assim, outra vez transformar este palco popular, que nesta noite, se agiganta para uma grande celebração. E há de iluminar! O Grêmio Recreativo Escola de Samba Renascer de Jacarepaguá, que, orgulhosamente, apresenta seu enredo para o Carnaval 2023.

Existe um Brasil que precisa reafirmar os valores do povo de pele preta, e justamente, por toda a ancestralidade que nos fundamenta como escola de samba, é nossa missão levantar a poeira do chão num brado de luta e resistência. Sem mordaças, sem amarras, a voz livre para ecoar. Sem correntes, sem grilhões, o corpo livre para se expressar. Para ouvir o homem negro. Para o retinto-reconhecer, encrespar e empretecer: a fala, o pensamento e as ações. Exaltar as tradições, erguer o punho na luta antirracista. Irmanar, dar as mãos, ser centelha da igualdade racial.

Então, esse Brasil se erguerá! Afro-diaspórico, afro-liberto, afro- brasileiro, afro-reluzente. Nas páginas dos livros e nos versos de tantas canções. Vai se erguer pelas mãos de um homem afrodescendente. Advogado, escritor, poeta, músico e sambista. Vai se erguer com o reconhecimento que lhe é direito por seus 80 anos de vida. E hoje, o pavilhão vermelho e branco se curva em reverência ao seu nome e sua obra.

Essa luz divina vem de Oxalá e vai consagrar:

“O Afro-Brasil Reluzente de Nei Lopes”

É Tempo de glória

Renascer de Jacarepaguá!

Sinopse

“Onde o Menino Desenhava a Liberdade”

Vai Renascer um brilho de esperança…

Para iluminar o Brasil com os mesmos raios resplandecentes que se deitam sobre o brilho das fantasias. Os atabaques vão tocando com alegria de viver pra saudar essa história de valor. Pra ouvir o preto falar. Um Brasil mais verdadeiro, de capítulo singular e afro-brasileiro. Com seus batuques, violas, cavacos e canções fazendo a honraria.

Que nos faz recordar os tempos de outrora. Do menino que desenhava nas ruas de areia a liberdade. Foi assim que ele guardou o amor pelo seu lugar: Irajá. Da velha igrejinha da Senhora da Apresentação, do bonde 98, da família, dos irmãos. As memórias que traçaram os primeiros passos, é lá onde o coração fez morada. Para as bandas do antigo roçado. Freguesia, sesmaria, até se tornar o bairro que traz consigo parte importante da história deste Rio. Da coisa antiga, roupa de chita na velha tina. Do ferro de engomar, goiabada cascão e dos tempos de Dondon. Este Rio de tantos Janeiros, tantas caras e corres. Este Rio que corre para as águas da baía onde se encerram os contos da Guanabara.

É isso ai! Ê! Irajá! Pra firmar a curimba no abraço de Vovó Maria Conga e ter a guarda dos caboclos, todos os santos e guias. Pra vencer demanda, tirar feitiço. Tudo isso com a divina proteção de Obatalá, que estendeu sobre sua cabeça o alá de sabedoria e paz.

E a vida te conduz ao livro do saber que lhe dá…

“O Direito a Poesia!”

Entre os encontros e desencontros, armado de livros e canetas, a vontade de vencer faz do homem negro bacharel. Que se lança na luta pra fazer valer o direito do que é de direito. É iniciado o resgate da tradição!

Luta de toda uma vida que foi forjada com raça e se espelhando na raça dos seus iguais, afinal, se nas brancas páginas falta a verdade, é preciso fazer valer os ideais de preta atitude. Por quem se fez notável: Castro Alves, Lima Barreto e outros mais. Negro autor, personagem dos versos sem amarras, sem correntes. Contra a distopia diaspórica, pra erguer com pilares de justiça essa nação. Epopeia de tantos!

E a sua obra vai irmanando as ancestralidades. Bantos, Iorubas e Malês. Coité e cuia, raízes do mundo em comunhão. Incursões sobre a pele retinta. Pra ser voz que não cala apesar da dureza da lida tão sofrida. Empunhar bandeiras. Ser um ressoante não ao preconceito. Porta-voz das africanidades. Pra reafirmar o poder da palavra e da educação. A chave da liberdade é um lápis com ponta de ébano que vai reescrever este país. Refundar a sociedade. Reconstituir ao povo a democracia com um dicionário de sabedoria.

Tudo isto está explicado aos seus filhos e…

“Ao Povo em Forma de Arte”

“Lá vou eu que bom subindo outra vez O domingo está tinindo e assim eu sei Que os canários, tangaras e os rouxinóis.

Já afinaram os gogós Só falta minha voz somando […]”

Quando o artista se deixa envolver pelas notas musicais. E por mais que a família não quisesse ele no samba, cujo ambiente ainda era malvisto, quando o destino chama, é difícil não responder. Se você sabe bem como é: O carioca tem a alma na palma da mão e o coração na ponta do pé.

Da Portela de Manacéia à Vila Isabel das calçadas musicais. O encantamento do fino trato das escolas de samba de azul e branco, mas, foi o vermelho e branco que arrebatou seu coração. Lá no torrão amado! Reverências ao velho Salgueiro, raiz forte que brota aqui e em qualquer lugar. Foi lá que ele viu desfilar grandes heróis de sua cor, e na magia da folia, entendeu que é possível o povo preto contar e celebrar sua própria história.

Alumia, Candeia! O sambeabá que não se aprende na escola. Manifesta ao povo os valores da tradição. Abre as portas do Quilombo pra nobreza das mãos negras que bordaram o cetim e dobraram o couro do tambor pra fazer carnaval. Samba de fundamento!

Que tem ginga sincopando o breque. Negro mesmo! Eternizado na voz de Alcione, Clara Nunes e Beth Carvalho. Pelas rodas versadas de partido alto ou nos discos de estúdio. Na arte negra de Wilson Moreira ou no Baú da Dona Ivone. De letra e música, derrubou fronteiras por toda América Latina. Gente bamba na roda de samba. Premiado. Gente bamba conquistando a fama.

Homem de ideias. Brasileiro genial. Doutor! São tantos casos e enredos que precisariam mais que um simples enredo da sua vida. É preciso ter a grandeza de uma celebração nos braços da multidão, afinal, sua história tem um quê de patrimônio popular.

E através da sua obra reluz um país afro-brasileiro. Brasil pandeiro de axé e figa de guiné. Reúne o candongueiro e o irmão café. Pra fazer um último verso de improviso pro querido amigo, que nesse samba vai se eternizar…

E vai brilhar em fevereiro,

Na frente dele vem o povo,

A nobreza vem atrás!

Perfumado de dendê e dandá,

Renascer no cantar!

Abra as asas Senhora Liberdade,

Não deixe faltar os acordes,

Pra fazer meu povo cantar forte,

Orixá do samba,

Ô glória, Nei Lopes!

Saravá!

 

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