Quem no Carnaval no ano passado visse aquela mulher elegante desfilando cheia de autoridade, com camisa da diretoria na Unidos da Tijuca, não poderia imaginar estar diante de uma das passistas mais importantes do Carnaval do Rio de Janeiro. Georgia Gomes já foi reverenciada pelas rainhas Viviane Araújo, do Salgueiro; e Raíssa, da Beija-Flor. Na […]
POR Sidney Rezende03/02/2017|5 min de leitura
Quem no Carnaval no ano passado visse aquela mulher elegante desfilando cheia de autoridade, com camisa da diretoria na Unidos da Tijuca, não poderia imaginar estar diante de uma das passistas mais importantes do Carnaval do Rio de Janeiro.
Georgia Gomes já foi reverenciada pelas rainhas Viviane Araújo, do Salgueiro; e Raíssa, da Beija-Flor. Na semana passada, na escola de Nilópolis, ela foi recebida como o expoente de uma “classe especial” que traz tanto brilho nas apresentações das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.
“Eu comecei a desfilar aos 6 anos e não parei mais. Lá se vão mais de 30 anos de samba no pé. Passei por diversas escolas do Acesso e do Grupo Especial. Fui rainha da Lins Imperial, Acadêmicos da Abolição, do Bloco Aventureiros do Leme e musa da Acadêmicos do Cubango”, disse Georgia.
Ela também já deu aulas de como sambar com beleza e suavidade. Ainda hoje, um pouco distante das quadras, Georgia dá conselhos para iniciantes e é madrinha de ala em Brasília sem mesmo conhecer pessoalmente nenhuma das integrantes do grupo. Um dos maiores elogios que recebeu foi de colegas: “Georgia, você não tem mais onde chegar! Você é passista completa!”.
Georgia Gomes começou na Canários das Laranjeiras. Depois, ainda menina, teve uma passagem pela São Clemente.
Como não poderia deixar de ser, passou belo berço do samba, a Estácio de Sá, e ficou um bom tempo na Unidos da Tijuca, a sua escola do coração, confessa.
Falar sobre isso sempre é delicado, mas a Tijuca está do lado esquerdo do peito.
“Sem afetar meu amor e eterna gratidão às que vieram antes e depois dela, eu tive grandes aprendizados no Salgueiro, ganhei prêmio como melhor passista em 2010 pela Vila Isabel, e fiz uma temporada memorável na Mangueira, escola da minha família. Eu sempre tive um grande sonho em vestir suas cores”, relembra.
“Sou apaixonada por samba e Carnaval”
Além de brilhar no Brasil, Georgia Gomes passou algumas temporadas no exterior. Tudo graças ao seu talento e o tributo ao samba. Se não bastasse tudo isso, Georgia foi musa no Carnaval de San Luis, na Argentina, em 2015.
Inquieta, de volta ao Brasil, ela criou um evento chamado “O Bobó da Geórgia” que ficou famoso por servir um bobó de camarão, o que lhe rendeu página inteira de jornal. “Venho de família de bons cozinheiros e um dia resolvi me aprimorar, e me inscrevi num curso da ‘Gastromotiva’ que, sem dúvida, foi uma das minhas melhores escolhas”.
Georgia gosta de aprender e não parou de crescer. “Adquiri conhecimentos, trabalhei na área até que resolvi abrir meu próprio negócio. Limpei meu quintal, criei um ambiente com a minha cara, e como não tinha grana nenhuma, eu mesma toquei a obra. Pintando, emassando e tirando entulho, virei um verdadeiro peão de obra…”, se diverte com sorriso nos lábios.
Lendo assim, parece que foi fácil, mas o começo foi dureza.
“Tive apoio do meu pai que, apesar de morar longe, sempre que possível vinha me socorrer, e da minha mãe, que ajudava como podia e sem dúvida nenhuma foram minhas bases. Minha primeira remessa de insumos foram presentes de dois amigos queridos, Bia Luz e Cirilo Carvalho. Tive também o apoio do meu amigo Serjão da Penha, grande incentivador do meu trabalho, e Genylson Souza, meu cunhado, além, é claro, do meu irmão Sidney”. Gratidão é uma palavra que não pode faltar no dicionário de Georgia.
“Meu sobrinho Luiz Tadeu também se juntou a nós em alguns dos meus muitos mutirões, assim como meu amigo querido Jaime Caetano. E, se hoje, o “G&GGourmet” está de pé, eles têm grande participação nisso”, diz agradecida.
Vamos explicar melhor. O “G&GGourmet” é um espaço destinado a acolher amigos e ter encontros culturais. É um lugar em que Georgia Gomes recebe visitas muito especiais e numa dessas, Gilsinho, intérprete da Portela, que abrirá a nova temporada de samba no próximo domingo (5) a partir das 12h, com almoço.
Não para por aí. “Temos o Happy Diva, na sexta, sempre com muita música, petiscos deliciosos criados para esse dia. E abrimos também para festas e comemorações oferecendo cardápios personalizados que vão da tradicional feijoada e até mesmo comida japonesa.
Se você perder a extensa programação, saiba que dia 12 de fevereiro vai acontecer o Bazar do Desapego, entre outras coisas.
“O ‘G&GGourmet’ é a extensão da minha casa”, completa Georgia.
Ufa, tanta coisa! Só mesmo quem tem muita saúde e resistência para sambar na ponta do pé aguenta acompanhar esta passista “padrão diretoria”. Ela tem no DNA o som inconfundível do batuque na cozinha e o brilho da bateria na passarela.
Quem no Carnaval no ano passado visse aquela mulher elegante desfilando cheia de autoridade, com camisa da diretoria na Unidos da Tijuca, não poderia imaginar estar diante de uma das passistas mais importantes do Carnaval do Rio de Janeiro.
Georgia Gomes já foi reverenciada pelas rainhas Viviane Araújo, do Salgueiro; e Raíssa, da Beija-Flor. Na semana passada, na escola de Nilópolis, ela foi recebida como o expoente de uma “classe especial” que traz tanto brilho nas apresentações das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.
“Eu comecei a desfilar aos 6 anos e não parei mais. Lá se vão mais de 30 anos de samba no pé. Passei por diversas escolas do Acesso e do Grupo Especial. Fui rainha da Lins Imperial, Acadêmicos da Abolição, do Bloco Aventureiros do Leme e musa da Acadêmicos do Cubango”, disse Georgia.
Ela também já deu aulas de como sambar com beleza e suavidade. Ainda hoje, um pouco distante das quadras, Georgia dá conselhos para iniciantes e é madrinha de ala em Brasília sem mesmo conhecer pessoalmente nenhuma das integrantes do grupo. Um dos maiores elogios que recebeu foi de colegas: “Georgia, você não tem mais onde chegar! Você é passista completa!”.
Georgia Gomes começou na Canários das Laranjeiras. Depois, ainda menina, teve uma passagem pela São Clemente.
Como não poderia deixar de ser, passou belo berço do samba, a Estácio de Sá, e ficou um bom tempo na Unidos da Tijuca, a sua escola do coração, confessa.
Falar sobre isso sempre é delicado, mas a Tijuca está do lado esquerdo do peito.
“Sem afetar meu amor e eterna gratidão às que vieram antes e depois dela, eu tive grandes aprendizados no Salgueiro, ganhei prêmio como melhor passista em 2010 pela Vila Isabel, e fiz uma temporada memorável na Mangueira, escola da minha família. Eu sempre tive um grande sonho em vestir suas cores”, relembra.
“Sou apaixonada por samba e Carnaval”
Além de brilhar no Brasil, Georgia Gomes passou algumas temporadas no exterior. Tudo graças ao seu talento e o tributo ao samba. Se não bastasse tudo isso, Georgia foi musa no Carnaval de San Luis, na Argentina, em 2015.
Inquieta, de volta ao Brasil, ela criou um evento chamado “O Bobó da Geórgia” que ficou famoso por servir um bobó de camarão, o que lhe rendeu página inteira de jornal. “Venho de família de bons cozinheiros e um dia resolvi me aprimorar, e me inscrevi num curso da ‘Gastromotiva’ que, sem dúvida, foi uma das minhas melhores escolhas”.
Georgia gosta de aprender e não parou de crescer. “Adquiri conhecimentos, trabalhei na área até que resolvi abrir meu próprio negócio. Limpei meu quintal, criei um ambiente com a minha cara, e como não tinha grana nenhuma, eu mesma toquei a obra. Pintando, emassando e tirando entulho, virei um verdadeiro peão de obra…”, se diverte com sorriso nos lábios.
Lendo assim, parece que foi fácil, mas o começo foi dureza.
“Tive apoio do meu pai que, apesar de morar longe, sempre que possível vinha me socorrer, e da minha mãe, que ajudava como podia e sem dúvida nenhuma foram minhas bases. Minha primeira remessa de insumos foram presentes de dois amigos queridos, Bia Luz e Cirilo Carvalho. Tive também o apoio do meu amigo Serjão da Penha, grande incentivador do meu trabalho, e Genylson Souza, meu cunhado, além, é claro, do meu irmão Sidney”. Gratidão é uma palavra que não pode faltar no dicionário de Georgia.
“Meu sobrinho Luiz Tadeu também se juntou a nós em alguns dos meus muitos mutirões, assim como meu amigo querido Jaime Caetano. E, se hoje, o “G&GGourmet” está de pé, eles têm grande participação nisso”, diz agradecida.
Vamos explicar melhor. O “G&GGourmet” é um espaço destinado a acolher amigos e ter encontros culturais. É um lugar em que Georgia Gomes recebe visitas muito especiais e numa dessas, Gilsinho, intérprete da Portela, que abrirá a nova temporada de samba no próximo domingo (5) a partir das 12h, com almoço.
Não para por aí. “Temos o Happy Diva, na sexta, sempre com muita música, petiscos deliciosos criados para esse dia. E abrimos também para festas e comemorações oferecendo cardápios personalizados que vão da tradicional feijoada e até mesmo comida japonesa.
Se você perder a extensa programação, saiba que dia 12 de fevereiro vai acontecer o Bazar do Desapego, entre outras coisas.
“O ‘G&GGourmet’ é a extensão da minha casa”, completa Georgia.
Ufa, tanta coisa! Só mesmo quem tem muita saúde e resistência para sambar na ponta do pé aguenta acompanhar esta passista “padrão diretoria”. Ela tem no DNA o som inconfundível do batuque na cozinha e o brilho da bateria na passarela.