Tesouro. O público vai ter a oportunidade de conhecer o rico acervo da carnavalesca, cenógrafa, figurinista e artista plástica Rosa Magalhães na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Maior campeã da Marquês de Sapucaí –  em 1982, 1994, 1995, 1999, 2000, 2001 e 2013 -, a carnavalesca morreu no dia 25 de julho, vítima de enfarte aos 77 anos em casa, em Copacabana, Zona Sul do Rio.

A Uerj digitalizou, nos últimos três anos, 69 pastas com mais de cinco mil desenhos e croquis originais de fantasias e alegorias, de 1974 a 2022, idealizados pela carnavalesca. O material dos desfiles realizados pela Mangueira, Beija-Flor, Estácio de Sá, Ilha do Governador, São Clemente, Portela, Vila Isabel e Imperatriz Leopoldinense foi todo digitalizado, incluindo, nesta última, o figurino do desfile campeão de 1995 que homenageou o Ceará.

“Alguns [croquis] já estavam com manchas, o que é inevitável em mais de 30 anos. Esse material foi recolhido, catalogado, digitalizado e, claro, está disponível para qualquer um. Caso algum pesquisador precise, pode consultar o acervo pessoalmente com hora marcada, com os devidos cuidados para que a gente não perca nenhum croqui”, ressaltou o professor associado da Uerj, Ricardo Leitão, em entrevista ao jornal O Dia. Ele é autor da biografia “Rosa Magalhães: A Moça Prosa da Avenida”.

“Rosa foi de uma generosidade ímpar e tão consciente que esse material deveria ser preservado… Ela sabia que era importante guardar isso. Foram mais de 40 anos dedicados ao Carnaval e à preparação de desfile. Nós esperamos que sigam o nosso exemplo até porque estamos trabalhando e investindo para criar novos mecanismos e equipamentos de recepção de doações. Não podemos deixar de reconhecer e propagar a arte popular do Rio”, destacou.

Para acessar gratuitamente os croquis, os interessados devem agendar um horário através da Rede Sirius de Bibliotecas da Uerj pelo telefone (21) 2334-0093, ou pelo e-mail redesirius@uerj.br.