50 sambistas imortais

  • Icon instagram_blue
  • Icon youtube_blue
  • Icon x_blue
  • Icon facebook_blue
  • Icon google_blue

“Urge que os velhos sejam respeitados. De seus ensinamentos é que hoje muitos alcançaram a celebridade. Ai daqueles que ousarem omitir os sagrados nomes dos veteranos que marcaram e possibilitarem trazer até os dias de hoje o maravilhoso evento que é o samba, século XX!”. A frase é de Décio Antônio Carlos, o famoso Mano […]

POR Luiz Sales 20/2/2025| 3 min de leitura

Capa do livro "Sambistas Imortais". Foto: Divulgação

Capa do livro "Sambistas Imortais". Foto: Divulgação

| Siga-nos Google News

“Urge que os velhos sejam respeitados. De seus ensinamentos é que hoje muitos alcançaram a celebridade. Ai daqueles que ousarem omitir os sagrados nomes dos veteranos que marcaram e possibilitarem trazer até os dias de hoje o maravilhoso evento que é o samba, século XX!”.

A frase é de Décio Antônio Carlos, o famoso Mano Décio da Viola, nascido na Bahia, registrado em Minas Gerais, batizado no Rio de Janeiro e nome fundamental da Império Serrano.

O trecho faz parte do livro Sambistas Imortais, do alagoano-santista J. Muniz Jr, de 1976.

A obra traz dados biográficos de 50 sambistas nascidos entre 1850 a 1914. Pelo período, praticamente todos os nomes são consagrados no Rio de Janeiro, com poucas exceções: Moleque Dionísio, como Muniz Jr se refere a Dionísio Barbosa, que em 1914, com o irmão Luiz (Lulu) fundou o Grupo Carnavalesco Barra Funda, que depois daria origem ao Camisa Verde e Branco. E Adoniran Barbosa (João Rubinato), compositor, radialista, cantor, ator que contribuiu para que o samba de São Paulo tivesse um sotaque característico.

Pelas quase 220 páginas surgem nomes óbvios, como Tia Ciata, Pixinguinha, Paulo da Portela, Carlos Cachaça, Ary Barroso, Ismael Silva e Noel Rosa. Boa parte do mérito do livro, contudo, é lembrar os menos famosos, porém fundamentais para samba. Eu, pelo menos, não conhecia vários deles.

Dois exemplos:

Lalu de Ouro, apelido de Hilário Jovino Ferreira, considerado um dos grandes nomes do samba baiano. Chegou no Rio de Janeiro em 1872, quando se juntou ao rancho Dois de Ouro. Fundou depois o Dia de Reis, que apesar do nome saia no carnaval, o Rosa Branca, o Botão de Rosa, A Jardineira e foi um dos baluartes do maior e todos, o Ameno Rosedá, fundado em 1907. Foi também o primeiro mestre-sala carioca.

Calça Larga, nome de Joaquim Casimiro, nascido em Miracema (RJ), que chegou ao Morro do Salgueiro em 1932. É um dos comandantes do famoso carnaval de 1963, que trouxe o enredo Chica da Silva. Em agosto de 1964, durante um ensaio da escola, “rodopiou e caiu pesadamente no meio da quadra”. Teria dito, então, “não parem o ensaio por minha causa. O samba tem que continuar”. Levado para o hospital, morreria horas depois.

Obra: Sambistas Imortais – Dados biográficos de 50 figuras do mundo do samba – Volume 1 (1850 – 1914)/Autor: J. Muniz Jr.

Artigo de autoria de Luiz Sales – Jornalista, especializado em negócios da Comunicação, Planejamento e Gestão de Cidades. Foi responsável pela área de projetos e diretor da SPTuris, tendo atuado para a consecução do empreendimento Fábrica de Samba.

Rodapé - carnaval sp

“Urge que os velhos sejam respeitados. De seus ensinamentos é que hoje muitos alcançaram a celebridade. Ai daqueles que ousarem omitir os sagrados nomes dos veteranos que marcaram e possibilitarem trazer até os dias de hoje o maravilhoso evento que é o samba, século XX!”.

A frase é de Décio Antônio Carlos, o famoso Mano Décio da Viola, nascido na Bahia, registrado em Minas Gerais, batizado no Rio de Janeiro e nome fundamental da Império Serrano.

O trecho faz parte do livro Sambistas Imortais, do alagoano-santista J. Muniz Jr, de 1976.

A obra traz dados biográficos de 50 sambistas nascidos entre 1850 a 1914. Pelo período, praticamente todos os nomes são consagrados no Rio de Janeiro, com poucas exceções: Moleque Dionísio, como Muniz Jr se refere a Dionísio Barbosa, que em 1914, com o irmão Luiz (Lulu) fundou o Grupo Carnavalesco Barra Funda, que depois daria origem ao Camisa Verde e Branco. E Adoniran Barbosa (João Rubinato), compositor, radialista, cantor, ator que contribuiu para que o samba de São Paulo tivesse um sotaque característico.

Pelas quase 220 páginas surgem nomes óbvios, como Tia Ciata, Pixinguinha, Paulo da Portela, Carlos Cachaça, Ary Barroso, Ismael Silva e Noel Rosa. Boa parte do mérito do livro, contudo, é lembrar os menos famosos, porém fundamentais para samba. Eu, pelo menos, não conhecia vários deles.

Dois exemplos:

Lalu de Ouro, apelido de Hilário Jovino Ferreira, considerado um dos grandes nomes do samba baiano. Chegou no Rio de Janeiro em 1872, quando se juntou ao rancho Dois de Ouro. Fundou depois o Dia de Reis, que apesar do nome saia no carnaval, o Rosa Branca, o Botão de Rosa, A Jardineira e foi um dos baluartes do maior e todos, o Ameno Rosedá, fundado em 1907. Foi também o primeiro mestre-sala carioca.

Calça Larga, nome de Joaquim Casimiro, nascido em Miracema (RJ), que chegou ao Morro do Salgueiro em 1932. É um dos comandantes do famoso carnaval de 1963, que trouxe o enredo Chica da Silva. Em agosto de 1964, durante um ensaio da escola, “rodopiou e caiu pesadamente no meio da quadra”. Teria dito, então, “não parem o ensaio por minha causa. O samba tem que continuar”. Levado para o hospital, morreria horas depois.

Obra: Sambistas Imortais – Dados biográficos de 50 figuras do mundo do samba – Volume 1 (1850 – 1914)/Autor: J. Muniz Jr.

Artigo de autoria de Luiz Sales – Jornalista, especializado em negócios da Comunicação, Planejamento e Gestão de Cidades. Foi responsável pela área de projetos e diretor da SPTuris, tendo atuado para a consecução do empreendimento Fábrica de Samba.

Rodapé - carnaval sp

Notícias Relacionadas

Ver tudo