‘As escolas de samba estão se sustentando como podem’, destaca diretor de Carnaval da Vai-Vai

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Através das redes sociais, o diretor de Carnaval da Vai-Vai e compositor da Imperatriz Leopoldinense, Gabriel Mello, destacou que com o cancelamento dos desfiles de 2021 as escolas de samba estão passando dificuldades financeiras neste momento. + Saiba mais notícias da Vai-Vai + Saiba mais notícias da Imperatriz Leopoldinense “Em geral, as agremiações vem sustentando folhas de pagamento […]

POR Redação SRzd12/01/2022|5 min de leitura

‘As escolas de samba estão se sustentando como podem’, destaca diretor de Carnaval da Vai-Vai

Desfile das campeãs 2020 da Vai-Vai. Foto: SRzd – Bruno Giannelli

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Através das redes sociais, o diretor de Carnaval da Vai-Vai e compositor da Imperatriz Leopoldinense, Gabriel Mello, destacou que com o cancelamento dos desfiles de 2021 as escolas de samba estão passando dificuldades financeiras neste momento.

+ Saiba mais notícias da Vai-Vai

+ Saiba mais notícias da Imperatriz Leopoldinense

“Em geral, as agremiações vem sustentando folhas de pagamento e ajudando suas comunidades há dois anos praticamente sem subsídio. Não se iludam com uma meia dúzia que esperneia sobre verbas públicas. Lembrem-se que as escolas tem suas estruturas (barracões, quadras) e que as contas nunca pararam de chegar, mesmo com as atividades de arrecadação (ensaios e shows) paradas por mais de um ano. As escolas de samba estão se sustentando como podem, pagando aluguel e contas de luz, água, telefone, mantendo folha de profissionais e executando carnaval com apenas 70% do subsídio de um ano. E isso tudo já há 23 meses no caso de SP”, afirmou o sambista.

Gabriel Mello. Foto: No Mundo do Samba/Rádio Trianon
Gabriel Mello. Foto: No Mundo do Samba/Rádio Trianon

Em janeiro do ano passado, Gabriel defendeu a não realização do Carnaval em julho de 2021 – como se cogitava entre as agremiações na época – agora afirma que “o que está acontecendo [pessoas defendendo o cancelamento da festa deste ano] é de uma perseguição cruel, preconceituosa e anti-popular”.

“Enquanto o povo se esbalda nos shows sertanejos que pipocam aos montes pelo país, o samba vai sendo marginalizado e perseguido, inclusive por pessoas que ocupam postos governamentais e foram celebradas em seus anúncios por representarem uma esperança para todos nós. O Cocivd-19 e o H3N1 só gostam de samba? Ou ninguém vai ter coragem de bater de frente contra a indústria do agro-entertainment?”, ressaltou.

Leia o texto na íntegra:

Uma semana de cada vez. Assim vão vivendo as Escolas de Samba neste momento difícil que enfrentamos diante de uma opinião pública tendenciosa e cheia de preconceito.

Por vezes tenho visto as pessoas cobrando da LIGA e das presidências das Escolas de Samba certas tomadas de postura que os próprios sambistas não tomam.

Em geral, as agremiações vem sustentando folhas de pagamento e ajudando suas comunidades há dois anos praticamente sem subsídio.

Não se iludam com uma meia dúzia que esperneia sobre verbas públicas. Lembrem-se que as escolas tem suas estruturas (barracões, quadras) e que as contas nunca pararam de chegar, mesmo com as atividades de arrecadação (ensaios e shows) paradas por mais de um ano.

As Escolas de Samba estão se sustentando como podem, pagando aluguel e contas de luz, água, telefone, mantendo folha de profissionais e executando carnaval com apenas 70% do subsídio de um ano. E isso tudo já há 23 meses no caso de SP.

Fui dos únicos a me manifestar quanto a não realização dos desfiles em 2021 (o que sempre considerei impraticável), mas o que está acontecendo agora é de uma perseguição cruel, preconceituosa e anti-popular.

Escolas de Samba não são grupos de arruaça que existem para mero entretenimento, são instituições de cultura, de produção de arte e espetáculo cultural, que movem uma engrenagem gigantesca da indústria têxtil, de ferro, de madeira, de pequenos e médios empresários; lugar onde costureiras, aderecistas, carpinteiros, serralheiros, figurinistas, escultores, pintores e toda uma sorte de profissionais, geralmente tratados como autônomos pelo mercado, encontram sustento.

Enquanto o povo se esbalda nos shows sertanejos que pipocam aos montes pelo país, o samba vai sendo marginalizado e perseguido, inclusive por pessoas que ocupam postos governamentais e foram celebradas em seus anúncios por representarem uma esperança para todos nós.

O COVID-19 e o H3N1 só gostam de samba?

Ou ninguém vai ter coragem de bater de frente contra a indústria do agro-entertainment?

Em março de 2020, com o mundo todo funcionando a pleno vapor, culparam a folia do povo pela entrada do coronavírus no Brasil, como se o sambista tivesse ido até a Europa buscar a Pandemia, quando na verdade a contaminação chegou aqui através de nossa sempre poupada elite.

Até quando a população pobre e periférica (grande maioria dentro do carnaval) será culpada pelas viagens dos abastados para fora do país? Até quando carregaremos o fardo das igrejas evangélicas lotadas e dos shows de funk e sertanejo abarrotados de gente? E os estádios?

Sou a favor do controle sanitário, obviamente, e, mais uma vez, foi em nome dele que defendi a nao-realizacão dos desfiles em julho de 2021; contudo, não aceito a pressão insana feita por essa tal opinião pública (absolutamente seletiva) e nem por órgãos governamentais que também seguem agindo de forma seletiva.

Ou cancelam tudo e impõe um rigoroso esquema de fiscalização e vacinação para brecar a nova onda, ou nós vamos sambar SIM!

Vocês não tem o direito de colocar mordaça nos sambistas e dar passe livre aos segmentos cujas cores e sons mais lhes agradam.

Governem, imponham e apontem para todos!

CHEGA DE PERSEGUIÇÃO E HIPOCRISIA!

Leia também:

+ Eleição da Corte do Carnaval de São Paulo não acontecerá neste ano

+ Liga-SP sugere retirada do quesito harmonia e uso obrigatório de máscaras durante os desfiles

+ Não haverá ensaios técnicos neste final de semana em São Paulo, diz Liga

+ Qual é a diferença de um desfile e os diversos shows que estão ocorrendo? Questiona diretor de Carnaval

+ Santos adia desfile das escolas de samba, o segundo maior do estado de SP

Através das redes sociais, o diretor de Carnaval da Vai-Vai e compositor da Imperatriz Leopoldinense, Gabriel Mello, destacou que com o cancelamento dos desfiles de 2021 as escolas de samba estão passando dificuldades financeiras neste momento.

+ Saiba mais notícias da Vai-Vai

+ Saiba mais notícias da Imperatriz Leopoldinense

“Em geral, as agremiações vem sustentando folhas de pagamento e ajudando suas comunidades há dois anos praticamente sem subsídio. Não se iludam com uma meia dúzia que esperneia sobre verbas públicas. Lembrem-se que as escolas tem suas estruturas (barracões, quadras) e que as contas nunca pararam de chegar, mesmo com as atividades de arrecadação (ensaios e shows) paradas por mais de um ano. As escolas de samba estão se sustentando como podem, pagando aluguel e contas de luz, água, telefone, mantendo folha de profissionais e executando carnaval com apenas 70% do subsídio de um ano. E isso tudo já há 23 meses no caso de SP”, afirmou o sambista.

Gabriel Mello. Foto: No Mundo do Samba/Rádio Trianon
Gabriel Mello. Foto: No Mundo do Samba/Rádio Trianon

Em janeiro do ano passado, Gabriel defendeu a não realização do Carnaval em julho de 2021 – como se cogitava entre as agremiações na época – agora afirma que “o que está acontecendo [pessoas defendendo o cancelamento da festa deste ano] é de uma perseguição cruel, preconceituosa e anti-popular”.

“Enquanto o povo se esbalda nos shows sertanejos que pipocam aos montes pelo país, o samba vai sendo marginalizado e perseguido, inclusive por pessoas que ocupam postos governamentais e foram celebradas em seus anúncios por representarem uma esperança para todos nós. O Cocivd-19 e o H3N1 só gostam de samba? Ou ninguém vai ter coragem de bater de frente contra a indústria do agro-entertainment?”, ressaltou.

Leia o texto na íntegra:

Uma semana de cada vez. Assim vão vivendo as Escolas de Samba neste momento difícil que enfrentamos diante de uma opinião pública tendenciosa e cheia de preconceito.

Por vezes tenho visto as pessoas cobrando da LIGA e das presidências das Escolas de Samba certas tomadas de postura que os próprios sambistas não tomam.

Em geral, as agremiações vem sustentando folhas de pagamento e ajudando suas comunidades há dois anos praticamente sem subsídio.

Não se iludam com uma meia dúzia que esperneia sobre verbas públicas. Lembrem-se que as escolas tem suas estruturas (barracões, quadras) e que as contas nunca pararam de chegar, mesmo com as atividades de arrecadação (ensaios e shows) paradas por mais de um ano.

As Escolas de Samba estão se sustentando como podem, pagando aluguel e contas de luz, água, telefone, mantendo folha de profissionais e executando carnaval com apenas 70% do subsídio de um ano. E isso tudo já há 23 meses no caso de SP.

Fui dos únicos a me manifestar quanto a não realização dos desfiles em 2021 (o que sempre considerei impraticável), mas o que está acontecendo agora é de uma perseguição cruel, preconceituosa e anti-popular.

Escolas de Samba não são grupos de arruaça que existem para mero entretenimento, são instituições de cultura, de produção de arte e espetáculo cultural, que movem uma engrenagem gigantesca da indústria têxtil, de ferro, de madeira, de pequenos e médios empresários; lugar onde costureiras, aderecistas, carpinteiros, serralheiros, figurinistas, escultores, pintores e toda uma sorte de profissionais, geralmente tratados como autônomos pelo mercado, encontram sustento.

Enquanto o povo se esbalda nos shows sertanejos que pipocam aos montes pelo país, o samba vai sendo marginalizado e perseguido, inclusive por pessoas que ocupam postos governamentais e foram celebradas em seus anúncios por representarem uma esperança para todos nós.

O COVID-19 e o H3N1 só gostam de samba?

Ou ninguém vai ter coragem de bater de frente contra a indústria do agro-entertainment?

Em março de 2020, com o mundo todo funcionando a pleno vapor, culparam a folia do povo pela entrada do coronavírus no Brasil, como se o sambista tivesse ido até a Europa buscar a Pandemia, quando na verdade a contaminação chegou aqui através de nossa sempre poupada elite.

Até quando a população pobre e periférica (grande maioria dentro do carnaval) será culpada pelas viagens dos abastados para fora do país? Até quando carregaremos o fardo das igrejas evangélicas lotadas e dos shows de funk e sertanejo abarrotados de gente? E os estádios?

Sou a favor do controle sanitário, obviamente, e, mais uma vez, foi em nome dele que defendi a nao-realizacão dos desfiles em julho de 2021; contudo, não aceito a pressão insana feita por essa tal opinião pública (absolutamente seletiva) e nem por órgãos governamentais que também seguem agindo de forma seletiva.

Ou cancelam tudo e impõe um rigoroso esquema de fiscalização e vacinação para brecar a nova onda, ou nós vamos sambar SIM!

Vocês não tem o direito de colocar mordaça nos sambistas e dar passe livre aos segmentos cujas cores e sons mais lhes agradam.

Governem, imponham e apontem para todos!

CHEGA DE PERSEGUIÇÃO E HIPOCRISIA!

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