Com a recomendação de distanciamento social para combater a disseminação do Coronavírus, campeonatos de futebol foram suspensos, shows e espetáculos adiados e feiras populares canceladas. Isso sem contar na mudança de data da Olimpíada que seria realizada neste ano.

A pandemia e seus reflexos também atinge a realização de festas culturais como o Carnaval. O “Samba Festival de Coburg”, na Alemanha, que ocorreria no próximo mês de julho, e o “Carnaval de Verão” de São Vicente, em Cabo Verde, marcado para o mês de agosto, foram cancelados. A verba destinada a estes eventos serão canalizadas para projetos de intervenção social.

Ambos contariam com a presença de Camila Silva, que em 2020 foi Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro e Rainha de bateria da Unidos dos Morros, na cidade de Santos. Nome consagrado no Brasil, ela iria estrear como Rainha do festival alemão. No país africano faria sua segunda participação.

“A decisão pelo cancelamento se faz necessária pois o mundo está precisando de cuidados. Precisamos nos cuidar e ficar em casa. Peço aos meus admiradores que acompanham o meu trabalho que usem o mesmo entusiasmo e perseverança para juntos atravessarmos esse momento. E digo mais, irá passar e estaremos juntos no próximo ano para prestigiar estas duas festas maravilhosas”, disse Camila ao SRzd. A próxima edição do Carnaval na Alemanha ocorrerá agora em julho de 2021.

Suiça: desfile de 32 escolas será cancelado

Embora ainda não tenha sido cancelado ou adiado de forma oficial, o Carnaval de Lausanne, na Suíça, programado para o segundo domingo de maio não deve acontecer.

Campeã da edição do ano passado, a Unidos de Lausanne cancelou sua participação. Outras entidades também informaram seus componentes que a festa será suspensa. A tendência é que as autoridades confirmem o cancelamento nos próximos dias. O evento é composto por 32 entidades, entre escolas e grupos folclóricos que desfilam num único dia.

Festival de Parintins trabalha possibilidade de nova data

Vale destacar que o 55º Festival Folclórico de Parintins, marcado para os dias 26, 27 e 28 de junho, será adiado.  Os organizadores pretendem realizar o evento em outubro.

A economia de Parintins é totalmente dependente do festival e uma não realização do evento seria um baque ainda maior do que o município sofrerá com as consequências da pandemia. A festa representa a entrada de cerca de R$ 80 milhões na economia da cidade, que este ano deve ficar em torno de R$ 202 milhões.

Vale lembrar que quanto mais tarde a festa acontecer, pior será para os artistas parintinenses. Os profissionais costumam viajar em setembro/outubro para trabalhar nos desfiles das escolas de samba de Rio de Janeiro e São Paulo. O adiamento do festival também pode impactar no calendário de produção nos barracões do Carnaval.

A questão para os organizadores e autoridades envolve muito mais do que os ingressos (todos já vendidos de forma antecipada) como a paixão dos participantes e turistas pela tradicional festa. Neste momento é impossível fazer qualquer projeção em razão do avanço da transmissão da doença, cuja cura e tratamento não são conhecidos.

O “martelo ainda não foi batido” de forma oficial, mas o SRzd apurou que os organizadores trabalham com a possibilidade de adiamento e cancelamento. Tudo dependerá da evolução da pandemia nas duas próximas semanas.