Compositor multicampeão justifica baixa popularidade dos sambas de enredo de São Paulo
Aquiles Accocella, conhecido entre os sambistas como Aquiles da Vila, é compositor de quinze sambas de enredo no Grupo Especial de São Paulo. Arquiteto por formação, o poeta iniciou nas agremiações como desfilante. No início dos anos 2000, começou a participar dos concursos de sambas. Atualmente, ele também contabiliza a autoria de um hino no […]
POR Redação SRzd23/12/2022|3 min de leitura
Aquiles Accocella, conhecido entre os sambistas como Aquiles da Vila, é compositor de quinze sambas de enredo no Grupo Especial de São Paulo.
Arquiteto por formação, o poeta iniciou nas agremiações como desfilante. No início dos anos 2000, começou a participar dos concursos de sambas. Atualmente, ele também contabiliza a autoria de um hino no Carnaval do interior do estado paulista e premiações diversas no segmento.
Recentemente, o sambista concedeu entrevista ao programa “No Mundo do Samba”, no canal no YouTube do “Capital Mais Com Você”, com Raul Machado e Guilherme Queiroz.
Durante o bate-papo, Aquiles abordou temas diversos relacionados ao processo de criação dos sambas, como o futuro dos concursos que as escolas fazem para a escolha dos seus respectivos hinos; e respondeu o que acha sobre as reedições de obras que já foram para a Avenida, além de falar sobre a renovação dos nomes responsável por assinar as obras que embalam os desfiles.
Provocado sobre o motivo dos sambas não serem tão populares como outrora, o compositor deu três motivos:
– Quando entraram os enredos patrocinados, não tem como negar, que caiu muito a qualidade dos temas. Não sou contra o enredo patrocinado, mas ele acaba engessando uma série de coisas. Se a escola não for muito criativa, acaba ficando uma coisa extremamente mecânica e isso naturalmente vai desembocar é uma música mecânica. […] O patrocinador ganha, mas a música perde.
– Outro problema é o péssimo julgamento. As escolas, de uns anos pra cá, todas tiram 10 em samba-enredo, então isso acaba tendo um conforto geral. As escolas não se preocupam muito com a qualidade do samba-enredo, porque no geral julgam mal e isso quem perde, mais uma vez, é a música.
– O terceiro é a divulgação. Eu lembro que nos anos 90, você ligava a rádio e tinha o ‘momento samba-enredo’. Era samba o dia inteiro. […] Hoje as rádios não divulgam o samba-enredo. Não se vende a música.
Assista a entrevista completa:
Aquiles Accocella, conhecido entre os sambistas como Aquiles da Vila, é compositor de quinze sambas de enredo no Grupo Especial de São Paulo.
Arquiteto por formação, o poeta iniciou nas agremiações como desfilante. No início dos anos 2000, começou a participar dos concursos de sambas. Atualmente, ele também contabiliza a autoria de um hino no Carnaval do interior do estado paulista e premiações diversas no segmento.
Recentemente, o sambista concedeu entrevista ao programa “No Mundo do Samba”, no canal no YouTube do “Capital Mais Com Você”, com Raul Machado e Guilherme Queiroz.
Durante o bate-papo, Aquiles abordou temas diversos relacionados ao processo de criação dos sambas, como o futuro dos concursos que as escolas fazem para a escolha dos seus respectivos hinos; e respondeu o que acha sobre as reedições de obras que já foram para a Avenida, além de falar sobre a renovação dos nomes responsável por assinar as obras que embalam os desfiles.
Provocado sobre o motivo dos sambas não serem tão populares como outrora, o compositor deu três motivos:
– Quando entraram os enredos patrocinados, não tem como negar, que caiu muito a qualidade dos temas. Não sou contra o enredo patrocinado, mas ele acaba engessando uma série de coisas. Se a escola não for muito criativa, acaba ficando uma coisa extremamente mecânica e isso naturalmente vai desembocar é uma música mecânica. […] O patrocinador ganha, mas a música perde.
– Outro problema é o péssimo julgamento. As escolas, de uns anos pra cá, todas tiram 10 em samba-enredo, então isso acaba tendo um conforto geral. As escolas não se preocupam muito com a qualidade do samba-enredo, porque no geral julgam mal e isso quem perde, mais uma vez, é a música.
– O terceiro é a divulgação. Eu lembro que nos anos 90, você ligava a rádio e tinha o ‘momento samba-enredo’. Era samba o dia inteiro. […] Hoje as rádios não divulgam o samba-enredo. Não se vende a música.