Parafraseando o dono da voz oficial do Sambódromo paulistano nos dias de folia até 2018, Jurandir Oliveira, que morreu em fevereiro de 2019, conhecido carinhosamente como mestre Sabu: “A passarela é de vocês”.

Faltando poucos dias para o início dos desfiles das escolas de samba de 2024 em São Paulo, as atenções da cidade começam a se voltar para o Anhembi. No próximo sábado (3), os sambistas já poderão acompanhar aos desfiles das escolas de samba do Grupo de Acesso 2.

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História

Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e vislumbrado por Caio de Alcântara Machado, publicitário que queria se tornar um pioneiro em feiras de negócios e, já naquela época, queria transformá-lo no maior polo de turismo de negócios da América do Sul, o Polo Cultural e Esportivo Grande Otelo foi inaugurado em 1970 durante a realização do Salão do Automóvel.

Com mais de 400 mil m² de área total, divididos em três grandes áreas (Pavilhão de Exposições, Palácio das Convenções e Sambódromo), o complexo, conta com 18 espaços de vários tamanhos e que podem receber diversas funcionalidades.

Administrado pela São Paulo Turismo até dezembro de 2021, tornou-se um dos maiores espaços para grandes eventos ao ar livre da capital paulista, abrigando, em média, mais de trinta grandes eventos por ano, entre eles, a maior festa popular paulistana, o Carnaval e turnês de artistas e bandas internacionais.

Tanto é que o lugar já teve a presença do Papa João Paulo II, Dalai Lama, Fidel Castro, além do Ballet Bolshoi, Amy Winehouse, Michael Jackson e outras personalidades, sempre com ótimas repercussões.

O Sambódromo

Inaugurado em 1991, durante a gestão da prefeita petista Luiza Erundina, o Sambódromo tinha capacidade para dez mil pessoas. No ano seguinte, a conclusão de alguns módulos de arquibancada dobrou essa capacidade.

Mas foi em 12 de fevereiro de 1996, com todos os setores concluídos, que o Polo foi entregue em sua totalidade para a população, com capacidade ampliada para pouco mais de trinta mil pessoas. Em 2020 a passarela completou trinta Carnavais, berço de muitas histórias escritas ao abrigar inesquecíveis páginas da maior festa popular do Brasil.

Em se tratando de shows internacionais, o Sambódromo já foi palco para grandes artistas, além do samba, como Elton John, Kiss, Aerosmith e outros, além de festas como Skol Beats e Nokia Trends.

Números do Sambódromo do Anhembi

Palco principal dos desfiles das escolas de samba, o Sambódromo do Anhembi, que fica a uma curta distância de metrô ou táxi a norte do centro de São Paulo, tem muitos detalhes que passam despercebidos. Confira alguns:

* Pista de 530 m de comprimento por 14 m de largura, com declive para evitar alagamentos;

* Redes de distribuição de água, esgoto, energia elétrica e telefonia, além de caixa d’água;

* Área da Concentração: 23 mil m²;

* Área da Dispersão: 14 mil m²;

* Arquibancada Monumental (setor B), com capacidade para 7.748 pessoas, além de oito camarotes;

* Há ainda, ao longo da pista, oito outros conjuntos de arquibancadas, com capacidade para abrigar 1.740 pessoas cada (com exceção aos setores D e G, que comportam 1.447 pessoas), e 103 camarotes com estrutura de sanitários e lanchonetes, que acomodam de dez a 90 pessoas cada;

* Capacidade total (arquibancadas e camarotes): 32 mil pessoas.

* Sanitários: 580 unidades de fixos.

Distrito Anhembi

Nos últimos anos a diversificação da utilização dos seus espaços transformou o Sambódromo em um local para eventos de diferentes estilos, sejam eles cívicos, de entretenimento, esportivos, culturais ou artísticos.

A Prefeitura de São Paulo concedeu no dia 13 de janeiro de 2021, o Complexo do Anhembi, para gestão e exploração comercial pela iniciativa privada por 30 anos pelo valor de R$ 53,7 milhões.

Com um plano de investimentos superior a R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, a GL Events está modernizando o complexo, que completou 50 anos em 2020, e, em contrapartida, poderá explorar comercialmente a área, que recebe feiras de negócios, congressos, convenções, shows e festivais, e que poderá contar com parcerias junto a agências bancárias, casas de espetáculo, farmácias, conveniências, hotéis e estacionamentos.

Além disso o projeto quer fomentar o desenvolvimento da Zona Norte da capital paulista, com 2,2 milhões de habitantes. Estudos de mercado mostram que é possível gerar R$ 500 milhões de negócios anuais nos espaços de eventos, a partir do histórico do Anhembi e do potencial do mercado paulistano.

Esse valor representa apenas 10% do que ficará na cidade por meio de impostos e gastos de turistas e participantes de eventos com transporte, alimentação, comércio e hospedagem.