Diretores de harmonia opinam sobre possível uso de máscara nos desfiles
Na última segunda-feira (10), a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo se reuniu com representantes de órgãos ligados à prefeitura da capital e sugeriu que pode retirar o quesito harmonia do julgamento e obrigar o uso de máscaras durante os desfiles de 2022. Desde que foi anunciada a possibilidade, os sambistas têm […]
Desde que foi anunciada a possibilidade, os sambistas têm discutido nas rodas de conversa se isso seria realmente possível de se fazer na Avenida. Para comentar sobre o assunto, o SRzd ouviu alguns diretores de harmonia, que são os responsáveis justamente por administrar o canto dos componentes das agremiações.
É preciso adaptar cultura do Carnaval para este momento
Rogério Felix, da Dragões da Real, destacou que desde o início da pandemia as escolas de samba vêm seguindo todas as recomendações dos órgãos de saúde e para que o Carnaval de 2022 aconteça, é preciso que as entidades se adaptem ao momento e usem a máscara.
“Vejo que as escolas de samba têm se esforçado ao máximo para cumprir todas as regulamentações de prevenção sanitárias que tem desde o começo da pandemia: fechando nossas quadras, diminuindo o nosso público, voltando [os eventos] aos poucos, evitando aglomerações, não fazendo ensaios. Atendemos a todo o ‘não Carnaval’ do ano passado, e sem manifestações de protesto e coisas assim, mantivemos as nossas comunidades sendo atendidas como a Dragões fez”, ressaltou.
“Nesse momento eu acho que a gente está sendo muito maduro em manter a nossa cultura, mas adaptar pro momento. E se for decidido que como norma de segurança não vai ser julgado o quesito harmonia, ou vamos desfilar de máscara julgando ou não o quesito harmonia, só vejo como saudável a ideia para que a gente possa ter um Carnaval e para que a gente possa manter a nossa cultura. Particularmente vejo com bons olhos o processo de adaptarmos a nossa cultura para o momento que estamos vivendo”, concluiu.
Perder um pouco da alegria para preservar vidas
Edson Francisco Paulino, o Buiu, experiente diretor da escola de samba Vai-Vai, fez questão de ressaltar que a inclusão da máscara pode diminuir a empolgação dos componentes na Avenida.
“Vejo que com o momento de hoje, é imprevisível todos nós usarmos máscara para preservar a nós, nossos familiares e componentes. Quando você fala em termos de Carnaval fica um pouco mais complicado, porque o folião tem que cantar, mostrar alegria, transmitir isso para o povo. Isso que empolga para ter uma boa evolução. Com a máscara isso inibe, porque a respiração não é a mesma, você não consegue cantar o tempo todo, isso atrapalha um pouco no trabalho”, analisou.
“Mas o momento que a gente vive, nosso governo pede que usemos máscara e toda essa situação de restrição é necessário usar a máscara. Então hoje, se for obrigatório no desfile, vamos ter que usar a máscara. Hoje nós já estamos ensaiando com ela, cumprindo as regras que são pedidas. Espero que dentro de alguns dias isso consiga mudar e a gente possa desfilar sem máscara, mas se a gente tiver que desfilar com ela, vamos fazer, vamos perder um pouquinho da alegria do Carnaval”, finalizou.
A necessidade da realização dos desfiles em prol dos trabalhadores da folia
João Ricardo, da Pérola Negra, destacou a necessidade da realização dos desfiles, principalmente devido aos trabalhadores envolvidos na produção do espetáculo.
“A gente tem que pensar em algumas coisas. Sabemos que os desfiles estão seriamente ameaçados e pra acontecerem vão existir várias regras e elas com certeza vão mexer no regulamento, porque se for definido que vai ter que usar de máscara, vai ser muito difícil não mexer no quesito harmonia. Não é o ideal com certeza, mas diante de tudo que vem acontecendo, adaptações vão ter que ser feitas. Entendemos que isso tudo está sendo feito para viabilizar os desfiles, todo mundo que depende do Carnaval não vai aguentar mais um ano sem. Isso é consenso em todas as áreas, em todas as rodas conversa sobre Carnaval. Então a gente sabe que não é o ideal, mas diante de uma coisa maior a gente acredita que o que precisar deve ser mudado para viabilizar os desfiles”, refletiu o sambista.
Caso seja determinado o uso de máscara, ele declarou que as escolas têm que se adaptarem “como sempre se adaptaram”. “Até pra mostrar a eficiência do uso de máscara e as escolas darem um jeito de mostrar todo mundo vacinado e usando a proteção, para dar um exemplo pra quem ainda não acredita que vacina e máscara ajudam”, sinalizou.
O diretor mais uma vez ressaltou a questão financeira vivida nas agremiações: “Importante realmente é ter o Carnaval, mesmo com redução dos componentes da escola, mesmo que mudando algumas coisas na regra, o que não dá é pra não ter mais um ano sem Carnaval. Já tá difícil pras escolas agora, se não tiver, a preocupação em muitas fecharem as portas é grande. Nós mesmos [Pérola Negra] estamos com a situação bem complicada por uma série de fatores. A gente precisa que tenha e que mantenha essa essa tradição porque muita gente depende disso”.
Desde que foi anunciada a possibilidade, os sambistas têm discutido nas rodas de conversa se isso seria realmente possível de se fazer na Avenida. Para comentar sobre o assunto, o SRzd ouviu alguns diretores de harmonia, que são os responsáveis justamente por administrar o canto dos componentes das agremiações.
É preciso adaptar cultura do Carnaval para este momento
Rogério Felix, da Dragões da Real, destacou que desde o início da pandemia as escolas de samba vêm seguindo todas as recomendações dos órgãos de saúde e para que o Carnaval de 2022 aconteça, é preciso que as entidades se adaptem ao momento e usem a máscara.
“Vejo que as escolas de samba têm se esforçado ao máximo para cumprir todas as regulamentações de prevenção sanitárias que tem desde o começo da pandemia: fechando nossas quadras, diminuindo o nosso público, voltando [os eventos] aos poucos, evitando aglomerações, não fazendo ensaios. Atendemos a todo o ‘não Carnaval’ do ano passado, e sem manifestações de protesto e coisas assim, mantivemos as nossas comunidades sendo atendidas como a Dragões fez”, ressaltou.
“Nesse momento eu acho que a gente está sendo muito maduro em manter a nossa cultura, mas adaptar pro momento. E se for decidido que como norma de segurança não vai ser julgado o quesito harmonia, ou vamos desfilar de máscara julgando ou não o quesito harmonia, só vejo como saudável a ideia para que a gente possa ter um Carnaval e para que a gente possa manter a nossa cultura. Particularmente vejo com bons olhos o processo de adaptarmos a nossa cultura para o momento que estamos vivendo”, concluiu.
Perder um pouco da alegria para preservar vidas
Edson Francisco Paulino, o Buiu, experiente diretor da escola de samba Vai-Vai, fez questão de ressaltar que a inclusão da máscara pode diminuir a empolgação dos componentes na Avenida.
“Vejo que com o momento de hoje, é imprevisível todos nós usarmos máscara para preservar a nós, nossos familiares e componentes. Quando você fala em termos de Carnaval fica um pouco mais complicado, porque o folião tem que cantar, mostrar alegria, transmitir isso para o povo. Isso que empolga para ter uma boa evolução. Com a máscara isso inibe, porque a respiração não é a mesma, você não consegue cantar o tempo todo, isso atrapalha um pouco no trabalho”, analisou.
“Mas o momento que a gente vive, nosso governo pede que usemos máscara e toda essa situação de restrição é necessário usar a máscara. Então hoje, se for obrigatório no desfile, vamos ter que usar a máscara. Hoje nós já estamos ensaiando com ela, cumprindo as regras que são pedidas. Espero que dentro de alguns dias isso consiga mudar e a gente possa desfilar sem máscara, mas se a gente tiver que desfilar com ela, vamos fazer, vamos perder um pouquinho da alegria do Carnaval”, finalizou.
A necessidade da realização dos desfiles em prol dos trabalhadores da folia
João Ricardo, da Pérola Negra, destacou a necessidade da realização dos desfiles, principalmente devido aos trabalhadores envolvidos na produção do espetáculo.
“A gente tem que pensar em algumas coisas. Sabemos que os desfiles estão seriamente ameaçados e pra acontecerem vão existir várias regras e elas com certeza vão mexer no regulamento, porque se for definido que vai ter que usar de máscara, vai ser muito difícil não mexer no quesito harmonia. Não é o ideal com certeza, mas diante de tudo que vem acontecendo, adaptações vão ter que ser feitas. Entendemos que isso tudo está sendo feito para viabilizar os desfiles, todo mundo que depende do Carnaval não vai aguentar mais um ano sem. Isso é consenso em todas as áreas, em todas as rodas conversa sobre Carnaval. Então a gente sabe que não é o ideal, mas diante de uma coisa maior a gente acredita que o que precisar deve ser mudado para viabilizar os desfiles”, refletiu o sambista.
Caso seja determinado o uso de máscara, ele declarou que as escolas têm que se adaptarem “como sempre se adaptaram”. “Até pra mostrar a eficiência do uso de máscara e as escolas darem um jeito de mostrar todo mundo vacinado e usando a proteção, para dar um exemplo pra quem ainda não acredita que vacina e máscara ajudam”, sinalizou.
O diretor mais uma vez ressaltou a questão financeira vivida nas agremiações: “Importante realmente é ter o Carnaval, mesmo com redução dos componentes da escola, mesmo que mudando algumas coisas na regra, o que não dá é pra não ter mais um ano sem Carnaval. Já tá difícil pras escolas agora, se não tiver, a preocupação em muitas fecharem as portas é grande. Nós mesmos [Pérola Negra] estamos com a situação bem complicada por uma série de fatores. A gente precisa que tenha e que mantenha essa essa tradição porque muita gente depende disso”.