Os impactos da pandemia do novo Coronavírus no Carnaval, o momento atual das agremiações e suas comunidades, além de uma projeção para as etapas seguintes de preparação para o próximo desfile. Estas e outras questões foram explanadas de forma direta e objetiva por importantes dirigentes dos Carnavais de São Paulo e Santos.
Sidnei Carriuolo, presidente interino da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP), e Benedito de Andrade Fernandes, conhecido como “Ditinho”, comandante da Liga Independente e Cultura das Escolas de Samba de Santos (Licess), participaram de entrevista ao canal “Santos Carnaval”.
Durante a conversa, os sambistas abordaram diversos temas relacionados as festas realizadas nas duas cidades. Além de destacar a importância social, cultural e econômica, a palavra cautela foi apontada como a mais adequada quando o assunto é Carnaval 2021.
“Estamos conversando bastante e acompanhando todos os acontecimentos para traçarmos nossos próximos horizontes. Até o momento, as escolas estão realizando suas atividades que já estavam acostumadas a fazer entre abril e agosto. O trabalho está sendo realizando, mas com o ‘freio de mão puxado’. A palavra de ordem é cautela para sabermos os próximos passos. Em paralelo a realização dos desfiles, minha preocupação é manter as escolas de samba fortes e estruturadas. Querendo ou não, o Brasil é conhecido pelo futebol e pelo Carnaval. Hoje as agremiações estão estruturadas com profissionais que vivem do Carnaval o ano inteiro e isso nos preocupa. Nossa prioridade é manter essa manifestação cultural”, disse Carriuolo, que também falou sobre o processo de transição para a nova diretoria da Liga-SP.
A possível não realização do Carnaval de 2021 em Santos, devido a crise de saúde não é a única preocupação do presidente da Licess. Citando anos anteriores, Ditinho revelou que irá procurar os candidatos da próxima eleição municipal, visando garantir a realização do segundo maior Carnaval do estado de São Paulo.
“Esse filme eu já assisti. Ficamos vários anos sem Carnaval aqui. Foi muito difícil retomar. Sofremos muito. Tenho receio de existir uma paralisação em 2021 e não ter Carnaval no ano seguinte. Por mais que se tenha um termo de compromisso, tenho medo do poder público não cumprir com sua parte. Se o Carnaval parar em Santos, a
tendência é que não tenha nunca mais”, disse o dirigente.
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