O samba transformado em verbete, por Luiz Sales

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Como tudo na vida, para ter um bom conhecimento sobre algum assunto ou função são necessários experiência e dedicação. Não seria diferente em uma escola de samba. Talvez só um pouco mais difícil já que vem de cultura originária na qual os ensinamentos são orais e na base da observação atenta e curiosa. Para quem […]

POR Luiz Sales17/03/2025|3 min de leitura

O samba transformado em verbete, por Luiz Sales

Capa do livro “O Bê-á-Bá das Escolas de Samba”. Foto: Acervo Pessoal/Luiz Sales

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Como tudo na vida, para ter um bom conhecimento sobre algum assunto ou função são necessários experiência e dedicação. Não seria diferente em uma escola de samba. Talvez só um pouco mais difícil já que vem de cultura originária na qual os ensinamentos são orais e na base da observação atenta e curiosa.

Para quem não é o samba, como eu, mas gosta do assunto, como eu, recorrer a livros pode ser uma saída bastante satisfatória para entender o fascínio que uma escola exerce, a sua importância sócio cultural e até seus rituais.

Um dos livros que me ajudou é “O Bê-á-Bá das Escolas de Samba”, de C. Bernard, publicado em 2001. É aquela típica publicação que você lê e depois guarda para consultas recorrentes. Um de suas principais qualidades é o formato do conteúdo: em forma de dicionário. O samba transformado em verbetes.

Ao longo das quase 300 páginas é possível saber a história das agremiações, gírias, enredos antológicos, momentos marcantes, definições de funções e minibiografias.

O livro não é perfeito. Atuando no Rio de Janeiro e radicado em Florianópolis, C. Bernard cobre basicamente esses locais. Por exemplo: tem detalhes sobre a Portela, maior campeã carioca, e nada do Vai Vai, a que tem mais títulos em São Paulo.

Porém, traz registros curiosos. Exemplo: em 1959 a Acadêmicos do Salgueiro protagonizou a Abolição das Cordas e se apresentou à Bangu, para usar um termo que também está no livro. Até aquele ano, conforme o regulamento, as escolas eram isoladas do público com o uso de cordas.

A partir de então esse “cordão de isolamento” foi abolido. Outro: Nos anos 60 eram comuns os sambas enredo longos, enormes, e não uma busca insaciável pelo refrão, com atualmente. Esse tipo samba era chamado de lençol, por ser comprido.

No prefácio, o próprio autor explica seu objetivo: “É preciso cobrir uma lacuna a qual tenta-se, valendo-se da ocasião, para estender convite aos mestres, professores, educadores, estudantes, administradores, aficionados e até apedeutas, para que, lendo estes escritos possam adentrar e percorrer os meandros das escolas de samba, blocos, bandas e entidades afins”.

Obra: O Bê-á-Bá das Escolas de Samba
Autor: C. Bernard

Capa do livro "O Bê-á-Bá das Escolas de Samba". Foto: Acervo Pessoal/Luiz Sales
Capa do livro “O Bê-á-Bá das Escolas de Samba”. Foto: Acervo Pessoal/Luiz Sales

Artigo de autoria de Luiz Sales – Jornalista, especializado em negócios da Comunicação, Planejamento e Gestão de Cidades. Foi responsável pela área de projetos e diretor da SPTuris, tendo atuado para a consecução do empreendimento Fábrica de Samba.

Rodapé - carnaval sp

Como tudo na vida, para ter um bom conhecimento sobre algum assunto ou função são necessários experiência e dedicação. Não seria diferente em uma escola de samba. Talvez só um pouco mais difícil já que vem de cultura originária na qual os ensinamentos são orais e na base da observação atenta e curiosa.

Para quem não é o samba, como eu, mas gosta do assunto, como eu, recorrer a livros pode ser uma saída bastante satisfatória para entender o fascínio que uma escola exerce, a sua importância sócio cultural e até seus rituais.

Um dos livros que me ajudou é “O Bê-á-Bá das Escolas de Samba”, de C. Bernard, publicado em 2001. É aquela típica publicação que você lê e depois guarda para consultas recorrentes. Um de suas principais qualidades é o formato do conteúdo: em forma de dicionário. O samba transformado em verbetes.

Ao longo das quase 300 páginas é possível saber a história das agremiações, gírias, enredos antológicos, momentos marcantes, definições de funções e minibiografias.

O livro não é perfeito. Atuando no Rio de Janeiro e radicado em Florianópolis, C. Bernard cobre basicamente esses locais. Por exemplo: tem detalhes sobre a Portela, maior campeã carioca, e nada do Vai Vai, a que tem mais títulos em São Paulo.

Porém, traz registros curiosos. Exemplo: em 1959 a Acadêmicos do Salgueiro protagonizou a Abolição das Cordas e se apresentou à Bangu, para usar um termo que também está no livro. Até aquele ano, conforme o regulamento, as escolas eram isoladas do público com o uso de cordas.

A partir de então esse “cordão de isolamento” foi abolido. Outro: Nos anos 60 eram comuns os sambas enredo longos, enormes, e não uma busca insaciável pelo refrão, com atualmente. Esse tipo samba era chamado de lençol, por ser comprido.

No prefácio, o próprio autor explica seu objetivo: “É preciso cobrir uma lacuna a qual tenta-se, valendo-se da ocasião, para estender convite aos mestres, professores, educadores, estudantes, administradores, aficionados e até apedeutas, para que, lendo estes escritos possam adentrar e percorrer os meandros das escolas de samba, blocos, bandas e entidades afins”.

Obra: O Bê-á-Bá das Escolas de Samba
Autor: C. Bernard

Capa do livro "O Bê-á-Bá das Escolas de Samba". Foto: Acervo Pessoal/Luiz Sales
Capa do livro “O Bê-á-Bá das Escolas de Samba”. Foto: Acervo Pessoal/Luiz Sales

Artigo de autoria de Luiz Sales – Jornalista, especializado em negócios da Comunicação, Planejamento e Gestão de Cidades. Foi responsável pela área de projetos e diretor da SPTuris, tendo atuado para a consecução do empreendimento Fábrica de Samba.

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