Rosas de Ouro divulga sinopse, formato do concurso de samba e logo do enredo 2021
“Sanitatem”, que significa “cura” em latim, é o título do enredo da Sociedade Rosas de Ouro para o Carnaval 2021. Após ficar na sétima colocação do Grupo Especial paulistano em 2020 – clique aqui para relembrar o desfile – a escola buscará seu oitavo título no próximo ano. Esse ano, em razão da pandemia da Covid-19, […]
POR Redação SRzd25/07/2020|8 min de leitura
“Sanitatem”, que significa “cura” em latim, é o título do enredo da Sociedade Rosas de Ouro para o Carnaval 2021.
Após ficar na sétima colocação do Grupo Especial paulistano em 2020 – clique aqui para relembrar o desfile – a escola buscará seu oitavo título no próximo ano.
Esse ano, em razão da pandemia da Covid-19, as eliminatórias de samba-enredo não vão acontecer no formato que a agremiação tradicionalmente faz. Foi anunciado durante a live realizada nesta sexta-feira (24), que o concurso será realizado através de audições internas, mas que haverá uma final com data, horário e formato ainda a serem definidos. A disputa será aberta para os compositores de todo o Brasil.
A azul e rosa também divulgou o logotipo e a sinopse da história desenvolvida pelo carnavalesco Paulo Menezes.
Leia a sinopse:
– Uma pequena conversa com Deus.
“Se eu quiser falar com Deus… […] tenho que ter mãos vazias ter a alma e o corpo nus…”
Olá, meu Deus! Como está? Estranhando eu falar contigo agora; né? Mas não estranhe, pois esta nossa conversa não é para fazer um pedido; vim aqui somente para te agradecer. Sei que a sua bênção e sua proteção eu sempre terei. A minha voz é uma entre milhares, mas sei que você me ouve. Sabe, meu Deus, passamos por momentos difíceis, os dias não foram fáceis, porém sei que já enfrentamos coisas parecidas algumas vezes e sempre conseguimos encontrar um caminho, uma solução. Alguns dizem que é obra de Deus; outros dizem que é a ciência, e os mais sábios dizem que é tudo isso junto, porque a cura de nossos males está nas mãos, nas mentes, na alma e na fé. Mas sabe como é… No sofrimento, somente a cura do mal interessa.
“Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge Que isso tudo é normal…”
Às vezes, eu gostaria de ser como você: um Deus! E sair por aí ajudando e curando os males das pessoas. Pois, enquanto estamos curando o outro, ao mesmo tempo estamos nos curando. Pois eu creio que somos um, mas juntos somos um todo e esse todo é que faz a diferença, que faz a energia vibrar mais forte. Afinal, o homem foi destinado à alegria e assim merece ser. Eu queria me sentir um deus, um ser mitológico, um salvador, um orixá…, cercado de mistérios, segredos, carregando meus búzios e cabaças, levando comigo fé, milagre, perdão e cura. “Wá To To A Jú Gbé Rò”.
“E o amor é a própria cura Remédio pra qualquer mal Cura o amado e quem ama O diferente e o igual…”
Desde os tempos pré-históricos, o homem se preocupava em derrotar as doenças e enfrentar a morte. Este talvez seja o maior desafio da humanidade desde então. E esse desafio, seja ele corporal, espiritual, seja sobrenatural, vai encontrando semelhanças entre várias civilizações. Para vencer esse desafio foram estabelecidos ritos, cerimônias e práticas religiosas, nas quais a participação do indivíduo o libertava dos males. Por meio de rituais extraordinários, o homem sempre procurou se tornar o mediador entre os deuses, a natureza e a si mesmo. Em alguns momentos, tornando-se a própria divindade. Eu queria viajar no tempo, ser sacerdote, xamã, monge ou espírito-guardião. Percorrer templos e santuários. Assistir a cerimônias, sacrifícios, banhar-me em rios sagrados, brincar com o fogo, beber águas purificadas… Queria dançar e cantar ao som de tambores e maracas, invocando o sobrenatural e, através de oferendas, viajar a outros mundos, buscar a liberdade… Ganhar a eternidade!
“… E toda raça então experimentará Para todo mal a cura.”
Eu queria me libertar de mim, poder me transformar em outros; ser uma entidade, bruxo, mago, pajé, feiticeiro. Enfrentar e exorcizar demônios. Encantar e dominar seres mitológicos. Levitar. Entrar em êxtase! Afastar o mal. Caminhar com a ciência, a magia, a feitiçaria, a religião e a natureza. Abrir as florestas, desvendar seus encantos e descobrir seu “ÀŞẸ”. Cercar-me e proteger com fetiches, amuletos, patuás e encantamentos. Queria unir o real e a fantasia; o mágico e o bárbaro e materializar o invisível.
“Acima de todas as crenças, ela representa uma proteção A fé que move montanhas independe de credo ou religião O equilíbrio existe entre o bem e o mal…”
“O homem precisa da fé até para crer na razão.” A fé está muito além dos verbos crer, confiar ou acreditar. Ela independe de religião. Ela é a certeza da verdade; é o inexplicável. E com fé eu queria orar, tocar, benzer, abençoar e curar. A fé nos permite isso. A fé permite até que falsos profetas vendam a cura, ofereçam “rituais mágicos” em troca de dinheiro. A falsa fé enriquece. A fé “opera” milagres. Caridade, amor e doação: a fé nos leva ao bem. Com as mãos eu posso curar, independentemente de ser um rei, um plebeu ou um padre. É a Imposição das Mãos. É o Toque Régio. Com as mãos eu posso benzer, “tornar santo”. É como uma prece poderosa, de força e caridade, pela fé! Mãos unidas em oração, mãos que se fecham em torno de velas. As mãos seguem um ritual de fé que se transforma em um ritual de cura. E seguem procissões, romarias, teatro, música e dança. É a luta do bem contra o mal, e com fé o bem sempre triunfa. Mas a fé também santifica. Ela traz o silêncio, a oração, a paciência e a união, pois “ninguém se salva sozinho”.
“[…] São Rafael, saúde dos doentes, rogai por nós… […] São Rafael, cujo nome significa cura, rogai por nós… […] São Rafael, repleto da graça da cura, rogai por nós… […] Amém…”
Desde o início, ciência e magia caminharam junto. Misticismo, segredo, religião, astrologia e ciência em um único objetivo: a cura! Pela religião, veremos os orixás e pajés em rituais de folhas; a alquimia, em busca da imortalidade; a medicina, buscando solução para pestes e epidemias; os cientistas, em rituais solitários nos laboratórios em busca de vacinas e remédios. São outros tempos, outros “sacerdotes”, outros rituais. Inclusive rituais de alegria para espantar a tristeza e desesperança de quem está em um hospital. Até que ponto se separa ciência e crença? Diversas descobertas científicas mudaram a história da humanidade e vêm salvando muitas vidas. O ritual da ciência usa outros métodos, entretanto a essência é a mesma: a fé. A fé em Deus, a fé no homem e a fé em si. Tudo é fé! Afinal, a receita para a cura é… A cura!
“Pra que nossa esperança… […] seja mais que um caminho que se deixa de herança.”
Sabe, meu Deus, lá no início quando eu disse que queria ser como você é porque eu também queria ser onipresente, estar pertinho abraçando cada cientista, cada médico e cada enfermeiro que lutam bravamente para curar o próximo. Curar é um ato de amor! É esperança! E que cada abraço tenha um desejo de: não desista! Pois nós, sambistas, não desistiremos, afinal o carnaval é um ritual que cura os males… Os males da alma! E agora, eu posso ver minha Roseira novamente em flor, desabrochando, feliz! E como forma de agradecimento, deixo para você, meu Deus, uma Rosa. Porque “Rosas” é a mais linda flor. Venha conhecer! Amém!
Paulo Menezes em nome de toda a Nação Azul e Rosa.
“Sanitatem”, que significa “cura” em latim, é o título do enredo da Sociedade Rosas de Ouro para o Carnaval 2021.
Após ficar na sétima colocação do Grupo Especial paulistano em 2020 – clique aqui para relembrar o desfile – a escola buscará seu oitavo título no próximo ano.
Esse ano, em razão da pandemia da Covid-19, as eliminatórias de samba-enredo não vão acontecer no formato que a agremiação tradicionalmente faz. Foi anunciado durante a live realizada nesta sexta-feira (24), que o concurso será realizado através de audições internas, mas que haverá uma final com data, horário e formato ainda a serem definidos. A disputa será aberta para os compositores de todo o Brasil.
A azul e rosa também divulgou o logotipo e a sinopse da história desenvolvida pelo carnavalesco Paulo Menezes.
Leia a sinopse:
– Uma pequena conversa com Deus.
“Se eu quiser falar com Deus… […] tenho que ter mãos vazias ter a alma e o corpo nus…”
Olá, meu Deus! Como está? Estranhando eu falar contigo agora; né? Mas não estranhe, pois esta nossa conversa não é para fazer um pedido; vim aqui somente para te agradecer. Sei que a sua bênção e sua proteção eu sempre terei. A minha voz é uma entre milhares, mas sei que você me ouve. Sabe, meu Deus, passamos por momentos difíceis, os dias não foram fáceis, porém sei que já enfrentamos coisas parecidas algumas vezes e sempre conseguimos encontrar um caminho, uma solução. Alguns dizem que é obra de Deus; outros dizem que é a ciência, e os mais sábios dizem que é tudo isso junto, porque a cura de nossos males está nas mãos, nas mentes, na alma e na fé. Mas sabe como é… No sofrimento, somente a cura do mal interessa.
“Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge Que isso tudo é normal…”
Às vezes, eu gostaria de ser como você: um Deus! E sair por aí ajudando e curando os males das pessoas. Pois, enquanto estamos curando o outro, ao mesmo tempo estamos nos curando. Pois eu creio que somos um, mas juntos somos um todo e esse todo é que faz a diferença, que faz a energia vibrar mais forte. Afinal, o homem foi destinado à alegria e assim merece ser. Eu queria me sentir um deus, um ser mitológico, um salvador, um orixá…, cercado de mistérios, segredos, carregando meus búzios e cabaças, levando comigo fé, milagre, perdão e cura. “Wá To To A Jú Gbé Rò”.
“E o amor é a própria cura Remédio pra qualquer mal Cura o amado e quem ama O diferente e o igual…”
Desde os tempos pré-históricos, o homem se preocupava em derrotar as doenças e enfrentar a morte. Este talvez seja o maior desafio da humanidade desde então. E esse desafio, seja ele corporal, espiritual, seja sobrenatural, vai encontrando semelhanças entre várias civilizações. Para vencer esse desafio foram estabelecidos ritos, cerimônias e práticas religiosas, nas quais a participação do indivíduo o libertava dos males. Por meio de rituais extraordinários, o homem sempre procurou se tornar o mediador entre os deuses, a natureza e a si mesmo. Em alguns momentos, tornando-se a própria divindade. Eu queria viajar no tempo, ser sacerdote, xamã, monge ou espírito-guardião. Percorrer templos e santuários. Assistir a cerimônias, sacrifícios, banhar-me em rios sagrados, brincar com o fogo, beber águas purificadas… Queria dançar e cantar ao som de tambores e maracas, invocando o sobrenatural e, através de oferendas, viajar a outros mundos, buscar a liberdade… Ganhar a eternidade!
“… E toda raça então experimentará Para todo mal a cura.”
Eu queria me libertar de mim, poder me transformar em outros; ser uma entidade, bruxo, mago, pajé, feiticeiro. Enfrentar e exorcizar demônios. Encantar e dominar seres mitológicos. Levitar. Entrar em êxtase! Afastar o mal. Caminhar com a ciência, a magia, a feitiçaria, a religião e a natureza. Abrir as florestas, desvendar seus encantos e descobrir seu “ÀŞẸ”. Cercar-me e proteger com fetiches, amuletos, patuás e encantamentos. Queria unir o real e a fantasia; o mágico e o bárbaro e materializar o invisível.
“Acima de todas as crenças, ela representa uma proteção A fé que move montanhas independe de credo ou religião O equilíbrio existe entre o bem e o mal…”
“O homem precisa da fé até para crer na razão.” A fé está muito além dos verbos crer, confiar ou acreditar. Ela independe de religião. Ela é a certeza da verdade; é o inexplicável. E com fé eu queria orar, tocar, benzer, abençoar e curar. A fé nos permite isso. A fé permite até que falsos profetas vendam a cura, ofereçam “rituais mágicos” em troca de dinheiro. A falsa fé enriquece. A fé “opera” milagres. Caridade, amor e doação: a fé nos leva ao bem. Com as mãos eu posso curar, independentemente de ser um rei, um plebeu ou um padre. É a Imposição das Mãos. É o Toque Régio. Com as mãos eu posso benzer, “tornar santo”. É como uma prece poderosa, de força e caridade, pela fé! Mãos unidas em oração, mãos que se fecham em torno de velas. As mãos seguem um ritual de fé que se transforma em um ritual de cura. E seguem procissões, romarias, teatro, música e dança. É a luta do bem contra o mal, e com fé o bem sempre triunfa. Mas a fé também santifica. Ela traz o silêncio, a oração, a paciência e a união, pois “ninguém se salva sozinho”.
“[…] São Rafael, saúde dos doentes, rogai por nós… […] São Rafael, cujo nome significa cura, rogai por nós… […] São Rafael, repleto da graça da cura, rogai por nós… […] Amém…”
Desde o início, ciência e magia caminharam junto. Misticismo, segredo, religião, astrologia e ciência em um único objetivo: a cura! Pela religião, veremos os orixás e pajés em rituais de folhas; a alquimia, em busca da imortalidade; a medicina, buscando solução para pestes e epidemias; os cientistas, em rituais solitários nos laboratórios em busca de vacinas e remédios. São outros tempos, outros “sacerdotes”, outros rituais. Inclusive rituais de alegria para espantar a tristeza e desesperança de quem está em um hospital. Até que ponto se separa ciência e crença? Diversas descobertas científicas mudaram a história da humanidade e vêm salvando muitas vidas. O ritual da ciência usa outros métodos, entretanto a essência é a mesma: a fé. A fé em Deus, a fé no homem e a fé em si. Tudo é fé! Afinal, a receita para a cura é… A cura!
“Pra que nossa esperança… […] seja mais que um caminho que se deixa de herança.”
Sabe, meu Deus, lá no início quando eu disse que queria ser como você é porque eu também queria ser onipresente, estar pertinho abraçando cada cientista, cada médico e cada enfermeiro que lutam bravamente para curar o próximo. Curar é um ato de amor! É esperança! E que cada abraço tenha um desejo de: não desista! Pois nós, sambistas, não desistiremos, afinal o carnaval é um ritual que cura os males… Os males da alma! E agora, eu posso ver minha Roseira novamente em flor, desabrochando, feliz! E como forma de agradecimento, deixo para você, meu Deus, uma Rosa. Porque “Rosas” é a mais linda flor. Venha conhecer! Amém!
Paulo Menezes em nome de toda a Nação Azul e Rosa.