Na noite deste domingo (30) a escola de samba Vai-Vai escolheu seu hino para o Carnaval do próximo ano em São Paulo.
+ galeria de fotos da final de samba-enredo da Vai-Vai
Vivendo tempos de bastidores bem agitados no campo político, a mais popular e vitoriosa agremiação carnavalesca da cidade fez a final de sua eliminatória, como manda a tradição, na rua, nos braços do povo, após forte chuva que atingiu a capital durante toda a tarde.
Quatro concorrentes foram para a disputa decisiva e a escolha foi pela obra de Edegar Cirillo, Marcelo Casa Nossa, André Ricardo, Dema, Gui Cruz, Rodolfo Minuetto, Rodrigo Minuetto e KZ.
+ veja algumas fotos do evento
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+ veja um trecho de cada apresentação
Cada uma das quatro parcerias teve direito a quatro passagens, sendo uma sem e três com o acompanhamento da bateria. Quem abriu as apresentações foi o time inscrito com o número 27, seguido do 7, 8 e 9.
Antes da disputa, no palco foram anunciados, nominalmente, todos os jurados envolvidos na escolha, algo raro entre as escolas de samba neste tipo de concurso, confira:
+ samba 27
+ samba 7
+ samba 8
+ samba 9
+ leitores do SRzd escolheram o samba 8
O SRzd abriu enquete para os seus leitores opinarem sobre qual é era a melhor escolha para a agremiação. A votação esteve aberta entre os dias 26 e 29 de setembro.
+ conheça o resultado da enquete SRzd
+ ouça a versão em estúdio dos finalistas
+ Samba 7 – Compositores: Pedrinho Vai-Vai, Marcinho Z. Sul, Tuca Maia, Liz Atração, Reinaldo Papum, Claytinho, Carlinhos Bela Vista e Alex Soares
+ Samba 8 – Compositores: Edegar Cirillo, Marcelo Casa Nossa, André Ricardo, Dema, Gui Cruz, Rodolfo Minuetto, Rodrigo Minuetto e KZ
+ Samba 9 – Compositores: Léo do Cavaco, Jonas Mizael, Arnaldo Bolivar, Jé, Paulo Senna, Alemão do Pandeiro, Renne Campos e Tadeu Gomes
+ Samba 27 – Compositores: Peu, Jairo Limozini, Zé Paulo Sierra, Sales Genteboa, Gentil Pessa, Fernando Silva e Silas Augusto
+ concurso teve cancelamento e só ‘invadiu a rua’ na final
Tradicionalmente, nas fases decisivas de seus concursos de samba-enredo, a Vai-Vai toma as ruas do entorno de sua sede social no coração da cidade de São Paulo. Desta vez, apenas a final aconteceu ao ar livre.
A temporada eliminatória ainda teve outro fato inusitado; o cancelamento da etapa que seria realizada em 9 de setembro, por motivos de segurança, devido aos desdobramentos da crise política na entidade. Antes, no dia 29 de julho, briga e confusão marcaram um evento da agremiação, quando pessoas foram protestar contra a atual diretoria.
+ Relembre: presidente Neguitão se pronuncia sobre confusão em ensaio
+ a crise política
Para uma agremiação dona da maior galeria de títulos do Carnaval paulistano e portanto acostumada a disputar as primeiras colocações, o décimo lugar deste ano, naturalmente, não foi bem digerido.
Mas os dias que se seguiram após a disputa carnavalesca, não acalmaram os ânimos e revelaram manifestações diversas vindas de parte de seus apaixonados torcedores por meio das mídias sociais. As insatisfações, não se limitaram ao ambiente virtual da internet, concretizando-se em atos de vandalismo, como a pichação da fachada da sede no dia 16 fevereiro.
Nesta mesma data a diretoria alvinegra emitiu um comunicado em sua página no Facebook e em seu site oficial, pregando união e virando a página diante do resultado no concurso:
“Reconhecer que precisamos reavaliar, reestruturar e fazer uma releitura de nosso planejamento geral é condição básica da diretoria da escola de samba Vai-Vai em direção ao Carnaval de 2019. Precisamos e desejamos contar com o apoio de nossa comunidade, há 88 anos sempre presente nos momentos menos felizes e nas comemorações mais alegres”, dizia trecho da publicação. Relembre aqui o comunicado na íntegra.
Ainda como desdobramento desta sequência de fatos, uma página foi criada na web, denominada: “A resistência”. No texto de apresentação, o grupo se definiu desta forma:
“Nós somos a oposição ao continuísmo de uma má gestão e suas ações ditatoriais, de ações que levaram a divisão da nossa comunidade e marcaram de forma negativa, para o mundo do samba, a imagem de nossa agremiação”.
Ao longo das semanas, a mesma página seguiu com suas publicações, promovendo uma série de denúncias contra a atual gestão. No início do mesmo mês, um dos mais importantes nomes da história da “Escola do Povo”, Thobias da Vai-Vai, concedeu entrevista, em vídeo, ao grupo “A resistência”, onde reiterou as denúncias apontadas por eles.
Ex-intérprete e presidente da Vai-Vai entre os anos de 2007 e 2010, Thobias foi ouvido pelo SRzd, primeiro veículo de imprensa a abrir espaço ao grupo e abordar o cenário político na Saracura, para manifestar-se sobre a sua visão da conjuntura atual da entidade.
Em áudio, o cantor, que participou dos últimos oito anos da gestão liderada por Darly Silva (2010-2018) e agora está na oposição, respondeu alguns questionamentos feitos pela reportagem, relembre clicando aqui.
Neste momento, segundo a oposição, acontecem tratativas junto da atual diretoria, negociação assim definida: “para levantarmos a situação interna da instituição e assim encontrarmos o caminho mais correto para a ‘Escola do Povo’. Vale salientar que nós não estamos participando da gestão da escola neste momento e que todas as ações de protesto da Resistência estarão suspensas até que esses trabalhos de levantamento – acordados com a atual diretoria – cheguem ao fim”.
Em busca de paz, a alvinegra canta na Avenida em 2019 o enredo; “Vai-Vai: O quilombo do futuro”, quando será a quarta a desfilar no sábado, pelo Grupo Especial.
+ Leia o texto da sinopse na íntegra
O projeto será desenvolvido pelos carnavalescos Roberto Monteiro e Hernani Siqueira. No Carnaval de 2018, apresentou o enredo ‘Sambar com fé eu vou’, em homenagem ao cantor e compositor baiano Gilberto Gil, ficando com a décima colocação. Outro nome confirmado para o próximo desfile da Saracura é o da intérprete Grazzi Brasil, que teve contrato renovado.
+ a final em imagens