Novo drama estrelado por Glenn Close, “A Esposa” (The Wife – 2018) entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 10, brindando o público com atuações magistrais, calcadas numa história densa que eleva à potência máxima o ditado “por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”. Sob a competente direção de Björn Runge, […]
POR Ana Carolina Garcia10/01/2019|3 min de leitura
Novo drama estrelado por Glenn Close, “A Esposa” (The Wife – 2018) entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 10, brindando o público com atuações magistrais, calcadas numa história densa que eleva à potência máxima o ditado “por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”.
Sob a competente direção de Björn Runge, “A Esposa” começa em 1992, no estado americano de Connecticut, mostrando a ansiedade de Joe Castleman (Jonathan Pryce) acerca de sua possível indicação ao Prêmio Nobel de Literatura. A felicidade de Joe após o anúncio contrasta com o misto de emoções de sua esposa, Joan (Close), que vive à sombra do marido perante a sociedade. Emocionalmente esgotada, Joan se torna um vulcão prestes a explodir, algo que se intensifica à medida que a cerimônia de entrega do Nobel se aproxima. Em meio a isso, precisa lidar com a revolta do filho David (Max Irons), que está sempre em busca da aprovação paterna.
Plasticamente elegante, sobretudo em termos de fotografia, que trabalha luz e cores com eficiência para transmitir a frieza que domina a relação da família, o filme baseado na obra homônima de Meg Wolitzer conta com roteiro sólido que se desenvolve com esmero e no tempo preciso, dispensando pontas soltas e clichês. Indicando o drama da família de forma sutil, muitas vezes somente em pequenos detalhes, “A Esposa” também se destaca por sua montagem, que costura flashbacks com precisão cirúrgica.
Abordando o preconceito contra a mulher no mercado editorial, sobretudo nos anos 1960, o longa centraliza sua trama em Joan. Para isto, apresenta a personagem à plateia como uma mulher forte e abnegada que faz tudo em prol do marido e dos filhos que teve com ele, o que inclui aturar as frequentes traições de Joe. No entanto, isto funciona graças à química entre Glenn Close e Jonathan Pryce.
Os atores surgem em cena explicitando naturalidade para enfrentar a ruptura da base familiar. Enquanto Pryce aposta no homem desentendido que se recusa a sair de sua zona de conforto, Close explora as diversas camadas de Joan, exprimindo sua dor em gestos delicados e no olhar até a catarse proporcionada pelo Nobel. É um trabalho rico e digno de muitos prêmios na atual temporada, que já lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz em drama e lhe dá chances concretas de uma indicação ao Oscar.
“A Esposa” não é apenas sobre uma família cansada de esconder seus problemas e desinteressada em juntar os cacos. É uma produção sobre amor e dependência em todos os níveis, baseados numa farsa que se tornou a força motriz de um casamento falido. E tudo em prol da imagem do homem bem sucedido.
Assista ao trailer oficial legendado:
Novo drama estrelado por Glenn Close, “A Esposa” (The Wife – 2018) entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 10, brindando o público com atuações magistrais, calcadas numa história densa que eleva à potência máxima o ditado “por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”.
Sob a competente direção de Björn Runge, “A Esposa” começa em 1992, no estado americano de Connecticut, mostrando a ansiedade de Joe Castleman (Jonathan Pryce) acerca de sua possível indicação ao Prêmio Nobel de Literatura. A felicidade de Joe após o anúncio contrasta com o misto de emoções de sua esposa, Joan (Close), que vive à sombra do marido perante a sociedade. Emocionalmente esgotada, Joan se torna um vulcão prestes a explodir, algo que se intensifica à medida que a cerimônia de entrega do Nobel se aproxima. Em meio a isso, precisa lidar com a revolta do filho David (Max Irons), que está sempre em busca da aprovação paterna.
Plasticamente elegante, sobretudo em termos de fotografia, que trabalha luz e cores com eficiência para transmitir a frieza que domina a relação da família, o filme baseado na obra homônima de Meg Wolitzer conta com roteiro sólido que se desenvolve com esmero e no tempo preciso, dispensando pontas soltas e clichês. Indicando o drama da família de forma sutil, muitas vezes somente em pequenos detalhes, “A Esposa” também se destaca por sua montagem, que costura flashbacks com precisão cirúrgica.
Abordando o preconceito contra a mulher no mercado editorial, sobretudo nos anos 1960, o longa centraliza sua trama em Joan. Para isto, apresenta a personagem à plateia como uma mulher forte e abnegada que faz tudo em prol do marido e dos filhos que teve com ele, o que inclui aturar as frequentes traições de Joe. No entanto, isto funciona graças à química entre Glenn Close e Jonathan Pryce.
Os atores surgem em cena explicitando naturalidade para enfrentar a ruptura da base familiar. Enquanto Pryce aposta no homem desentendido que se recusa a sair de sua zona de conforto, Close explora as diversas camadas de Joan, exprimindo sua dor em gestos delicados e no olhar até a catarse proporcionada pelo Nobel. É um trabalho rico e digno de muitos prêmios na atual temporada, que já lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor atriz em drama e lhe dá chances concretas de uma indicação ao Oscar.
“A Esposa” não é apenas sobre uma família cansada de esconder seus problemas e desinteressada em juntar os cacos. É uma produção sobre amor e dependência em todos os níveis, baseados numa farsa que se tornou a força motriz de um casamento falido. E tudo em prol da imagem do homem bem sucedido.