Maior conglomerado de entretenimento do mundo, a The Walt Disney Company tem muito a comemorar no mês de agosto, pois dois grandes personagens dos seus anos dourados completaram 80 anos: Bambi e Zé Carioca. Lançado no mercado americano em 21 de agosto de 1942, depois de pré-estreias em Londres e nas cidades americanas de […]
PORAna Carolina Garcia26/8/2022|
5 min de leitura
Zé Carioca em "visita oficial" ao Rio de Janeiro (Foto: Divulgação / Crédito: The Walt Disney Company).
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Maior conglomerado de entretenimento do mundo, a The Walt Disney Company tem muito a comemorar no mês de agosto, pois dois grandes personagens dos seus anos dourados completaram 80 anos: Bambi e Zé Carioca.
Lançado no mercado americano em 21 de agosto de 1942, depois de pré-estreias em Londres e nas cidades americanas de Nova York e Salt Lake City, “Bambi” (Bambi – 1942, EUA) chegou às telas com o tão sonhado realismo de Walt Disney, que, à época, subverteu o gênero de animação ao sair do lugar comum de animações de fácil assimilação pelo público infanto-juvenil ou do conto de fadas, que tinha Branca de Neve como ícone máximo, para emocionar a plateia com uma história que fala abertamente sobre o medo e a dor da perda.
“Bambi” é um dos maiores clássicos da Disney (Foto: Divulgação / Crédito: The Walt Disney Company).
Contando com alguns dos principais animadores da Casa do Mickey, dentre eles, Ollie Johnston, Milt Kahl, Eric Larson e Frank Thomas, “Bambi” chamou a atenção tanto pelo drama quanto pela beleza visual, pois este longa-metragem é riquíssimo em detalhes, mostrados por meio da elegância dos traços da animação tradicional. É um dos mais belos trabalhos do estúdio, mesmo assim, não obteve o lucro esperado por Walt Disney e sua equipe, pois, tal qual outras produções lançadas naquele período, sentiu o impacto direto da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), que causou o fechamento de muitos mercados, principalmente o europeu.
Dirigido por James Algar, Samuel Armstrong, David Hand, Graham Heid, Bill Roberts, Paul Satterfield, Norman Wright, Arthur Davis (não creditado) e Clyde Geronimi (não creditado), “Bambi” chegou às telas num período bastante conturbado para o estúdio Disney, que enfrentava os efeitos colaterais de uma greve que, em 1941, foi um divisor de águas em sua história não apenas pelas questões trabalhistas, como também na postura do próprio Walt Disney, que acabou se distanciando de parte de sua equipe por se sentir traído por ela. E foi nessa época que o homem que revolucionou o cinema de animação embarcou numa aventura pela América Latina, desembarcando, inclusive, no Brasil, onde criou um personagem em homenagem ao povo brasileiro, o papagaio Zé Carioca.
Fruto da chamada política da boa vizinhança, a viagem de Walt Disney ao Brasil foi fundamental para expandir o olhar da indústria cinematográfica para o mercado sul-americano, mostrando o quão rentável ele poderia ser. Mesmo curta, a passagem de um dos pais do Mickey Mouse – o outro é Ub Iwerks, o responsável pelos traços e personalidade do camundongo – pelo país rendeu um longa-metragem que mistura animação e ação ao vivo: “Alô, Amigos” (Saludos Amigos – 1942, EUA), de Wilfred Jackson, Hamilton Luske e Jack Kinney.
Pato Donald e Zé Carioca em cena de “Alô, Amigos” (Foto: Divulgação / Crédito: The Walt Disney Company).
Mostrando a viagem de um grupo de animadores pela América do Sul, “Alô, Amigos” contém um segmento inteiramente dedicado ao Brasil, chamado de “Aquarela Brasileira”, estrelado por Pato Donald (voz de Clarence Nash) e Zé Carioca (voz de José Oliveira), apresentando o Rio de Janeiro como “uma cidade de beleza incrível, um cenário perfeito”, embalada por um ritmo musical “complicado”, o samba, enaltecendo a Folia de Momo.
Primeiro longa-metragem da Disney a estrear no mercado sul-americano antes da première nos Estados Unidos, “Alô, Amigos” coloca Zé Carioca (Joe Carioca, no original) como guia de Donald, vencendo o seu lado ranzinza com a promessa de levá-lo da Tijuca e Copacabana ao Campo de Santana e Corcovado, por exemplo. E, assim como “Bambi”, conta com nomes de peso da Casa do Mickey em sua equipe, entre eles, Kahl, Norman Ferguson, Fred Moore, Bill Tytla, Les Clark e Ward Kimball.
“Alô, Amigos” não é um dos títulos mais famosos do estúdio Disney, assim como Zé Carioca é uma das criações mais esquecidas pelo público, inclusive brasileiro. Mas a Casa do Mickey promete “reverter” este cenário no decorrer dos próximos meses por meio de ações comemorativas, dentre elas, conteúdos especiais nas redes sociais da Disney Brasil, uma parceria com o ESPN e o lançamento de uma música, de autoria do Leandro Lehart e cantada pelo sambista Xande de Pilares, em homenagem ao papagaio, intitulada de “Os Zés do Brasil”. Prevista para o próximo dia 09, quando o Rock in Rio estiver a pleno vapor, a canção chegará ao mercado semanas após o lançamento de “O essencial do Zé Carioca: celebrando os 80 anos da sua estreia”, da Editora Culturama, que reúne 14 histórias protagonizadas pelo personagem, que virou tema do livro “Zé Carioca Conta a História do Brasil”, de Eduardo Bueno, que tem lançamento agendado para outubro.
“Bambi” e “Alô, Amigos” estão disponíveis no catálogo da Disney+, sendo que o segundo contém alerta de conteúdo sobre representações estereotipadas de “pessoas ou culturas”. Este alerta é comum na plataforma, sobretudo para produções que refletem a época na qual foram realizadas, com abordagens não mais aceitas pela sociedade.
Maior conglomerado de entretenimento do mundo, a The Walt Disney Company tem muito a comemorar no mês de agosto, pois dois grandes personagens dos seus anos dourados completaram 80 anos: Bambi e Zé Carioca.
Lançado no mercado americano em 21 de agosto de 1942, depois de pré-estreias em Londres e nas cidades americanas de Nova York e Salt Lake City, “Bambi” (Bambi – 1942, EUA) chegou às telas com o tão sonhado realismo de Walt Disney, que, à época, subverteu o gênero de animação ao sair do lugar comum de animações de fácil assimilação pelo público infanto-juvenil ou do conto de fadas, que tinha Branca de Neve como ícone máximo, para emocionar a plateia com uma história que fala abertamente sobre o medo e a dor da perda.
“Bambi” é um dos maiores clássicos da Disney (Foto: Divulgação / Crédito: The Walt Disney Company).
Contando com alguns dos principais animadores da Casa do Mickey, dentre eles, Ollie Johnston, Milt Kahl, Eric Larson e Frank Thomas, “Bambi” chamou a atenção tanto pelo drama quanto pela beleza visual, pois este longa-metragem é riquíssimo em detalhes, mostrados por meio da elegância dos traços da animação tradicional. É um dos mais belos trabalhos do estúdio, mesmo assim, não obteve o lucro esperado por Walt Disney e sua equipe, pois, tal qual outras produções lançadas naquele período, sentiu o impacto direto da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), que causou o fechamento de muitos mercados, principalmente o europeu.
Dirigido por James Algar, Samuel Armstrong, David Hand, Graham Heid, Bill Roberts, Paul Satterfield, Norman Wright, Arthur Davis (não creditado) e Clyde Geronimi (não creditado), “Bambi” chegou às telas num período bastante conturbado para o estúdio Disney, que enfrentava os efeitos colaterais de uma greve que, em 1941, foi um divisor de águas em sua história não apenas pelas questões trabalhistas, como também na postura do próprio Walt Disney, que acabou se distanciando de parte de sua equipe por se sentir traído por ela. E foi nessa época que o homem que revolucionou o cinema de animação embarcou numa aventura pela América Latina, desembarcando, inclusive, no Brasil, onde criou um personagem em homenagem ao povo brasileiro, o papagaio Zé Carioca.
Fruto da chamada política da boa vizinhança, a viagem de Walt Disney ao Brasil foi fundamental para expandir o olhar da indústria cinematográfica para o mercado sul-americano, mostrando o quão rentável ele poderia ser. Mesmo curta, a passagem de um dos pais do Mickey Mouse – o outro é Ub Iwerks, o responsável pelos traços e personalidade do camundongo – pelo país rendeu um longa-metragem que mistura animação e ação ao vivo: “Alô, Amigos” (Saludos Amigos – 1942, EUA), de Wilfred Jackson, Hamilton Luske e Jack Kinney.
Pato Donald e Zé Carioca em cena de “Alô, Amigos” (Foto: Divulgação / Crédito: The Walt Disney Company).
Mostrando a viagem de um grupo de animadores pela América do Sul, “Alô, Amigos” contém um segmento inteiramente dedicado ao Brasil, chamado de “Aquarela Brasileira”, estrelado por Pato Donald (voz de Clarence Nash) e Zé Carioca (voz de José Oliveira), apresentando o Rio de Janeiro como “uma cidade de beleza incrível, um cenário perfeito”, embalada por um ritmo musical “complicado”, o samba, enaltecendo a Folia de Momo.
Primeiro longa-metragem da Disney a estrear no mercado sul-americano antes da première nos Estados Unidos, “Alô, Amigos” coloca Zé Carioca (Joe Carioca, no original) como guia de Donald, vencendo o seu lado ranzinza com a promessa de levá-lo da Tijuca e Copacabana ao Campo de Santana e Corcovado, por exemplo. E, assim como “Bambi”, conta com nomes de peso da Casa do Mickey em sua equipe, entre eles, Kahl, Norman Ferguson, Fred Moore, Bill Tytla, Les Clark e Ward Kimball.
“Alô, Amigos” não é um dos títulos mais famosos do estúdio Disney, assim como Zé Carioca é uma das criações mais esquecidas pelo público, inclusive brasileiro. Mas a Casa do Mickey promete “reverter” este cenário no decorrer dos próximos meses por meio de ações comemorativas, dentre elas, conteúdos especiais nas redes sociais da Disney Brasil, uma parceria com o ESPN e o lançamento de uma música, de autoria do Leandro Lehart e cantada pelo sambista Xande de Pilares, em homenagem ao papagaio, intitulada de “Os Zés do Brasil”. Prevista para o próximo dia 09, quando o Rock in Rio estiver a pleno vapor, a canção chegará ao mercado semanas após o lançamento de “O essencial do Zé Carioca: celebrando os 80 anos da sua estreia”, da Editora Culturama, que reúne 14 histórias protagonizadas pelo personagem, que virou tema do livro “Zé Carioca Conta a História do Brasil”, de Eduardo Bueno, que tem lançamento agendado para outubro.
“Bambi” e “Alô, Amigos” estão disponíveis no catálogo da Disney+, sendo que o segundo contém alerta de conteúdo sobre representações estereotipadas de “pessoas ou culturas”. Este alerta é comum na plataforma, sobretudo para produções que refletem a época na qual foram realizadas, com abordagens não mais aceitas pela sociedade.