Selecionado para a Mostra Première Latina do Festival do Rio, que este ano comemora seu 20o aniversário, “Vermelho Sol” (Rojo – 2018) é um filme cuja trama é conduzida pelo clima de terror na Argentina de 1975, mas que fica no campo da insinuação, pois suprime a violência gráfica para acentuar a tensão. Com […]
POR Ana Carolina Garcia04/11/2018|3 min de leitura
“Vermelho Sol” entra em cartaz no circuito comercial no dia 29 de novembro (Foto: Divulgação).
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Selecionado para a Mostra Première Latina do Festival do Rio, que este ano comemora seu 20o aniversário, “Vermelho Sol” (Rojo – 2018) é um filme cuja trama é conduzida pelo clima de terror na Argentina de 1975, mas que fica no campo da insinuação, pois suprime a violência gráfica para acentuar a tensão.
Com direção e roteiro de Benjamin Naishtat, o longa conta a história de Claudio (Darío Grandinetti), advogado respeitado pela população da província onde mora com a família, que vê sua vida virar de cabeça para baixo após a confusão com um desconhecido num restaurante local. Visivelmente perturbado, o homem ataca Claudio e sua esposa no meio da rua. Meses mais tarde, a confusão volta à tona e o advogado é procurado por um investigador que tem sólida carreira na TV e é reconhecido por solucionar os casos mais difíceis.
Filme conta com a fotografia do brasileiro Pedro Sotero (Foto: Divulgação).
Focando na trama do advogado, bem como na rotina de sua família, “Vermelho Sol” aborda a situação política da Argentina com pinceladas pontuais para mostrar ao espectador que, apesar da aparente normalidade, algo maior acontecia no país. Mesmo sem aprofundar as questões políticas, o filme mostra a banalização da violência e da vida humana em casos específicos e de motivações distintas, dentre elas, uma que não é de cunho político, pois o jovem é motivado pelo sentimento de posse em relação à namorada que lhe recusa uma noite de sexo.
Oferecendo ao espectador um interessante trabalho de direção de arte e a impecável fotografia assinada pelo brasileiro Pedro Sotero, o longa tem como ponto forte a atuação de Darío Grandinetti, que consegue assimilar com naturalidade as características de seu personagem, concedendo veracidade a ele, sobretudo ao explorar sua dualidade.
No fim das contas, “Vermelho Sol” é uma produção sobre o medo em tempos de incertezas, que mostra que o horror pode surgir das mãos de pessoas supostamente ilibadas. Neste contexto, aborda a recusa do indivíduo em assumir a responsabilidade de seus atos e, consequentemente, arcar com as consequências dos mesmos.
* “Vermelho Sol” entra em cartaz no circuito comercial no dia 29 de novembro. Suas próximas sessões no Festival do Rio serão nos dias: 04/11, às 21h, no Cine Arte UFF; e 05/11, às 21h15, no Estação NET Rio.
Selecionado para a Mostra Première Latina do Festival do Rio, que este ano comemora seu 20o aniversário, “Vermelho Sol” (Rojo – 2018) é um filme cuja trama é conduzida pelo clima de terror na Argentina de 1975, mas que fica no campo da insinuação, pois suprime a violência gráfica para acentuar a tensão.
Com direção e roteiro de Benjamin Naishtat, o longa conta a história de Claudio (Darío Grandinetti), advogado respeitado pela população da província onde mora com a família, que vê sua vida virar de cabeça para baixo após a confusão com um desconhecido num restaurante local. Visivelmente perturbado, o homem ataca Claudio e sua esposa no meio da rua. Meses mais tarde, a confusão volta à tona e o advogado é procurado por um investigador que tem sólida carreira na TV e é reconhecido por solucionar os casos mais difíceis.
Filme conta com a fotografia do brasileiro Pedro Sotero (Foto: Divulgação).
Focando na trama do advogado, bem como na rotina de sua família, “Vermelho Sol” aborda a situação política da Argentina com pinceladas pontuais para mostrar ao espectador que, apesar da aparente normalidade, algo maior acontecia no país. Mesmo sem aprofundar as questões políticas, o filme mostra a banalização da violência e da vida humana em casos específicos e de motivações distintas, dentre elas, uma que não é de cunho político, pois o jovem é motivado pelo sentimento de posse em relação à namorada que lhe recusa uma noite de sexo.
Oferecendo ao espectador um interessante trabalho de direção de arte e a impecável fotografia assinada pelo brasileiro Pedro Sotero, o longa tem como ponto forte a atuação de Darío Grandinetti, que consegue assimilar com naturalidade as características de seu personagem, concedendo veracidade a ele, sobretudo ao explorar sua dualidade.
No fim das contas, “Vermelho Sol” é uma produção sobre o medo em tempos de incertezas, que mostra que o horror pode surgir das mãos de pessoas supostamente ilibadas. Neste contexto, aborda a recusa do indivíduo em assumir a responsabilidade de seus atos e, consequentemente, arcar com as consequências dos mesmos.
* “Vermelho Sol” entra em cartaz no circuito comercial no dia 29 de novembro. Suas próximas sessões no Festival do Rio serão nos dias: 04/11, às 21h, no Cine Arte UFF; e 05/11, às 21h15, no Estação NET Rio.