Devastada pela Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), a Polônia chegou ao final dos anos 1940 tentando se reerguer num cenário de incertezas, muitas delas proporcionadas pela Guerra Fria (1945 – 1991), que dividiu o mundo em dois blocos, o capitalista (Estados Unidos) e socialista (União das Repúblicas Socialistas Soviética – URSS). A divisão política, […]
PORAna Carolina Garcia7/2/2019|
2 min de leitura
"Guerra Fria" é o representante polonês no Oscar 2019 (Foto: Divulgação).
| Siga-nos
Devastada pela Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), a Polônia chegou ao final dos anos 1940 tentando se reerguer num cenário de incertezas, muitas delas proporcionadas pela Guerra Fria (1945 – 1991), que dividiu o mundo em dois blocos, o capitalista (Estados Unidos) e socialista (União das Repúblicas Socialistas Soviética – URSS). A divisão política, econômica e ideológica teve consequências, inclusive nas relações interpessoais. E é deste ponto que parte a trama de “Guerra Fria” (Zimna wojna – 2018), uma das estreias desta quinta-feira, dia 07.
Do mesmo diretor de “Ida” (Idem – 2013), Pawel Pawlikowski, que assina o roteiro ao lado de Janusz Glowacki, o longa começa em 1949, mostrando as tradições polonesas e a busca dos jovens por uma vida melhor. Para isso, eles participam de audições para o Mazurek, grupo de música e dança, num palácio ainda com cicatrizes da Grande Guerra. É neste cenário que o músico e professor Wiktor (Tomasz Kot) conhece Zula (Joanna Kulig), jovem ousada para o seu tempo e por quem se encanta.
Ao longo de quase 90 minutos, “Guerra Fria” mostra os encontros e desencontros do casal, mas sem cometer o pecado da pieguice para entregar uma trama concisa que também explora o terceiro vértice do triângulo amoroso, o Estado. Desta forma, tece uma crítica direta ao bloco soviético e suas intervenções na vida particular de pessoas obrigadas a saudar Stalin, apesar das discordâncias, como os integrantes do Mazurek em suas apresentações pela Europa.
Com uma bela fotografia em preto e branco, que assume ares de retrato devido ao formato quadrado de tela, explorando a imponência de cenários e a miséria da população nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, “Guerra Fria” é um filme sobre a paixão desmedida e suas consequências. E para levar esta história às telas, o longa foge de clichês inerentes aos temas, focando no estado de degradação emocional que torna o indivíduo escravo de seu desejo e o leva a atitudes extremas.
* “Guerra Fria” concorre a três estatuetas do Oscar: melhor filme estrangeiro, direção para Pawel Pawlikowski e fotografia para Lukasz Zal.
Assista ao trailer oficial legendado:
Devastada pela Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), a Polônia chegou ao final dos anos 1940 tentando se reerguer num cenário de incertezas, muitas delas proporcionadas pela Guerra Fria (1945 – 1991), que dividiu o mundo em dois blocos, o capitalista (Estados Unidos) e socialista (União das Repúblicas Socialistas Soviética – URSS). A divisão política, econômica e ideológica teve consequências, inclusive nas relações interpessoais. E é deste ponto que parte a trama de “Guerra Fria” (Zimna wojna – 2018), uma das estreias desta quinta-feira, dia 07.
Do mesmo diretor de “Ida” (Idem – 2013), Pawel Pawlikowski, que assina o roteiro ao lado de Janusz Glowacki, o longa começa em 1949, mostrando as tradições polonesas e a busca dos jovens por uma vida melhor. Para isso, eles participam de audições para o Mazurek, grupo de música e dança, num palácio ainda com cicatrizes da Grande Guerra. É neste cenário que o músico e professor Wiktor (Tomasz Kot) conhece Zula (Joanna Kulig), jovem ousada para o seu tempo e por quem se encanta.
Ao longo de quase 90 minutos, “Guerra Fria” mostra os encontros e desencontros do casal, mas sem cometer o pecado da pieguice para entregar uma trama concisa que também explora o terceiro vértice do triângulo amoroso, o Estado. Desta forma, tece uma crítica direta ao bloco soviético e suas intervenções na vida particular de pessoas obrigadas a saudar Stalin, apesar das discordâncias, como os integrantes do Mazurek em suas apresentações pela Europa.
Com uma bela fotografia em preto e branco, que assume ares de retrato devido ao formato quadrado de tela, explorando a imponência de cenários e a miséria da população nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, “Guerra Fria” é um filme sobre a paixão desmedida e suas consequências. E para levar esta história às telas, o longa foge de clichês inerentes aos temas, focando no estado de degradação emocional que torna o indivíduo escravo de seu desejo e o leva a atitudes extremas.
* “Guerra Fria” concorre a três estatuetas do Oscar: melhor filme estrangeiro, direção para Pawel Pawlikowski e fotografia para Lukasz Zal.