‘Natureza Selvagem’ referencia clássicos de Hitchcock e Spielberg
Tema de incontáveis títulos de nacionalidades distintas, o Holocausto é novamente abordado em “Natureza Selvagem” (Wilkolak – 2018, Polônia), disponível no Brasil em VOD. Dirigido e roteirizado por Adrian Panek, o longa utiliza elementos inerentes do cinema fantástico para contar uma história centrada em crianças e adolescentes vitimadas pelo Terceiro Reich. Ambientado em fevereiro […]
POR Ana Carolina Garcia14/05/2021|3 min de leitura
“Natureza Selvagem” está disponível para aluguel nas plataformas digitais (Foto: Divulgação).
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Tema de incontáveis títulos de nacionalidades distintas, o Holocausto é novamente abordado em “Natureza Selvagem” (Wilkolak – 2018, Polônia), disponível no Brasil em VOD. Dirigido e roteirizado por Adrian Panek, o longa utiliza elementos inerentes do cinema fantástico para contar uma história centrada em crianças e adolescentes vitimadas pelo Terceiro Reich.
Ambientado em fevereiro de 1945, “Natureza Selvagem” começa mostrando a rotina de Gross-Rosen, campo de concentração localizado no vilarejo homônimo alemão, para, em seguida, priorizar a ação na fuga das crianças e adolescentes para uma mansão abandonada, no meio da floresta, à espera do resgate soviético. Mas o local também esconde perigos, sobretudo quando é cercado por cães ferozes e famintos, soltos pelo exército de Adolf Hitler.
“Natureza Selvagem”: parte do grupo na floresta dominada pelos cachorros (Foto: Divulgação).
Equilibrando fantasia, drama e suspense, com pitadas de terror observadas na maneira com a qual a fotografia trabalha luzes e sombras, “Natureza Selvagem” bebe da fonte do cinema de Alfred Hitchcock ao inserir elementos que remetem ao clássico “Os Pássaros” (The Birds – 1963), o que pode ser observado na dinâmica dos personagens e na insistência dos cachorros em invadir a mansão. Além disso, próximo ao final, a escolha de Hanka (Sonia Mietielica) pela roupa de cor vermelha que a destaca dentre os demais, ainda com os uniformes do campo, se torna uma referência visual a “A Lista de Schindler” (Schindler’s List – 1993), de Steven Spielberg, cineasta que tem a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) como tema recorrente de sua filmografia.
Mesmo conseguindo manter a atmosfera de tensão, “Natureza Selvagem” apresenta uma trama com algumas pontas soltas, algo que fica nítido nas ações de Wladek (Kamil Polnisiak), jovem de comportamento duvidoso cujas reais motivações nunca são completamente reveladas ao espectador. Isto também acontece em relação ao passado de Hanys (Nicolas Przygoda), alemão que integra o grupo e manifesta certo interesse, aparentemente correspondido, por Hanka, que é cobiçada por Wladek, aumentando a animosidade entre os rapazes.
Por vezes conferindo às crianças comportamento animalesco, “Natureza Selvagem” é guiado pelo medo e incerteza em relação ao futuro, explorando tanto as condições sub-humanas impostas aos prisioneiros do campo quanto a transformação de quem tenta sobreviver a elas. E tais transformações são impulsionadas pela fome, sede e necessidade de união para superar as adversidades.
Assista ao trailer oficial legendado:
Tema de incontáveis títulos de nacionalidades distintas, o Holocausto é novamente abordado em “Natureza Selvagem” (Wilkolak – 2018, Polônia), disponível no Brasil em VOD. Dirigido e roteirizado por Adrian Panek, o longa utiliza elementos inerentes do cinema fantástico para contar uma história centrada em crianças e adolescentes vitimadas pelo Terceiro Reich.
Ambientado em fevereiro de 1945, “Natureza Selvagem” começa mostrando a rotina de Gross-Rosen, campo de concentração localizado no vilarejo homônimo alemão, para, em seguida, priorizar a ação na fuga das crianças e adolescentes para uma mansão abandonada, no meio da floresta, à espera do resgate soviético. Mas o local também esconde perigos, sobretudo quando é cercado por cães ferozes e famintos, soltos pelo exército de Adolf Hitler.
“Natureza Selvagem”: parte do grupo na floresta dominada pelos cachorros (Foto: Divulgação).
Equilibrando fantasia, drama e suspense, com pitadas de terror observadas na maneira com a qual a fotografia trabalha luzes e sombras, “Natureza Selvagem” bebe da fonte do cinema de Alfred Hitchcock ao inserir elementos que remetem ao clássico “Os Pássaros” (The Birds – 1963), o que pode ser observado na dinâmica dos personagens e na insistência dos cachorros em invadir a mansão. Além disso, próximo ao final, a escolha de Hanka (Sonia Mietielica) pela roupa de cor vermelha que a destaca dentre os demais, ainda com os uniformes do campo, se torna uma referência visual a “A Lista de Schindler” (Schindler’s List – 1993), de Steven Spielberg, cineasta que tem a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) como tema recorrente de sua filmografia.
Mesmo conseguindo manter a atmosfera de tensão, “Natureza Selvagem” apresenta uma trama com algumas pontas soltas, algo que fica nítido nas ações de Wladek (Kamil Polnisiak), jovem de comportamento duvidoso cujas reais motivações nunca são completamente reveladas ao espectador. Isto também acontece em relação ao passado de Hanys (Nicolas Przygoda), alemão que integra o grupo e manifesta certo interesse, aparentemente correspondido, por Hanka, que é cobiçada por Wladek, aumentando a animosidade entre os rapazes.
Por vezes conferindo às crianças comportamento animalesco, “Natureza Selvagem” é guiado pelo medo e incerteza em relação ao futuro, explorando tanto as condições sub-humanas impostas aos prisioneiros do campo quanto a transformação de quem tenta sobreviver a elas. E tais transformações são impulsionadas pela fome, sede e necessidade de união para superar as adversidades.