‘Polícia Federal: A Lei é Para Todos’ é uma produção de fórmula hollywoodiana
Entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 07, em pleno feriado da Independência do Brasil, “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” (2017). Baseado no livro homônimo de Carlos Graeb e Ana Maria Santos, o longa dirigido por Marcelo Antunez opta por uma linha narrativa que aposta mais no factual para não retratar os personagens, inspirados […]
POR Ana Carolina Garcia06/09/2017|4 min de leitura
Entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 07, em pleno feriado da Independência do Brasil, “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” (2017). Baseado no livro homônimo de Carlos Graeb e Ana Maria Santos, o longa dirigido por Marcelo Antunez opta por uma linha narrativa que aposta mais no factual para não retratar os personagens, inspirados nos agentes responsáveis pela Lava Jato, como heróis de um país há tempos assolado pela corrupção.
Este filme sobre uma operação policial que começou investigando tráfico de drogas e descobriu uma rede de corrupção repleta de políticos e empresários, causando um terremoto de magnitude nove na Escala Richter, com epicentro no Planalto Central e abalos ainda mais devastadores a cada fase, assume o tom frio e racional em prol de uma abordagem mais analítica. Para isso, não há grande preocupação no que tange ao desenvolvimento de histórias pessoais dos personagens, focando apenas no trabalho na Operação Lava Jato, considerada por boa parte dos brasileiros como o único meio de limpar a sujeira que existe no país desde os seus primórdios.
Com isso, há apenas uma subtrama de cunho familiar, desenvolvida de forma contida, para apresentar ao espectador o lado humano dos homens e mulheres por trás das investigações. Por meio de Júlio (Bruce Gomlevsky), a plateia é exposta ao emocional dessas pessoas, mostrando o idealismo e a obstinação do personagem, defendido de forma um tanto forçada pelo ator, por vezes, até superficial. Porém, enquanto Júlio surge como a emoção, o delegado Ivan (Antonio Calloni) entra em cena como a razão, oferecendo uma dinâmica que nos remete um pouquinho à de Mark Ruffalo e Michael Keaton em “Spotlight – Segredos Revelados” (Spotlight – 2015), o vencedor do Oscar de melhor filme em 2016.
Destacando-se dentre todos os atores por sua atuação firme, Calloni concede veracidade ao seu personagem por utilizar a prudência como sua principal característica, exercendo o lado racional por meio de dúvidas e questionamentos acerca dos resultados de seu trabalho contra um sistema corrompido. Isto pode ser condensado em duas frases: “A gente não vai limpar o Brasil, mas alguma coisinha a gente sempre faz, né?” e “O sistema sempre ganha. A caneta sempre ganha”.
Tecendo críticas diretas não apenas ao sistema, mas também ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à conduta de políticos e outros integrantes de partidos, sobretudo do Partido dos Trabalhadores (PT) no episódio da condução coercitiva do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (Ary Fontoura), o longa tenta resumir e explicar didaticamente os fatos que deflagraram cada fase da Operação Lava Jato, alguns deles descobertos ao acaso, até março de 2016.
“Polícia Federal: A Lei é Para Todos” é uma produção de fórmula hollywoodiana que tem na montagem seu maior trunfo, pois é um trabalho minucioso de Marcelo Moraes. Com polêmica no subtítulo, se levarmos em consideração o atual cenário de polarização política e ideológica do país, este longa utiliza imagens de arquivo, inclusive de depoimentos dos acusados, para corroborar tudo o que é contado e reconstituído na tela. Algo que pode ser encontrado também nos créditos finais, que contam ainda com uma cena que abre caminho para um segundo longa (sem data de lançamento definida).
Assista ao trailer oficial:
Entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 07, em pleno feriado da Independência do Brasil, “Polícia Federal: A Lei é Para Todos” (2017). Baseado no livro homônimo de Carlos Graeb e Ana Maria Santos, o longa dirigido por Marcelo Antunez opta por uma linha narrativa que aposta mais no factual para não retratar os personagens, inspirados nos agentes responsáveis pela Lava Jato, como heróis de um país há tempos assolado pela corrupção.
Este filme sobre uma operação policial que começou investigando tráfico de drogas e descobriu uma rede de corrupção repleta de políticos e empresários, causando um terremoto de magnitude nove na Escala Richter, com epicentro no Planalto Central e abalos ainda mais devastadores a cada fase, assume o tom frio e racional em prol de uma abordagem mais analítica. Para isso, não há grande preocupação no que tange ao desenvolvimento de histórias pessoais dos personagens, focando apenas no trabalho na Operação Lava Jato, considerada por boa parte dos brasileiros como o único meio de limpar a sujeira que existe no país desde os seus primórdios.
Com isso, há apenas uma subtrama de cunho familiar, desenvolvida de forma contida, para apresentar ao espectador o lado humano dos homens e mulheres por trás das investigações. Por meio de Júlio (Bruce Gomlevsky), a plateia é exposta ao emocional dessas pessoas, mostrando o idealismo e a obstinação do personagem, defendido de forma um tanto forçada pelo ator, por vezes, até superficial. Porém, enquanto Júlio surge como a emoção, o delegado Ivan (Antonio Calloni) entra em cena como a razão, oferecendo uma dinâmica que nos remete um pouquinho à de Mark Ruffalo e Michael Keaton em “Spotlight – Segredos Revelados” (Spotlight – 2015), o vencedor do Oscar de melhor filme em 2016.
Destacando-se dentre todos os atores por sua atuação firme, Calloni concede veracidade ao seu personagem por utilizar a prudência como sua principal característica, exercendo o lado racional por meio de dúvidas e questionamentos acerca dos resultados de seu trabalho contra um sistema corrompido. Isto pode ser condensado em duas frases: “A gente não vai limpar o Brasil, mas alguma coisinha a gente sempre faz, né?” e “O sistema sempre ganha. A caneta sempre ganha”.
Tecendo críticas diretas não apenas ao sistema, mas também ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à conduta de políticos e outros integrantes de partidos, sobretudo do Partido dos Trabalhadores (PT) no episódio da condução coercitiva do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (Ary Fontoura), o longa tenta resumir e explicar didaticamente os fatos que deflagraram cada fase da Operação Lava Jato, alguns deles descobertos ao acaso, até março de 2016.
“Polícia Federal: A Lei é Para Todos” é uma produção de fórmula hollywoodiana que tem na montagem seu maior trunfo, pois é um trabalho minucioso de Marcelo Moraes. Com polêmica no subtítulo, se levarmos em consideração o atual cenário de polarização política e ideológica do país, este longa utiliza imagens de arquivo, inclusive de depoimentos dos acusados, para corroborar tudo o que é contado e reconstituído na tela. Algo que pode ser encontrado também nos créditos finais, que contam ainda com uma cena que abre caminho para um segundo longa (sem data de lançamento definida).