Produzido pela DreamWorks Animation em parceria com a Universal Pictures, “Trolls” (Idem – 2016) conquistou o público com mensagens politicamente corretas de que nada é impossível e que a “felicidade está dentro de cada um de nós”, incentivando a plateia, sobretudo crianças que sofrem de baixa autoestima. Com trilha sonora impecável, calcada no sucesso “Can’t […]
POR Ana Carolina Garcia01/05/2020|9 min de leitura
Produzido pela DreamWorks Animation em parceria com a Universal Pictures, “Trolls” (Idem – 2016) conquistou o público com mensagens politicamente corretas de que nada é impossível e que a “felicidade está dentro de cada um de nós”, incentivando a plateia, sobretudo crianças que sofrem de baixa autoestima. Com trilha sonora impecável, calcada no sucesso “Can’t Stop the Feeling”, que rendeu a Justin Timberlake uma indicação ao Oscar de melhor canção original, o longa arrecadou US$ 346,8 milhões em todo o mundo, sendo US$ 153,7 milhões apenas no mercado americano, segundo o Box Office Mojo.
Dirigido por Mike Mitchell e Walt Dohrn, que colaboraram com a franquia “Shrek” (Idem – desde 2001), “Trolls” ganhou uma sequência que estava em cartaz nos cinemas da Rússia e de Cingapura em março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). À época, a Universal Pictures se preparava para distribuir “Trolls 2” (Trolls World Tour – 2020), de Dohrn, em outros países, inclusive nos Estados Unidos e no Brasil, onde está previsto para 08 de outubro. Com o fechamento dos cinemas, o estúdio decidiu quebrar a janela de exibição e lançar a animação em video on demand (VOD) no território americano em 10 de abril, o que desagradou os executivos das grandes redes, principalmente a AMC e a Regal, obrigando o presidente da National Association of Theatre Owners (NATO), John Fithian, a se pronunciar, afirmando ao The Hollywood Reporter que os exibidores não se esqueceriam desta atitude da Universal.
O estúdio não voltou atrás da decisão e manteve a première de “Trolls 2” em premium VOD, permitindo ao espectador alugá-lo por 48 horas ao custo de US$ 19,99. De acordo com a Variety, a animação arrecadou US$ 100 milhões, valor próximo ao do faturamento de seu antecessor nos Estados Unidos, em três semanas. “Os resultados do ‘Trolls 2’ excederam nossas expectativas e demonstraram a viabilidade do PVOD. Assim que os cinemas reabrirem, esperamos lançar os filmes em ambos os formatos (circuito e VOD)”, disse Jeff Shell, CEO da NBCUniversal, ao The Wall Street Journal na última terça-feira, dia 28.
Favoráveis à quebra da janela de exibição para títulos que estavam em cartaz quando os cinemas tiveram de suspender suas atividades em decorrência da pandemia, pois entendem não apenas a necessidade de entretenimento de pessoas em quarentena, como também a de monetização dos títulos, conforme dito por Fithian em março, os executivos das redes tomaram uma decisão radical após Shell afirmar que os próximos filmes do estúdio serão lançados simultaneamente em VOD e nas salas, quebrando de vez a janela de exibição, que prevê o espaço de 90 dias entre o circuito comercial e a estreia em VOD e plataformas de streaming como a Netflix e a Amazon Prime Video. A reação foi a de boicotar as produções da Universal Pictures, que não serão exibidas pelos cinemas da AMC e da Regal.
“É decepcionante para nós, mas os comentários de Jeff sobre as intenções e ações unilaterais da Universal não nos deixaram escolha. Portanto, efetivamente, imediatamente, a AMC não exibirá mais filmes da Universal em nenhum de nossos cinemas nos Estados Unidos, Europa ou Oriente Médio”, disse Adam Aron, CEO da AMC, em comunicado oficial à imprensa, afirmando que esta decisão é válida para quaisquer estúdios e cineastas que quebrarem de forma unilateral a janela de exibição. Paralelamente à polêmica com a Universal, a AMC enfrenta problemas financeiros que, de acordo com o The Hollywood Reporter, podem culminar com um pedido de falência.
Na última quarta-feira, dia 29, a Cineworld, proprietária da Regal, também emitiu nota oficial criticando a atitude de Shell, bem como informando aos outros estúdios e realizadores de que a empresa respeita a janela de exibição e que não colocará em seus cinemas títulos que não honrem o acordo. “Investimos muito em nossos cinemas ao redor do globo e isso permite que os estúdios de cinema ofereçam aos clientes em todo o mundo a possibilidade de assistir a filmes com a melhor experiência”, disse a companhia, completando: “A Universal escolheu unilateralmente quebrar nosso acordo e o fez no auge da crise da Covid-19, quando nossos negócios estão fechados, mais de 35 mil funcionários estão em casa e ainda não temos uma data clara para a reabertura de nossos cinemas”.
Nesta quinta-feira, dia 30, Jeff Shell defendeu sua decisão, questionando o cenário pós-Covid-19 durante reunião com investidores, segundo a Variety: “A questão é: quando nós sairmos disso, qual será o modelo? Eu espero que os consumidores voltem aos cinemas e faremos parte disso. Também espero que o PVOD faça parte dessa oferta de alguma forma. Não será um substituto, mas um elemento complementar (à sala de exibição)”. A empolgação de Shell com o resultado do PVOD no caso específico do “Trolls 2” contrasta com a sobriedade de Michael J. Cavanagh, CFO e vice-presidente executivo do estúdio. “Em resposta a essas paralisações, mudamos imediata e proativamente nossos lançamentos em circuito para um serviço premium de video on demand. Embora estejamos muito satisfeitos com o sucesso do PVOD, as circunstâncias específicas de cada filme são únicas e determinaremos nossa futura abordagem de distribuição título por título”, disse Cavanagh durante a reunião.
Esta polêmica tem um fato curioso porque outros estúdios renomados tomaram decisões similares à da Universal, e lançarão alguns de seus longas-metragens, inicialmente previstos no circuito comercial, em VOD ou plataformas de streaming, sem nenhum tipo de reação contundente das redes americanas. Isto levanta a questão da visibilidade, pois “Trolls 2” era aguardado com ansiedade pelo público e, consequentemente, levaria uma multidão às salas. Ao contrário dos outros títulos que seguiram o mesmo caminho. São eles: “The Lovebirds” (Idem – 2020), da Paramount, na Netflix; “My Spy” (Idem – 2020), da STX, na Amazon Prime Video; “The Quarry” (Idem – 2020), da Lionsgate, em VOD; “Scoob!” (Idem – 2020), da Warner Bros., em VOD; “Artemis Fowl” (Idem – 2020), da Disney, no Disney+; “The King of Staten Island” (Idem – 2020), da Universal, em VOD; e “An American Pickle” (Idem – 2020), da Sony, na HBO Max.
Se a AMC e a Regal decidirem manter o boicote à Universal e tantos outros estúdios e produtoras, inevitavelmente perderão o lucro necessário para que possam continuar suas atividades. Considerando apenas os próximos lançamentos da Universal, as redes terão um prejuízo sem precedentes porque dois títulos de peso estão agendados para o próximo ano: “Velozes & Furiosos 9” (F9 – 2021) e “Jurassic World: Dominion” (Idem – 2021). Além deles, as animações “Minions: The Rise of Gru” (Idem – 2021) e “Sing 2” (Idem – 2021). E como é o dinheiro quem manda, um acordo entre ambas as partes quando a poeira baixar é possível. Afinal, isto foi observado no grande imbróglio hollywoodiano de 2019: Sony versus Disney, que teve o Homem-Aranha como protagonista – considerando as devidas diferenças entre os dois casos – e, no final, acabou prevalecendo a velha máxima da indústria: o show tem que continuar.
Há quem considere o lançamento em VOD de “Trolls 2” no mercado americano mais uma ameaça ao modelo tradicional de cinema, isto é, à sala de exibição. Isto se deve em parte aos fantasmas da pirataria e do streaming, principalmente do segundo, pois plataformas como a Netflix têm produzido títulos de sucesso com o objetivo de brigar em pé de igualdade não apenas pela audiência propriamente dita, mas por prêmios como o Oscar. É importante ponderar o momento difícil imposto pela pandemia de Covid-19 e, portanto, não se pode afirmar que a estreia em VOD desta animação modificará hábitos de consumo nem que os está ameaçando de alguma maneira. No entanto, o mesmo não pode ser dito caso a Universal insista em lançamentos simultâneos, que, de fato, representarão uma ameaça às salas e à própria indústria, que precisa do lucro dos ingressos para manter suas engrenagens funcionando.
Obviamente, questões como conforto e praticidade domésticos, além da economia dos gastos com ingressos, pesam para parte do público, mas há outra na qual muitos se recusam a abrir mão: a da sala enquanto espaço de socialização e diversão que proporciona uma experiência cinematográfica quase imersiva, tendo como aliado o avanço tecnológico que tem atraído as massas desde o início da ameaça da pirataria em sites de downloads ilegais que se popularizaram nos anos 2000.
O cenário pós-pandemia ainda é incerto, inclusive para a indústria cinematográfica, mas uma coisa é certa: haverá mais prejuízo para estúdios e exibidores num primeiro momento. Isto será causado pelo temor de espectadores em retornar às salas de exibição, locais fechados e com aglomeração de pessoas, ou seja, propício para a disseminação do vírus. Ainda sem previsão, a retomada será gradativa, sobretudo por depender da sensação de segurança da população mundial. E os executivos de cinema sabem disso. Por esta razão, vários filmes tiveram seus lançamentos adiados para o próximo ano, causando um efeito dominó que mexeu com o cronograma de todos.
Produzido pela DreamWorks Animation em parceria com a Universal Pictures, “Trolls” (Idem – 2016) conquistou o público com mensagens politicamente corretas de que nada é impossível e que a “felicidade está dentro de cada um de nós”, incentivando a plateia, sobretudo crianças que sofrem de baixa autoestima. Com trilha sonora impecável, calcada no sucesso “Can’t Stop the Feeling”, que rendeu a Justin Timberlake uma indicação ao Oscar de melhor canção original, o longa arrecadou US$ 346,8 milhões em todo o mundo, sendo US$ 153,7 milhões apenas no mercado americano, segundo o Box Office Mojo.
Dirigido por Mike Mitchell e Walt Dohrn, que colaboraram com a franquia “Shrek” (Idem – desde 2001), “Trolls” ganhou uma sequência que estava em cartaz nos cinemas da Rússia e de Cingapura em março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). À época, a Universal Pictures se preparava para distribuir “Trolls 2” (Trolls World Tour – 2020), de Dohrn, em outros países, inclusive nos Estados Unidos e no Brasil, onde está previsto para 08 de outubro. Com o fechamento dos cinemas, o estúdio decidiu quebrar a janela de exibição e lançar a animação em video on demand (VOD) no território americano em 10 de abril, o que desagradou os executivos das grandes redes, principalmente a AMC e a Regal, obrigando o presidente da National Association of Theatre Owners (NATO), John Fithian, a se pronunciar, afirmando ao The Hollywood Reporter que os exibidores não se esqueceriam desta atitude da Universal.
O estúdio não voltou atrás da decisão e manteve a première de “Trolls 2” em premium VOD, permitindo ao espectador alugá-lo por 48 horas ao custo de US$ 19,99. De acordo com a Variety, a animação arrecadou US$ 100 milhões, valor próximo ao do faturamento de seu antecessor nos Estados Unidos, em três semanas. “Os resultados do ‘Trolls 2’ excederam nossas expectativas e demonstraram a viabilidade do PVOD. Assim que os cinemas reabrirem, esperamos lançar os filmes em ambos os formatos (circuito e VOD)”, disse Jeff Shell, CEO da NBCUniversal, ao The Wall Street Journal na última terça-feira, dia 28.
Favoráveis à quebra da janela de exibição para títulos que estavam em cartaz quando os cinemas tiveram de suspender suas atividades em decorrência da pandemia, pois entendem não apenas a necessidade de entretenimento de pessoas em quarentena, como também a de monetização dos títulos, conforme dito por Fithian em março, os executivos das redes tomaram uma decisão radical após Shell afirmar que os próximos filmes do estúdio serão lançados simultaneamente em VOD e nas salas, quebrando de vez a janela de exibição, que prevê o espaço de 90 dias entre o circuito comercial e a estreia em VOD e plataformas de streaming como a Netflix e a Amazon Prime Video. A reação foi a de boicotar as produções da Universal Pictures, que não serão exibidas pelos cinemas da AMC e da Regal.
“É decepcionante para nós, mas os comentários de Jeff sobre as intenções e ações unilaterais da Universal não nos deixaram escolha. Portanto, efetivamente, imediatamente, a AMC não exibirá mais filmes da Universal em nenhum de nossos cinemas nos Estados Unidos, Europa ou Oriente Médio”, disse Adam Aron, CEO da AMC, em comunicado oficial à imprensa, afirmando que esta decisão é válida para quaisquer estúdios e cineastas que quebrarem de forma unilateral a janela de exibição. Paralelamente à polêmica com a Universal, a AMC enfrenta problemas financeiros que, de acordo com o The Hollywood Reporter, podem culminar com um pedido de falência.
Na última quarta-feira, dia 29, a Cineworld, proprietária da Regal, também emitiu nota oficial criticando a atitude de Shell, bem como informando aos outros estúdios e realizadores de que a empresa respeita a janela de exibição e que não colocará em seus cinemas títulos que não honrem o acordo. “Investimos muito em nossos cinemas ao redor do globo e isso permite que os estúdios de cinema ofereçam aos clientes em todo o mundo a possibilidade de assistir a filmes com a melhor experiência”, disse a companhia, completando: “A Universal escolheu unilateralmente quebrar nosso acordo e o fez no auge da crise da Covid-19, quando nossos negócios estão fechados, mais de 35 mil funcionários estão em casa e ainda não temos uma data clara para a reabertura de nossos cinemas”.
Nesta quinta-feira, dia 30, Jeff Shell defendeu sua decisão, questionando o cenário pós-Covid-19 durante reunião com investidores, segundo a Variety: “A questão é: quando nós sairmos disso, qual será o modelo? Eu espero que os consumidores voltem aos cinemas e faremos parte disso. Também espero que o PVOD faça parte dessa oferta de alguma forma. Não será um substituto, mas um elemento complementar (à sala de exibição)”. A empolgação de Shell com o resultado do PVOD no caso específico do “Trolls 2” contrasta com a sobriedade de Michael J. Cavanagh, CFO e vice-presidente executivo do estúdio. “Em resposta a essas paralisações, mudamos imediata e proativamente nossos lançamentos em circuito para um serviço premium de video on demand. Embora estejamos muito satisfeitos com o sucesso do PVOD, as circunstâncias específicas de cada filme são únicas e determinaremos nossa futura abordagem de distribuição título por título”, disse Cavanagh durante a reunião.
Esta polêmica tem um fato curioso porque outros estúdios renomados tomaram decisões similares à da Universal, e lançarão alguns de seus longas-metragens, inicialmente previstos no circuito comercial, em VOD ou plataformas de streaming, sem nenhum tipo de reação contundente das redes americanas. Isto levanta a questão da visibilidade, pois “Trolls 2” era aguardado com ansiedade pelo público e, consequentemente, levaria uma multidão às salas. Ao contrário dos outros títulos que seguiram o mesmo caminho. São eles: “The Lovebirds” (Idem – 2020), da Paramount, na Netflix; “My Spy” (Idem – 2020), da STX, na Amazon Prime Video; “The Quarry” (Idem – 2020), da Lionsgate, em VOD; “Scoob!” (Idem – 2020), da Warner Bros., em VOD; “Artemis Fowl” (Idem – 2020), da Disney, no Disney+; “The King of Staten Island” (Idem – 2020), da Universal, em VOD; e “An American Pickle” (Idem – 2020), da Sony, na HBO Max.
Se a AMC e a Regal decidirem manter o boicote à Universal e tantos outros estúdios e produtoras, inevitavelmente perderão o lucro necessário para que possam continuar suas atividades. Considerando apenas os próximos lançamentos da Universal, as redes terão um prejuízo sem precedentes porque dois títulos de peso estão agendados para o próximo ano: “Velozes & Furiosos 9” (F9 – 2021) e “Jurassic World: Dominion” (Idem – 2021). Além deles, as animações “Minions: The Rise of Gru” (Idem – 2021) e “Sing 2” (Idem – 2021). E como é o dinheiro quem manda, um acordo entre ambas as partes quando a poeira baixar é possível. Afinal, isto foi observado no grande imbróglio hollywoodiano de 2019: Sony versus Disney, que teve o Homem-Aranha como protagonista – considerando as devidas diferenças entre os dois casos – e, no final, acabou prevalecendo a velha máxima da indústria: o show tem que continuar.
Há quem considere o lançamento em VOD de “Trolls 2” no mercado americano mais uma ameaça ao modelo tradicional de cinema, isto é, à sala de exibição. Isto se deve em parte aos fantasmas da pirataria e do streaming, principalmente do segundo, pois plataformas como a Netflix têm produzido títulos de sucesso com o objetivo de brigar em pé de igualdade não apenas pela audiência propriamente dita, mas por prêmios como o Oscar. É importante ponderar o momento difícil imposto pela pandemia de Covid-19 e, portanto, não se pode afirmar que a estreia em VOD desta animação modificará hábitos de consumo nem que os está ameaçando de alguma maneira. No entanto, o mesmo não pode ser dito caso a Universal insista em lançamentos simultâneos, que, de fato, representarão uma ameaça às salas e à própria indústria, que precisa do lucro dos ingressos para manter suas engrenagens funcionando.
Obviamente, questões como conforto e praticidade domésticos, além da economia dos gastos com ingressos, pesam para parte do público, mas há outra na qual muitos se recusam a abrir mão: a da sala enquanto espaço de socialização e diversão que proporciona uma experiência cinematográfica quase imersiva, tendo como aliado o avanço tecnológico que tem atraído as massas desde o início da ameaça da pirataria em sites de downloads ilegais que se popularizaram nos anos 2000.
O cenário pós-pandemia ainda é incerto, inclusive para a indústria cinematográfica, mas uma coisa é certa: haverá mais prejuízo para estúdios e exibidores num primeiro momento. Isto será causado pelo temor de espectadores em retornar às salas de exibição, locais fechados e com aglomeração de pessoas, ou seja, propício para a disseminação do vírus. Ainda sem previsão, a retomada será gradativa, sobretudo por depender da sensação de segurança da população mundial. E os executivos de cinema sabem disso. Por esta razão, vários filmes tiveram seus lançamentos adiados para o próximo ano, causando um efeito dominó que mexeu com o cronograma de todos.