Cerveja Proibida aposta em marketing machista e preconceituoso

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As cervejarias tradicionais sempre apelaram para um estilo de marketing agressivo e preconceituoso contra as mulheres. Mesmo com algumas evoluções registradas nas últimas décadas, quando as mulheres conseguiram, pelo menos em parte da nossa sociedade, avançar em muitos aspectos socioculturais e econômicos, as cervejarias mantiveram a mesma linha de pensamento em suas propagandas, ou seja, […]

POR Clarimundo Flôres07/03/2017|3 min de leitura

Cerveja Proibida aposta em marketing machista e preconceituoso

Cerveja Proibida aposta no machismo como forma de venda

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As cervejarias tradicionais sempre apelaram para um estilo de marketing agressivo e preconceituoso contra as mulheres. Mesmo com algumas evoluções registradas nas últimas décadas, quando as mulheres conseguiram, pelo menos em parte da nossa sociedade, avançar em muitos aspectos socioculturais e econômicos, as cervejarias mantiveram a mesma linha de pensamento em suas propagandas, ou seja, mulheres seminuas, serviçais, tratadas sempre como objeto meramente decorativo.

Já tratamos desse assunto neste espaço. Há algumas semanas que a cerveja Proibida trouxe um outro elemento a este pacote de ações desastradas. Com gasto em publicidade altíssimo, tendo como garoto-propaganda ninguém menos que o talentoso ator Antônio Fagundes, a Proibida resolveu verbalizar aquilo que fica apenas fortemente aparente nas imagens veiculadas nas peças das cervejarias tradicionais.

O cenário nos faz dar a atender que Fagundes está num pub. Ninguém mais aparece na cena e ele interage diretamente com a câmera. Tira de um balde uma cerveja que ele diz ser forte e completa: “Essa é para macho!”. A cervejaria ou seus marqueteiros parecem não saber muito bem o quanto o gosto dos consumidores não passa necessariamente pelo gênero. Existem mulheres que adoram cervejas fortes e homens que preferem as fracas. Ou, mais que isso, muitos que simplesmente adoram e provam ambas as possibilidades ou buscam uma intermediária.

A Proibida faz Antônio Fagundes dizer a expressão “puro malte” como um emblema de qualidade, sem explicar exatamente o que isso significa. Utiliza-o apenas como meio de se vender a um público mais especializado – pelo menos é o que parece. Cabe explicar aqui aos criadores de tal ideia que, no ambiente das cervejas especiais, este tipo de “ação” é completamente desprezada e considerada odiosa. Existem muitas mulheres especialistas em cervejas, beer sommeliers, profissionais do ramo que atuam com seriedade a altivez. O desconhecimento da Proibida em relação ao próprio mercado no qual pretende ser destaque é gritante.

Para encerrar, voltando à infeliz propaganda, Antônio Fagundes anuncia um rótulo para mulheres, mais leve, mostrando uma garrafa levando um banho de pétalas de rosa. A cantora Claudia Leitte aparece para corroborar a mensagem. O equívoco é total, desde o conceito estético, à concepção do produto, chegando à mensagem altamente machista e despropositada.

Não beberei jamais a Proibida, pelo menos até que eles mudem completamente seus conceitos e atualizem as questões de gênero.

Saúde!

As cervejarias tradicionais sempre apelaram para um estilo de marketing agressivo e preconceituoso contra as mulheres. Mesmo com algumas evoluções registradas nas últimas décadas, quando as mulheres conseguiram, pelo menos em parte da nossa sociedade, avançar em muitos aspectos socioculturais e econômicos, as cervejarias mantiveram a mesma linha de pensamento em suas propagandas, ou seja, mulheres seminuas, serviçais, tratadas sempre como objeto meramente decorativo.

Já tratamos desse assunto neste espaço. Há algumas semanas que a cerveja Proibida trouxe um outro elemento a este pacote de ações desastradas. Com gasto em publicidade altíssimo, tendo como garoto-propaganda ninguém menos que o talentoso ator Antônio Fagundes, a Proibida resolveu verbalizar aquilo que fica apenas fortemente aparente nas imagens veiculadas nas peças das cervejarias tradicionais.

O cenário nos faz dar a atender que Fagundes está num pub. Ninguém mais aparece na cena e ele interage diretamente com a câmera. Tira de um balde uma cerveja que ele diz ser forte e completa: “Essa é para macho!”. A cervejaria ou seus marqueteiros parecem não saber muito bem o quanto o gosto dos consumidores não passa necessariamente pelo gênero. Existem mulheres que adoram cervejas fortes e homens que preferem as fracas. Ou, mais que isso, muitos que simplesmente adoram e provam ambas as possibilidades ou buscam uma intermediária.

A Proibida faz Antônio Fagundes dizer a expressão “puro malte” como um emblema de qualidade, sem explicar exatamente o que isso significa. Utiliza-o apenas como meio de se vender a um público mais especializado – pelo menos é o que parece. Cabe explicar aqui aos criadores de tal ideia que, no ambiente das cervejas especiais, este tipo de “ação” é completamente desprezada e considerada odiosa. Existem muitas mulheres especialistas em cervejas, beer sommeliers, profissionais do ramo que atuam com seriedade a altivez. O desconhecimento da Proibida em relação ao próprio mercado no qual pretende ser destaque é gritante.

Para encerrar, voltando à infeliz propaganda, Antônio Fagundes anuncia um rótulo para mulheres, mais leve, mostrando uma garrafa levando um banho de pétalas de rosa. A cantora Claudia Leitte aparece para corroborar a mensagem. O equívoco é total, desde o conceito estético, à concepção do produto, chegando à mensagem altamente machista e despropositada.

Não beberei jamais a Proibida, pelo menos até que eles mudem completamente seus conceitos e atualizem as questões de gênero.

Saúde!

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