Crítica: a noite de Alice Cooper e Steven Tyler

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Enfim o bom e velho. Depois de um fim de semana pop, o rock’n’roll resolveu pintar pelas bandas da Barra da Tijuca. E pintou com todos os clichês possíveis. Povo de preto, cabelões, distorções à rodo, baladas açucaradas, poses, caras e bocas. Um prato cheio pra quem gosta. As duas lendas do gênero roubaram a […]

POR Claudio Francioni22/09/2017|6 min de leitura

Crítica: a noite de Alice Cooper e Steven Tyler
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Enfim o bom e velho. Depois de um fim de semana pop, o rock’n’roll resolveu pintar pelas bandas da Barra da Tijuca. E pintou com todos os clichês possíveis. Povo de preto, cabelões, distorções à rodo, baladas açucaradas, poses, caras e bocas. Um prato cheio pra quem gosta.

As duas lendas do gênero roubaram a noite. Alice Cooper num encerramento memorável do Sunset e Steven Tyler na despedida do Mundo.

O palco principal foi aberto com uma apresentação corretíssima da boa banda brasiliense Scalene. A recepção foi fria, pois nessa hora grande parte do público se posicionava em frente ao Sunset para esperar Mr. Cooper. E o quase setentão não decepcionou. Estava tudo lá: bonecões de Frankenstein (era mesmo?), ajudantes de palco travestidas de enfermeiras macabras, guilhotina, bonecas bizarras e sobretudo o puro rock da melhor qualidade. A galera caiu dentro. A surpresa foi a aparição de Joe Perry, que fez jornada dupla na noite. O guitarrista do Aerosmith é parceiro de Cooper no Hollywood Vampires, que tocou na edição de 2015. O convidado Arthur Brown apareceu na parte final do show. Adepto às performances teatrais, assim como o dono da festa, Brown entrou com seu tradicional capacete em chamas e cantou “Fire”, sua única canção de certa projeção. Um show memorável que deixou no público a certeza de que aquilo ali estava no lugar errado. Ainda mais se levarmos em consideração a atração seguinte no Mundo.

O Fall Out Boy foi mais uma daquelas atrações perdidas no palco principal. Com 16 anos de carreira e pouca coisa conhecida do grande público, a banda de punk-eletronico-limpinho passou praticamente desapercebida pela galera que migrava do Sunset pro Mundo pra segurar um lugar pro fim da noite, mas não sem antes dar uma ida ao banheiro e comer alguma coisa. Nem “Beat It”, metida no meio do setlist, foi capaz de chamar a atenção. O show ainda contou com problemas na sonorização do piano, que insistia em não funcionar. Não adianta. Palco Mundo é pra quem tem muita história ou muitos hits. Ou, melhor, as duas coisas.

E muita história tem o Def Leppard. Enfim, 32 anos depois de ficar de fora da primeira edição em 1985 devido ao acidente sofrido pelo baterista Rick Allen, eles chegaram. Conhecer a história e ver Allen sentado à bateria sem um dos braços todo esse tempo depois arrepia até o mais durão dos homens de preto. Joe Elliott citou a diferença de tempo entre o ocorrido e esta noite. O cantor, aliás, está em boa forma, apesar de uma dificuldade ou outra em algumas notas. Na banda, quem chama muita atenção é o guitarrista Phil Collen, não só por aparecer sem camisa e todo lambuzado de óleo (alerta clichê!). Collen é pressão pura. Uma hora de largação de dedo. Mais uma vez, o público recebeu com frieza. Apenas em “Love Bites” (alô, Robertinho do Recife!), viu-se alguém cantarolando forte. De resto, só um ou outro fã mais fiel segurando no gogó. O grande público estava ali pra ver o Aerosmith.

Tyler e sua rapêize deram uma atrasadinha básica de 10 minutos e invadiram o palco com o impacto de costume. O cantor de 69 anos ainda impressiona por seu vigor e sua voz muito preservada. O setlist priorizou os sucessos da banda. Logo no início, “Love in Elevator” e a fantástica “Cryin'”. Na plateia, muita gente procurava por quem estava fazendo os backings agudinhos. Minhas fontes que assistiam pela tv (na verdade, os colaboradores da coluna Leonardo Jorge e Alex Feitosa) garantiram que eram do tecladista Buck Johnson. Joe Perry mandou bem nos vicais de “Stop Messin’ Around”, um bluesão acelerado do Fleetwood Mac. A escorregada veio logo a seguir, num interminável trecho instrumental em “Oh Well”, também do Fleetwood. Esfriou uma barbaridade. Coisa que não funciona em show de festival. “Crazy” e “I Don’t Wanna Miss a Thing” subiram novamente o clima e eu, que acreditava que aquele povo estava ali pra ver Aerosmith, chego à conclusão que só queriam ouvir o tema de Armagedon. Após a canção, muita gente foi embora, apesar de ainda faltar meia hora para o fim do show. Na reta final vieram o cover de “Come Together”, “Sweet Emotiin”, “Dream On” e “Walk This Way”. Belíssimo pontapé inicial de um fim de semana mais rock, dado por dois lendários senhores de idade.

Alice Cooper
Alice Cooper
Scalene
Fall Out Boy
Aerosmith
Aerosmith
Def Leppard
Def Leppard

Enfim o bom e velho. Depois de um fim de semana pop, o rock’n’roll resolveu pintar pelas bandas da Barra da Tijuca. E pintou com todos os clichês possíveis. Povo de preto, cabelões, distorções à rodo, baladas açucaradas, poses, caras e bocas. Um prato cheio pra quem gosta.

As duas lendas do gênero roubaram a noite. Alice Cooper num encerramento memorável do Sunset e Steven Tyler na despedida do Mundo.

O palco principal foi aberto com uma apresentação corretíssima da boa banda brasiliense Scalene. A recepção foi fria, pois nessa hora grande parte do público se posicionava em frente ao Sunset para esperar Mr. Cooper. E o quase setentão não decepcionou. Estava tudo lá: bonecões de Frankenstein (era mesmo?), ajudantes de palco travestidas de enfermeiras macabras, guilhotina, bonecas bizarras e sobretudo o puro rock da melhor qualidade. A galera caiu dentro. A surpresa foi a aparição de Joe Perry, que fez jornada dupla na noite. O guitarrista do Aerosmith é parceiro de Cooper no Hollywood Vampires, que tocou na edição de 2015. O convidado Arthur Brown apareceu na parte final do show. Adepto às performances teatrais, assim como o dono da festa, Brown entrou com seu tradicional capacete em chamas e cantou “Fire”, sua única canção de certa projeção. Um show memorável que deixou no público a certeza de que aquilo ali estava no lugar errado. Ainda mais se levarmos em consideração a atração seguinte no Mundo.

O Fall Out Boy foi mais uma daquelas atrações perdidas no palco principal. Com 16 anos de carreira e pouca coisa conhecida do grande público, a banda de punk-eletronico-limpinho passou praticamente desapercebida pela galera que migrava do Sunset pro Mundo pra segurar um lugar pro fim da noite, mas não sem antes dar uma ida ao banheiro e comer alguma coisa. Nem “Beat It”, metida no meio do setlist, foi capaz de chamar a atenção. O show ainda contou com problemas na sonorização do piano, que insistia em não funcionar. Não adianta. Palco Mundo é pra quem tem muita história ou muitos hits. Ou, melhor, as duas coisas.

E muita história tem o Def Leppard. Enfim, 32 anos depois de ficar de fora da primeira edição em 1985 devido ao acidente sofrido pelo baterista Rick Allen, eles chegaram. Conhecer a história e ver Allen sentado à bateria sem um dos braços todo esse tempo depois arrepia até o mais durão dos homens de preto. Joe Elliott citou a diferença de tempo entre o ocorrido e esta noite. O cantor, aliás, está em boa forma, apesar de uma dificuldade ou outra em algumas notas. Na banda, quem chama muita atenção é o guitarrista Phil Collen, não só por aparecer sem camisa e todo lambuzado de óleo (alerta clichê!). Collen é pressão pura. Uma hora de largação de dedo. Mais uma vez, o público recebeu com frieza. Apenas em “Love Bites” (alô, Robertinho do Recife!), viu-se alguém cantarolando forte. De resto, só um ou outro fã mais fiel segurando no gogó. O grande público estava ali pra ver o Aerosmith.

Tyler e sua rapêize deram uma atrasadinha básica de 10 minutos e invadiram o palco com o impacto de costume. O cantor de 69 anos ainda impressiona por seu vigor e sua voz muito preservada. O setlist priorizou os sucessos da banda. Logo no início, “Love in Elevator” e a fantástica “Cryin'”. Na plateia, muita gente procurava por quem estava fazendo os backings agudinhos. Minhas fontes que assistiam pela tv (na verdade, os colaboradores da coluna Leonardo Jorge e Alex Feitosa) garantiram que eram do tecladista Buck Johnson. Joe Perry mandou bem nos vicais de “Stop Messin’ Around”, um bluesão acelerado do Fleetwood Mac. A escorregada veio logo a seguir, num interminável trecho instrumental em “Oh Well”, também do Fleetwood. Esfriou uma barbaridade. Coisa que não funciona em show de festival. “Crazy” e “I Don’t Wanna Miss a Thing” subiram novamente o clima e eu, que acreditava que aquele povo estava ali pra ver Aerosmith, chego à conclusão que só queriam ouvir o tema de Armagedon. Após a canção, muita gente foi embora, apesar de ainda faltar meia hora para o fim do show. Na reta final vieram o cover de “Come Together”, “Sweet Emotiin”, “Dream On” e “Walk This Way”. Belíssimo pontapé inicial de um fim de semana mais rock, dado por dois lendários senhores de idade.

Alice Cooper
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Scalene
Fall Out Boy
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