Paulinho da Viola: um rio de serenidade na Lapa caótica e festiva
O Príncipe está de volta! Depois do hiato forçado pela pandemia mundial, Paulinho da Viola enfim retornou aos palcos de sua cidade na noite de sábado (9). O show “Sempre se Pode Sonhar”, que deu origem ao álbum vencedor do Grammy no ano passado, foi recebido pelo Circo Voador com lotação esgotada. Com sua típica […]
PORClaudio Francioni11/7/2022|
4 min de leitura
Paulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzd
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O Príncipe está de volta! Depois do hiato forçado pela pandemia mundial, Paulinho da Viola enfim retornou aos palcos de sua cidade na noite de sábado (9). O show “Sempre se Pode Sonhar”, que deu origem ao álbum vencedor do Grammy no ano passado, foi recebido pelo Circo Voador com lotação esgotada. Com sua típica timidez, o quase oitentão subiu ao palco pouco antes da meia-noite para enfileirar um roteiro recheado de bom gosto e poucas interrupções.
Paulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzd
A canção que abriu o show, ‘Coisas do Mundo, Minha Nega’, foi pescada de seu primeiro álbum, de 1968. Baixinho, sereno, com a banda que o acompanha – com a participação de seu filho, o violonista João Rabello – segurando a mão no volume e contando com a participação do público, Paulinho escolheu a maioria das canções compostas somente por ele. Das apenas seis músicas feitas com parceiros apresentadas, o portelense citou Alberto Lonato como forte influência antes de cantar ‘Com Lealdade’. Outro momento de interação com o público aconteceu quando o compositor explicou a história por trás de ‘Para um Amor no Recife’, composta para a professora Dedé Aureliano, com quem construiu uma forte amizade a ponto de se tratarem como mãe e filho, a pedido da própria. Alguns de seus clássicos também entraram no repertório, como ‘Coração Leviano’, ‘Pecado Capital’, ‘Argumento’ – que não vinha sendo tocada nesta turnê – e ‘Foi um Rio que Passou em Minha Vida’.
Antes de concluir o set principal com ‘Timoneiro’, o cantor reservou uma homenagem a dois amigos perdidos recentemente: o artista plástico Elifas Andreatto e o grande mestre Monarco. A este último, agradeceu emocionado por tudo que aprendeu com ele e incluiu duas canções que não constavam no setlist original: improvisou a capella um trecho de ‘Exaltação à Portela’, acompanhado pelo público, e ‘Lenço’, com acompanhamento da banda.
Para o bis, Paulinho escolheu outro clássico, ‘Sinal Fechado’, e fechou com ‘Amor à Natureza’, de 1975. Contrastando radicalmente com o entorno festivo e barulhento do bairro, Paulinho da Viola sustentou uma hora e meia de serenidade a quem estava dentro do ‘picadeiro’ e nas arquibancadas do Circo Voador. Na área externa do espaço, algumas pessoas conversando em tom alto chegavam a atrapalhar quem queria prestar atenção ao show, gerando, inclusive, vários pedidos de silêncio dos bem educados. Particularmente não compreendo o que faz uma pessoa pagar mais de cem reais para entrar em um show com o objetivo de beber e conversar enquanto o artista se apresenta, principalmente quando, ali no entorno, há diversas opções que atendem exatamente a este objetivo com ingressos mais baratos e sem incomodar ninguém. Definitivamente, o Príncipe não merece alguns súditos que apareceram por lá. Sorte que eram uma ínfima minoria.
Músicos:
João Rabello – violão Celsinho Silva e Marcos Esguleba – percussão Ricardo Costa – bateria Adriano Souza – teclado Mario Séve – sopros Dininho – baixo
Repertório:
Coisas do mundo, minha nega Retiro Ela sabe quem eu sou Sempre se pode sonhar Roendo as unhas Nas ondas da noite Com Lealdade Vela no Breu Ruas que sonhei Coração leviano Para um amor no Recife Dança da solidão Onde a dor não tem razão Pecado Capital Coração Imprudente Eu canto samba Argumento Foi um Rio que passou em minha vida Exaltação à Portela Lenço Timoneiro
Sinal Fechado Amor à natureza
Veja mais fotos do show:
Paulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzd
O Príncipe está de volta! Depois do hiato forçado pela pandemia mundial, Paulinho da Viola enfim retornou aos palcos de sua cidade na noite de sábado (9). O show “Sempre se Pode Sonhar”, que deu origem ao álbum vencedor do Grammy no ano passado, foi recebido pelo Circo Voador com lotação esgotada. Com sua típica timidez, o quase oitentão subiu ao palco pouco antes da meia-noite para enfileirar um roteiro recheado de bom gosto e poucas interrupções.
Paulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzd
A canção que abriu o show, ‘Coisas do Mundo, Minha Nega’, foi pescada de seu primeiro álbum, de 1968. Baixinho, sereno, com a banda que o acompanha – com a participação de seu filho, o violonista João Rabello – segurando a mão no volume e contando com a participação do público, Paulinho escolheu a maioria das canções compostas somente por ele. Das apenas seis músicas feitas com parceiros apresentadas, o portelense citou Alberto Lonato como forte influência antes de cantar ‘Com Lealdade’. Outro momento de interação com o público aconteceu quando o compositor explicou a história por trás de ‘Para um Amor no Recife’, composta para a professora Dedé Aureliano, com quem construiu uma forte amizade a ponto de se tratarem como mãe e filho, a pedido da própria. Alguns de seus clássicos também entraram no repertório, como ‘Coração Leviano’, ‘Pecado Capital’, ‘Argumento’ – que não vinha sendo tocada nesta turnê – e ‘Foi um Rio que Passou em Minha Vida’.
Antes de concluir o set principal com ‘Timoneiro’, o cantor reservou uma homenagem a dois amigos perdidos recentemente: o artista plástico Elifas Andreatto e o grande mestre Monarco. A este último, agradeceu emocionado por tudo que aprendeu com ele e incluiu duas canções que não constavam no setlist original: improvisou a capella um trecho de ‘Exaltação à Portela’, acompanhado pelo público, e ‘Lenço’, com acompanhamento da banda.
Para o bis, Paulinho escolheu outro clássico, ‘Sinal Fechado’, e fechou com ‘Amor à Natureza’, de 1975. Contrastando radicalmente com o entorno festivo e barulhento do bairro, Paulinho da Viola sustentou uma hora e meia de serenidade a quem estava dentro do ‘picadeiro’ e nas arquibancadas do Circo Voador. Na área externa do espaço, algumas pessoas conversando em tom alto chegavam a atrapalhar quem queria prestar atenção ao show, gerando, inclusive, vários pedidos de silêncio dos bem educados. Particularmente não compreendo o que faz uma pessoa pagar mais de cem reais para entrar em um show com o objetivo de beber e conversar enquanto o artista se apresenta, principalmente quando, ali no entorno, há diversas opções que atendem exatamente a este objetivo com ingressos mais baratos e sem incomodar ninguém. Definitivamente, o Príncipe não merece alguns súditos que apareceram por lá. Sorte que eram uma ínfima minoria.
Músicos:
João Rabello – violão Celsinho Silva e Marcos Esguleba – percussão Ricardo Costa – bateria Adriano Souza – teclado Mario Séve – sopros Dininho – baixo
Repertório:
Coisas do mundo, minha nega Retiro Ela sabe quem eu sou Sempre se pode sonhar Roendo as unhas Nas ondas da noite Com Lealdade Vela no Breu Ruas que sonhei Coração leviano Para um amor no Recife Dança da solidão Onde a dor não tem razão Pecado Capital Coração Imprudente Eu canto samba Argumento Foi um Rio que passou em minha vida Exaltação à Portela Lenço Timoneiro
Sinal Fechado Amor à natureza
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Paulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzdPaulinho da Viola. Foto: Claudio Francioni/SRzd