O título deste texto não desperdiça palavras. Quem teve o privilégio de estar em uma das duas noites do show que celebra os 40 anos do Barão Vermelho assistiu, antes de mais nada, a uma farta distribuição de verdades. Porque é isso que a banda entrega: verdade. São quatro décadas de história, com idas e […]
POR Claudio Francioni03/06/2022|5 min de leitura
O título deste texto não desperdiça palavras. Quem teve o privilégio de estar em uma das duas noites do show que celebra os 40 anos do Barão Vermelho assistiu, antes de mais nada, a uma farta distribuição de verdades. Porque é isso que a banda entrega: verdade. São quatro décadas de história, com idas e vindas, altos e baixos, dúvidas, incertezas e muita música boa. Em uma época assolada por mentiras, onde a obra é deixada em décimo plano e a única preocupação é produzir grana – sem sequer se importar de onde venha a mesma -, a banda carioca oferece um espetáculo repleto de paixão pela arte de se fazer música.
Vão faltar adjetivos, a começar pela escolha do local. O aconchegante Teatro Claro Rio caiu como uma luva. Aproximadamente 600 afortunados fãs sentados, sem nada para dividir a atenção, participando ativamente de cada segundo daquele momento.
Dividido em duas partes, o show, que foi gravado para um especial do Canal BIS, contemplou várias fases da imortal banda carioca. O primeiro set, com um formato acústico, mesclou clássicos como “Bete Balanço” com pérolas como “Sorte e Azar”, faixa bônus fisgada da edição comemorativa aos 30 anos de lançamento do primeiro disco. Outros clássicos deste trecho vieram com participações especiais. Chico César cantou “Por Você” – com Suricato lembrando seus tempos de músico da noite: “Já ganhei muito dinheiro honesto com essa música” – e Samuel Rosa veio em “Maior Abandonado”. Samuel foi preciso: “Que prazer é estar no palco com os caras que tornaram possível o sonho de se fazer rock’n’roll em português”.
Neste set acústico fica muito nítida a boa influência folk trazida por Rodrigo Suricato para os novos arranjos. Aliás, sobre este, já falei bastante neste outro post, mas vale repetir: caiu bem demais na banda! Baita músico, grande cantor, carismático e tão verdadeiro quanto os outros três que vem tocando o barco há 40 anos. A primeira parte foi encerrada com um arranjo lindo, denso e moderno de “Codinome Beija Flor”, a primeira homenagem a Cazuza na noite e dedicada à sua mãe Lucinha Araújo, presente na plateia.
A segunda parte do show, elétrica, é o Barão em sua essência. Entre a abertura com “Meus Bons Amigos” e o final com “Puro Êxtase” houve espaço pra tudo. Maurício Barros emprestou sua voz rasgada à “Eu Não Amo Ninguém” e “Amor pra Recomeçar”, parceria sua com Mauro Santa Cecília e Frejat, gravada por este último em carreira solo. Sobre Frejat, falaremos em breve. As sempre bem-vindas canções “lado B”, aquelas não tão conhecidas pelo grande público (que não estava presente), foram citadas por Suri antes da bela “Sombras no Escuro”, do álbum Supermercados da Vida. Mais três homenagens a Cazuza apareceram em “Solidão que Nada”, “O Tempo não Pára” e “Exagerado”.
A azeitona da empada (porque não gosto de cerejas em bolo) vem com a participação do ex-vocalista. Visivelmente emocionado, Suricato se derrama em elogios e chama Frejat ao palco para tocarem o HINO “Pro Dia Nascer Feliz”, que pro êxtase de todos, precisou ser repetida à pedidos da produção. Um momento emocionante e verdadeiro. No palco, quatro caras que ajudaram a escrever a história de uma geração ao lado de um cara representando esta geração. Em tempos sombrios da nossa música, quem pisa mais fundo e sempre no lugar certo é este Barão.
SET ACÚSTICO
TUA CANÇÃO CARNE DE PESCOÇO BETE BALANÇO SORTE E AZAR POR VOCÊ ENQUANTO ELA NÃO CHEGAR FLORES DO MAL MAIOR ABANDONADO CODINOME BEIJA-FLOR
SET ELÉTRICO
MEUS BONS AMIGOS A SOLIDÃO TE ENGOLE VIVO TÃO LONGE DE TUDO SOMBRAS NO ESCURO O POETA ESTÁ VIVO SOLIDÃO QUE NADA POR QUE QUE A GENTE É ASSIM? GUARDA ESSA CANÇÃO UM DIA IGUAL AO OUTRO AMOR, MEU GRANDE AMOR DOWN EM MIM EU NÃO AMO NINGUÉM AMOR PRA RECOMEÇAR O TEMPO NÃO PÁRA PRO DIA NASCER FELIZ EXAGERADO PURO ÊXTASE
O título deste texto não desperdiça palavras. Quem teve o privilégio de estar em uma das duas noites do show que celebra os 40 anos do Barão Vermelho assistiu, antes de mais nada, a uma farta distribuição de verdades. Porque é isso que a banda entrega: verdade. São quatro décadas de história, com idas e vindas, altos e baixos, dúvidas, incertezas e muita música boa. Em uma época assolada por mentiras, onde a obra é deixada em décimo plano e a única preocupação é produzir grana – sem sequer se importar de onde venha a mesma -, a banda carioca oferece um espetáculo repleto de paixão pela arte de se fazer música.
Vão faltar adjetivos, a começar pela escolha do local. O aconchegante Teatro Claro Rio caiu como uma luva. Aproximadamente 600 afortunados fãs sentados, sem nada para dividir a atenção, participando ativamente de cada segundo daquele momento.
Dividido em duas partes, o show, que foi gravado para um especial do Canal BIS, contemplou várias fases da imortal banda carioca. O primeiro set, com um formato acústico, mesclou clássicos como “Bete Balanço” com pérolas como “Sorte e Azar”, faixa bônus fisgada da edição comemorativa aos 30 anos de lançamento do primeiro disco. Outros clássicos deste trecho vieram com participações especiais. Chico César cantou “Por Você” – com Suricato lembrando seus tempos de músico da noite: “Já ganhei muito dinheiro honesto com essa música” – e Samuel Rosa veio em “Maior Abandonado”. Samuel foi preciso: “Que prazer é estar no palco com os caras que tornaram possível o sonho de se fazer rock’n’roll em português”.
Neste set acústico fica muito nítida a boa influência folk trazida por Rodrigo Suricato para os novos arranjos. Aliás, sobre este, já falei bastante neste outro post, mas vale repetir: caiu bem demais na banda! Baita músico, grande cantor, carismático e tão verdadeiro quanto os outros três que vem tocando o barco há 40 anos. A primeira parte foi encerrada com um arranjo lindo, denso e moderno de “Codinome Beija Flor”, a primeira homenagem a Cazuza na noite e dedicada à sua mãe Lucinha Araújo, presente na plateia.
A segunda parte do show, elétrica, é o Barão em sua essência. Entre a abertura com “Meus Bons Amigos” e o final com “Puro Êxtase” houve espaço pra tudo. Maurício Barros emprestou sua voz rasgada à “Eu Não Amo Ninguém” e “Amor pra Recomeçar”, parceria sua com Mauro Santa Cecília e Frejat, gravada por este último em carreira solo. Sobre Frejat, falaremos em breve. As sempre bem-vindas canções “lado B”, aquelas não tão conhecidas pelo grande público (que não estava presente), foram citadas por Suri antes da bela “Sombras no Escuro”, do álbum Supermercados da Vida. Mais três homenagens a Cazuza apareceram em “Solidão que Nada”, “O Tempo não Pára” e “Exagerado”.
A azeitona da empada (porque não gosto de cerejas em bolo) vem com a participação do ex-vocalista. Visivelmente emocionado, Suricato se derrama em elogios e chama Frejat ao palco para tocarem o HINO “Pro Dia Nascer Feliz”, que pro êxtase de todos, precisou ser repetida à pedidos da produção. Um momento emocionante e verdadeiro. No palco, quatro caras que ajudaram a escrever a história de uma geração ao lado de um cara representando esta geração. Em tempos sombrios da nossa música, quem pisa mais fundo e sempre no lugar certo é este Barão.
SET ACÚSTICO
TUA CANÇÃO CARNE DE PESCOÇO BETE BALANÇO SORTE E AZAR POR VOCÊ ENQUANTO ELA NÃO CHEGAR FLORES DO MAL MAIOR ABANDONADO CODINOME BEIJA-FLOR
SET ELÉTRICO
MEUS BONS AMIGOS A SOLIDÃO TE ENGOLE VIVO TÃO LONGE DE TUDO SOMBRAS NO ESCURO O POETA ESTÁ VIVO SOLIDÃO QUE NADA POR QUE QUE A GENTE É ASSIM? GUARDA ESSA CANÇÃO UM DIA IGUAL AO OUTRO AMOR, MEU GRANDE AMOR DOWN EM MIM EU NÃO AMO NINGUÉM AMOR PRA RECOMEÇAR O TEMPO NÃO PÁRA PRO DIA NASCER FELIZ EXAGERADO PURO ÊXTASE