Minha fila de livros para leitura e a importância do pensamento divergente

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A vida corrida dos últimos anos me impediu de ler muita coisa. Estou aproveitando que limpei minha estante neste fim de semana – e reorganizei os livros da biblioteca – e agora vou preparar uma nova lista para me ocupar nos próximos dias. Estou terminando “Ted Talks”, de Chris Anderson, o mesmo autor de “A […]

POR Sidney Rezende 25/9/2017| 4 min de leitura

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Nelson Werneck Sodré e Afonso Arinos de Melo Franco. Fotos: Reprodução

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A vida corrida dos últimos anos me impediu de ler muita coisa. Estou aproveitando que limpei minha estante neste fim de semana – e reorganizei os livros da biblioteca – e agora vou preparar uma nova lista para me ocupar nos próximos dias.

TED Talks. Foto: Divulgação
TED Talks. Foto: Divulgação

Estou terminando “Ted Talks”, de Chris Anderson, o mesmo autor de “A Cauda Longa”, que gostei muito. Ele conta o que considera elementos indispensáveis para apresentações em público. Aprendi muito. Fico feliz quando sinto que posso aplicar o conhecimento alheio em algo que faço cotidianamente.

Outro livro que está na minha lista é a biografia do colunista social  Zózimo Barrozo do Amaral, “Enquanto houver champanhe, há esperança”, de autoria do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, editora Intrínseca.

É sempre um prazer reencontrar fotos e causos da velha redação do Jornal do Brasil narrada por quem tem estilo. Eu respirei aqueles ares de um dos templos da imprensa cravado na Avenida Brasil, um andar acima (ela no 6º e a gente no 7º.), durante os cinco anos que apresentei o programa Encontro Com a Imprensa, da Rádio JB.

Biografia do Zózimo do Amaral. Foto: Divulgação
Biografia do Zózimo do Amaral. Foto: Divulgação

Da lavra do Joaquim, eu li no ano passado, – reconheço que com bastante atraso – “Um Homem Chamado Maria” -, o perfil (se é que eu posso chamar assim…) do cronista, comentarista esportivo, poeta e compositor brasileiro Antônio Maria.

Cá para nós, a década de 50 exerce sobre mim encanto pela riqueza da música brasileira, as vozes afinadas aqui e nos Estados Unidos, o romantismo de grupos como o The Platters, as roupas apertadas da juventude transviada e o rock arrebentando com o conservadorismo das famílias. Elvis Presley era indecente. Pode isso?

Recebi esta semana um outro livro que me deixou curioso por tratar de assunto relacionado ao meu ofício. Trata-se de “Desafios da notícia – O jornalismo brasileiro ontem e hoje”, de Alzira Alves de Abreu, pela FGV Editora.

Na bibliografia utilizada pela doutora em sociologia pela Universidade de Paris V (Sorbonne), a professora Alzira de Abreu incluiu “História da Imprensa no Brasil”, de Nelson Werneck Sodré. Por acaso um dos meus livros empoeirados que não só agora está dignamente arrumadinho na estante como ganhou uma lombada garbosa que produzi com um durex especial presenteado pela minha filha.

Em tempo, Nelson Werneck Sodré foi um dos colunistas do programa de rádio Panorama Brasil, o primeiro jornalístico da história da FM do Brasil, apresentado por Ricardo Bueno e eu, na extinta Rádio Panorama. Outro que me orgulho é o respeitado Jânio de Freitas, da Folha de São Paulo. Eu me lembro que Nelson e eu conversamos sobre a importância de veículos de massa tratarem de temas históricos relevantes. Uma lacuna na época e uma raridade ainda maior nos dias atuais.

Uma curiosidade: Nelson Werneck Sodré e Afonso Arinos de Melo Franco, jurista, político, historiador, professor, ensaísta, crítico brasileiro e também historiador, moravam na mesma rua em Botafogo, a Dona Mariana. Eu me dava bem com os dois. Arinos foi um dos entrevistados especiais do nosso programa.

Eu tinha mais intimidade com Werneck, que me recebia na sala da sua casa no pequeno edifício de uma das ruas mais arborizadas na região, um dos prédios mais baixos, também. Já Afonso Arinos me atendia na portentosa biblioteca de sua casa, uma das mais confortáveis do bairro. Não era a maior habitação, portanto não poderia ser considerada uma mansão para os padrões da década de 90, mas estava longe de ser uma residência modesta.

Com pensamentos diametralmente opostos, um era comunista com os limites do partidão na cabeça, e o outro liberal, mas tinham algo em comum: os livros e a busca pelo saber.

Com os meus botões (homenagem para você, Mino Carta!) penso o quanto é importante se valorizar o conhecimento e buscar a convivência civilizatória de pensamentos divergentes numa sociedade democrática. O ódio e a raiva de hoje são retratos do atraso intelectual que envergonhariam Werneck e Arinos, se vivos e pudessem ver a degradação que nos metemos.

Voltando aos livros, reconheço que biografias, negócios, administração, cases de sucesso e as novidades do mundo digital têm me atraído nestes tempos bicudos. Nos próximos dias, conforme eu terminar minhas  leituras mais urgentes, comentarei com vocês outros livros que me despertam interesse.

 

 

 

A vida corrida dos últimos anos me impediu de ler muita coisa. Estou aproveitando que limpei minha estante neste fim de semana – e reorganizei os livros da biblioteca – e agora vou preparar uma nova lista para me ocupar nos próximos dias.

TED Talks. Foto: Divulgação
TED Talks. Foto: Divulgação

Estou terminando “Ted Talks”, de Chris Anderson, o mesmo autor de “A Cauda Longa”, que gostei muito. Ele conta o que considera elementos indispensáveis para apresentações em público. Aprendi muito. Fico feliz quando sinto que posso aplicar o conhecimento alheio em algo que faço cotidianamente.

Outro livro que está na minha lista é a biografia do colunista social  Zózimo Barrozo do Amaral, “Enquanto houver champanhe, há esperança”, de autoria do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, editora Intrínseca.

É sempre um prazer reencontrar fotos e causos da velha redação do Jornal do Brasil narrada por quem tem estilo. Eu respirei aqueles ares de um dos templos da imprensa cravado na Avenida Brasil, um andar acima (ela no 6º e a gente no 7º.), durante os cinco anos que apresentei o programa Encontro Com a Imprensa, da Rádio JB.

Biografia do Zózimo do Amaral. Foto: Divulgação
Biografia do Zózimo do Amaral. Foto: Divulgação

Da lavra do Joaquim, eu li no ano passado, – reconheço que com bastante atraso – “Um Homem Chamado Maria” -, o perfil (se é que eu posso chamar assim…) do cronista, comentarista esportivo, poeta e compositor brasileiro Antônio Maria.

Cá para nós, a década de 50 exerce sobre mim encanto pela riqueza da música brasileira, as vozes afinadas aqui e nos Estados Unidos, o romantismo de grupos como o The Platters, as roupas apertadas da juventude transviada e o rock arrebentando com o conservadorismo das famílias. Elvis Presley era indecente. Pode isso?

Recebi esta semana um outro livro que me deixou curioso por tratar de assunto relacionado ao meu ofício. Trata-se de “Desafios da notícia – O jornalismo brasileiro ontem e hoje”, de Alzira Alves de Abreu, pela FGV Editora.

Na bibliografia utilizada pela doutora em sociologia pela Universidade de Paris V (Sorbonne), a professora Alzira de Abreu incluiu “História da Imprensa no Brasil”, de Nelson Werneck Sodré. Por acaso um dos meus livros empoeirados que não só agora está dignamente arrumadinho na estante como ganhou uma lombada garbosa que produzi com um durex especial presenteado pela minha filha.

Em tempo, Nelson Werneck Sodré foi um dos colunistas do programa de rádio Panorama Brasil, o primeiro jornalístico da história da FM do Brasil, apresentado por Ricardo Bueno e eu, na extinta Rádio Panorama. Outro que me orgulho é o respeitado Jânio de Freitas, da Folha de São Paulo. Eu me lembro que Nelson e eu conversamos sobre a importância de veículos de massa tratarem de temas históricos relevantes. Uma lacuna na época e uma raridade ainda maior nos dias atuais.

Uma curiosidade: Nelson Werneck Sodré e Afonso Arinos de Melo Franco, jurista, político, historiador, professor, ensaísta, crítico brasileiro e também historiador, moravam na mesma rua em Botafogo, a Dona Mariana. Eu me dava bem com os dois. Arinos foi um dos entrevistados especiais do nosso programa.

Eu tinha mais intimidade com Werneck, que me recebia na sala da sua casa no pequeno edifício de uma das ruas mais arborizadas na região, um dos prédios mais baixos, também. Já Afonso Arinos me atendia na portentosa biblioteca de sua casa, uma das mais confortáveis do bairro. Não era a maior habitação, portanto não poderia ser considerada uma mansão para os padrões da década de 90, mas estava longe de ser uma residência modesta.

Com pensamentos diametralmente opostos, um era comunista com os limites do partidão na cabeça, e o outro liberal, mas tinham algo em comum: os livros e a busca pelo saber.

Com os meus botões (homenagem para você, Mino Carta!) penso o quanto é importante se valorizar o conhecimento e buscar a convivência civilizatória de pensamentos divergentes numa sociedade democrática. O ódio e a raiva de hoje são retratos do atraso intelectual que envergonhariam Werneck e Arinos, se vivos e pudessem ver a degradação que nos metemos.

Voltando aos livros, reconheço que biografias, negócios, administração, cases de sucesso e as novidades do mundo digital têm me atraído nestes tempos bicudos. Nos próximos dias, conforme eu terminar minhas  leituras mais urgentes, comentarei com vocês outros livros que me despertam interesse.

 

 

 

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