Fazer uma lista com apenas quatro discos fundamentais de Jorge Benjor é impossível. Aliás, se dobrássemos o número de discos, continuaria impossível. Além dos álbuns citados abaixo, poderíamos incluir “Sacundin Bem Samba” (1964), “O Bidú – Silêncio No Brooklin” (1967), “Negro É Lindo” (1971), “Solta o Pavão” (1975), entre vários outros. Mas aqui, temos que […]
POR Redação SRzd02/12/2008|5 min de leitura
Fazer uma lista com apenas quatro discos fundamentais de Jorge Benjor é impossível. Aliás, se dobrássemos o número de discos, continuaria impossível. Além dos álbuns citados abaixo, poderíamos incluir “Sacundin Bem Samba” (1964), “O Bidú – Silêncio No Brooklin” (1967), “Negro É Lindo” (1971), “Solta o Pavão” (1975), entre vários outros. Mas aqui, temos que nos contentar com os quatro álbuns mais importantes de um dos principais artistas da Música Popular Brasileira. Lógico que muita gente vai discordar, mas, abaixo, seguem quatro títulos da discografia de Jorge Ben, que não podem faltar em nenhuma cdteca (ou então em nenhum iPod) decente.
Os 4+:
“Samba Esquema Novo” (1963) – Logo no primeiro álbum de sua carreira, Jorge Benjor (então Jorge Ben) já mostrou que a sua música era diferente. Não era samba, não era rock, não era pop, não era MPB, não era Bossa Nova e nem era choro. Era, sim, simplesmente Jorge Ben, ou melhor, uma mistura de todos os gêneros musicais que foram citados acima e mais alguma coisa. A primeira faixa do álbum, o sucesso “Mas, Que Nada!”, mostrava uma batida de violão inovadora, uma letra bacana, e um jeito arrastado de se cantar que, no início, muita gente estranhou. Mas somente no início, porque depois, não havia quem não resistisse ao ritmo de Jorge Ben. Se João Gilberto marcou os anos 50 com a batida de seu violão, não há dúvidas de que Jorge Ben fez o mesmo na década seguinte. Além de “Mas, Que Nada!”, “Samba Esquema Novo” trazia ainda clássicos como “Chove, Chuva”, “Balança Pema” (regravada magistralmente, 30 anos depois, por Marisa Monte) e “Por Causa de Você, Menina”. E ele estava só começando…
“A Tábua de Esmeralda” (1974) – Considerado um dos melhores (senão o melhor) discos da história da Música Popular Brasileira, “A Tábua de Esmeralda” iniciou uma nova fase na carreira de Jorge Ben. Se o espírito da sonoridade de Jorge Ben permanecia o mesmo, as músicas ficaram um pouco mais complexas devido aos seus longos versos, praticamente impossíveis de caberem em uma melodia “normal”. Mas com Jorge Ben, era outro papo. As músicas não eram só “normais”, como as melhores já compostas pelo artista carioca. No que tange às letras, elas também mudaram um pouco. Jorge Ben começou a falar sobre astronautas (“Errare Humanum Est”) e alquimia (“Os Alquimistas Estão Chegando”), mas as belas canções de amor (no “estilo Jorge Bem”, diga-se de passagem) também estavam lá, como “Minha Teimosia, Uma Arma Pra Te Conquistar” e “O Namorado da Viúva”. Destaque também para “O Homem da Gravata Florida”, com uma das letras mais esdrúxulas e divertidas da história.
“África Brasil” (1976) – O 15º álbum da discografia de Jorge Ben, produzido por Marco Mazzola, foi um marco na carreira do artista. Com uma guitarra no lugar do violão, Jorge Ben propôs uma idéia diferente à Mazzola, conforme consta na autobiografia do produtor. Ben queria fazer tudo ao vivo, com um conjunto de 11 percussionistas. No início, foi tudo uma loucura. Mas como o próprio Mazzola gosta de dizer, “o sucesso é fruto da ousadia”. E, diante de tanta ousadia, o sucesso era inevitável. E eles estão por aí, até hoje: “Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)”, “Taj Mahal” (que Rod Stewart plagiou na cara dura), “Xica da Silva” (composta para o filme homônimo de Cacá Diegues), “Camisa 10 da Gávea”… Ou você nunca ouviu falar em nenhuma dessas músicas?
“Live In Rio” (1992) – No ano de 1989, Jorge Ben mudou o nome para Jorge Benjor e iniciou uma fase um pouco mais popular com o álbum “Benjor”, lançado no mesmo ano. Em 1992, o cantor saiu com “Live In Rio”, disco duplo que trazia todos os seus hits em versões revigoradas, com a Banda do Zé Pretinho mandando ver. Conseqüentemente, o compositor se transformou em fenômeno nacional, adorado pelos jovens que lotavam os seus shows. Foi a redescoberta de canções como “Fio Maravilha” (alterada para “Filho Maravilha”, por conta de uma ação judicial movida pelo ex-jogador de futebol em face de Benjor), “Ive Brussel”, “País Tropical”, “Que Maravilha”, “Charles Anjo 45” (todas presentes nesse ao vivo), entre várias outras. E ainda tinha uma canção chamada “W/Brasil”, na qual Jorge Benjor chamava o “síndico” Tim Maia.
“Recuerdos de Asunción 443” (2007) – Éltimo lançamento de Jorge Benjor, na verdade, “Recuerdos de Asunción 443” é um disco basicamente dos anos 80, quando o artista fazia parte do elenco da Som Livre (que, à época estava localizada à Rua Assunção, número 443). A gravadora teve a idéia de relançar os discos antigos de Jorge Benjor pela gravadora e acabou encontrando várias faixas inéditas. Benjor então resolveu regravar o repertório, que acabou resultando no 32º álbum de sua carreira. O resultado acabou sendo muito irregular, com poucas canções que realmente relembram os bons tempos do cantor. De quebra, Jorge Benjor compôs uma inédita para os seus amigos emos. Repare na letra de “Emo”; “Atitudes desconfiadas / Roupas coloridas, transadas / Cabelos nem punk, nem rastafari / Parecem anormais, mas são normais / Parecem ilegais, mas são legais / Emo / Emo”. Realmente dispensável…
Abaixo, segue o videoclipe de “Os Alquimistas Estão Chegando”, primeira faixa de “A Tábua de Esmeralda”, álbum mais importante da carreira de Jorge Benjor.
Fazer uma lista com apenas quatro discos fundamentais de Jorge Benjor é impossível. Aliás, se dobrássemos o número de discos, continuaria impossível. Além dos álbuns citados abaixo, poderíamos incluir “Sacundin Bem Samba” (1964), “O Bidú – Silêncio No Brooklin” (1967), “Negro É Lindo” (1971), “Solta o Pavão” (1975), entre vários outros. Mas aqui, temos que nos contentar com os quatro álbuns mais importantes de um dos principais artistas da Música Popular Brasileira. Lógico que muita gente vai discordar, mas, abaixo, seguem quatro títulos da discografia de Jorge Ben, que não podem faltar em nenhuma cdteca (ou então em nenhum iPod) decente.
Os 4+:
“Samba Esquema Novo” (1963) – Logo no primeiro álbum de sua carreira, Jorge Benjor (então Jorge Ben) já mostrou que a sua música era diferente. Não era samba, não era rock, não era pop, não era MPB, não era Bossa Nova e nem era choro. Era, sim, simplesmente Jorge Ben, ou melhor, uma mistura de todos os gêneros musicais que foram citados acima e mais alguma coisa. A primeira faixa do álbum, o sucesso “Mas, Que Nada!”, mostrava uma batida de violão inovadora, uma letra bacana, e um jeito arrastado de se cantar que, no início, muita gente estranhou. Mas somente no início, porque depois, não havia quem não resistisse ao ritmo de Jorge Ben. Se João Gilberto marcou os anos 50 com a batida de seu violão, não há dúvidas de que Jorge Ben fez o mesmo na década seguinte. Além de “Mas, Que Nada!”, “Samba Esquema Novo” trazia ainda clássicos como “Chove, Chuva”, “Balança Pema” (regravada magistralmente, 30 anos depois, por Marisa Monte) e “Por Causa de Você, Menina”. E ele estava só começando…
“A Tábua de Esmeralda” (1974) – Considerado um dos melhores (senão o melhor) discos da história da Música Popular Brasileira, “A Tábua de Esmeralda” iniciou uma nova fase na carreira de Jorge Ben. Se o espírito da sonoridade de Jorge Ben permanecia o mesmo, as músicas ficaram um pouco mais complexas devido aos seus longos versos, praticamente impossíveis de caberem em uma melodia “normal”. Mas com Jorge Ben, era outro papo. As músicas não eram só “normais”, como as melhores já compostas pelo artista carioca. No que tange às letras, elas também mudaram um pouco. Jorge Ben começou a falar sobre astronautas (“Errare Humanum Est”) e alquimia (“Os Alquimistas Estão Chegando”), mas as belas canções de amor (no “estilo Jorge Bem”, diga-se de passagem) também estavam lá, como “Minha Teimosia, Uma Arma Pra Te Conquistar” e “O Namorado da Viúva”. Destaque também para “O Homem da Gravata Florida”, com uma das letras mais esdrúxulas e divertidas da história.
“África Brasil” (1976) – O 15º álbum da discografia de Jorge Ben, produzido por Marco Mazzola, foi um marco na carreira do artista. Com uma guitarra no lugar do violão, Jorge Ben propôs uma idéia diferente à Mazzola, conforme consta na autobiografia do produtor. Ben queria fazer tudo ao vivo, com um conjunto de 11 percussionistas. No início, foi tudo uma loucura. Mas como o próprio Mazzola gosta de dizer, “o sucesso é fruto da ousadia”. E, diante de tanta ousadia, o sucesso era inevitável. E eles estão por aí, até hoje: “Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)”, “Taj Mahal” (que Rod Stewart plagiou na cara dura), “Xica da Silva” (composta para o filme homônimo de Cacá Diegues), “Camisa 10 da Gávea”… Ou você nunca ouviu falar em nenhuma dessas músicas?
“Live In Rio” (1992) – No ano de 1989, Jorge Ben mudou o nome para Jorge Benjor e iniciou uma fase um pouco mais popular com o álbum “Benjor”, lançado no mesmo ano. Em 1992, o cantor saiu com “Live In Rio”, disco duplo que trazia todos os seus hits em versões revigoradas, com a Banda do Zé Pretinho mandando ver. Conseqüentemente, o compositor se transformou em fenômeno nacional, adorado pelos jovens que lotavam os seus shows. Foi a redescoberta de canções como “Fio Maravilha” (alterada para “Filho Maravilha”, por conta de uma ação judicial movida pelo ex-jogador de futebol em face de Benjor), “Ive Brussel”, “País Tropical”, “Que Maravilha”, “Charles Anjo 45” (todas presentes nesse ao vivo), entre várias outras. E ainda tinha uma canção chamada “W/Brasil”, na qual Jorge Benjor chamava o “síndico” Tim Maia.
“Recuerdos de Asunción 443” (2007) – Éltimo lançamento de Jorge Benjor, na verdade, “Recuerdos de Asunción 443” é um disco basicamente dos anos 80, quando o artista fazia parte do elenco da Som Livre (que, à época estava localizada à Rua Assunção, número 443). A gravadora teve a idéia de relançar os discos antigos de Jorge Benjor pela gravadora e acabou encontrando várias faixas inéditas. Benjor então resolveu regravar o repertório, que acabou resultando no 32º álbum de sua carreira. O resultado acabou sendo muito irregular, com poucas canções que realmente relembram os bons tempos do cantor. De quebra, Jorge Benjor compôs uma inédita para os seus amigos emos. Repare na letra de “Emo”; “Atitudes desconfiadas / Roupas coloridas, transadas / Cabelos nem punk, nem rastafari / Parecem anormais, mas são normais / Parecem ilegais, mas são legais / Emo / Emo”. Realmente dispensável…
Abaixo, segue o videoclipe de “Os Alquimistas Estão Chegando”, primeira faixa de “A Tábua de Esmeralda”, álbum mais importante da carreira de Jorge Benjor.
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