Documentário investiga o nascimento e a morte dos carros elétricos, e a importância de fontes de energia reutilizáveis – tudo em nome da preservação ambiental.
POR Redação SRzd26/07/2006|6 min de leitura
Documentário investiga o nascimento e a morte dos carros elétricos, e a importância de fontes de energia reutilizáveis – tudo em nome da preservação ambiental.
POR Redação SRzd26/07/2006|6 min de leitura
Com a onda de calor que assola o norte da Califórnia, o must dos jornais é falar sobre o superaquecimento global, as palavras proféticas de Al Gore e a preservação ambiental. Com recordes de temperatura chegando a 44°C, foram registradas 29 mortes devido ao calor no Vale do Silício, durante esta última semana. Lojas mostram em suas vitrines placas dizendo que o estoque de ventiladores e ar-condicionados se esgotou, e motéis e hotéis estão superlotados com moradores que buscam fugir do calor infernal.
Para não derreter os meus miolos, tinha algumas alternativas: a) pegar um engarrafamento e seguir em direção à praia (totalmente fora de cogitação); b) ir andar no ar-condicionado fresquinho do shopping e me juntar aos consumidores ensandecidos pelo calor, mas felizes em gastar um dinheirinho num lugar fresco (também não); e c) sentar no escurinho gelado de uma sala de cinema. (Boa!!)
O filme escolhido foi um documentário: “Who killed the electric car?” (Quem matou o carro elétrico?). Devido ao atual contexto da Califórnia, com a onda de calor e o galão de gasolina chegando a custar US$4, o filme me pareceu bem apropriado.
O documentário conta a história do nascimento e morte dos carros elétricos, mais especificamente do EV1. Narrado como uma espécie de investigação policial, o filme apresenta diversos suspeitos pelo assassinato, dentre eles as montadoras de carro, os chefões do petróleo, os legisladores e o Governo Bush, assim como os consumidores americanos. Depois de mostrar os fatos, a platéia também é apresentada ao veredicto e aos culpados (mas isso eu não posso entregar, caso contrário, estaria estragando a graça do filme, certo?).
A primeira seqüência do documentário é um pouco confusa, pois o público se depara com algumas figurinhas famosas de Hollywood (e outras nem tanto) chorando num funeral, narrado pelo ator Martin Sheen. Neste momento a platéia se pergunta: mas não se trata de um documentário? Em poucos minutos, o mistério fica explicado: trata-se do enterro para o carro elétrico EV1, da General Motors. Parece loucura, mas as lágrimas eram genuínas pois, apesar da piada (um funeral para um carro?), o sentido figurado tem um peso incrível! E a cada minuto que passa, o espectador percebe mais isso.
O EV1 era, segundo os poucos que tiveram acesso a ele, um carro eficiente, rápido e, acima de tudo, “consciente” com o meio ambiente. Mas, além disso, era, segundo uma das pessoas que alugaram o carro (sim, pois eles não estavam à venda), muito, muito sexy. Mas a GM não foi a única a criar um carro elétrico, a Toyota também tinha um carro parecido, o RAV4 EV (EV = Electric Vehicle).
Para quem não está familiarizado com o carro elétrico, ele funcionava ligando-o numa tomada especial durante a noite, como que recarregando a bateria de uma máquina digital. Só que era um carro! Tá certo que a bateria, que estava ainda em fase experimental (hum… não é bem assim, como descobre-se com o filme), não durava mais do que 130 quilômetros em média, mas era mais do que suficiente para se deslocar de casa para o trabalho, sem que uma nova carga fosse necessária.
O que os engenheiros politicamente corretos do projeto “carro elétrico” tinham em mente era montar postos de “energia”, e não de gasolina, onde o carro pudesse ser recarregado, o que seria muito melhor para o meio ambiente e altamente viável, caso houvesse o interesse dos suspeitos listados acima. Alguns destes postos chegaram a ser criados, mas não muitos…
Várias celebridade adotaram o carro, esperando que sua “estrela” fizesse o projeto deslanchar. Por exemplo, o documentário mostra o depoimento de Mel Gibson ‘ mas preste bastante atenção, ele está irreconhecível, com uma barba enorme e parece meio bêbado ao esbravejar que a-ma-va seu carro elétrico.
Tom Hanks também está meio amalucado, num clipe de uma entrevista ao David Letterman, dizendo estar “salvando a América” com seu carro elétrico e com a preservação ambiental. E a atriz Alexandria Paul (que gosta tanto da natureza que corria de maiô vermelho no seriado “Baywacth”) é levada para a prisão, algemada, depois de protestar contra a destruição dos carrinhos elétricos.
Para responder à pergunta-título, os produtores apresentam os culpados pela morte do carro elétrico, com uma espécie de teoria da conspiração. O filme pode ser considerado unilateral e preconceituoso, especialmente pela GM, Texaco, Casa Branca etc.. Mas que é interessante, ah, isso é… O diretor consegue a façanha, com o seu humor obscuro, de mostrar um funeral para um carro, além de outras “cositas mais” que eu não posso contar…
O documentário deixa claro que um dos motivos pelos quais as montadoras desenvolveram o projeto do carro elétrico foi porque eles eram obrigados por lei. A partir do momento em que a lei mudou (viu? Culpa do governo), eles retiraram os carros das ruas e pararam de produzi-los, deram mesmo um fim neles, para que fossem esquecido.
Mas nem tudo está perdido, e os amantes do carro elétrico se dizem otimistas em relação a uma possível “ressurreição”. Com o calor infernal que assola a Califórnia, o preço da gasolina lá nas alturas e a guerra do Iraque, este pode ser o momento certo para uma mudança na cultura do “meu carro é maior e mais rápido do que o seu e se eu precisar de óleo, eu invado um país.”
É mesmo triste no final ter que assistir a dezenas de carros novinhos serem moídos, picadinhos em pedacinhos minúsculos, quase reduzidos a pó. E eu que não costumo chorar em filmes de drama, saí do cinema com os olhos marejados. E morrendo de vergonha de pegar o meu carro no estacionamento. Um Jeep Liberty, azul, enorme. E que bebe uma gasolinaâ?¦
O filme, distribuído pela Sony, foi dirigido e escrito por Chris Paine e tem uma hora e meia de duração (1h31m, para ser mais exata). Assista ao trailer do filme aqui no SRZD.
Samantha Nogueira é jornalista e correspondente do SRZD nos Estados Unidos.
Com a onda de calor que assola o norte da Califórnia, o must dos jornais é falar sobre o superaquecimento global, as palavras proféticas de Al Gore e a preservação ambiental. Com recordes de temperatura chegando a 44°C, foram registradas 29 mortes devido ao calor no Vale do Silício, durante esta última semana. Lojas mostram em suas vitrines placas dizendo que o estoque de ventiladores e ar-condicionados se esgotou, e motéis e hotéis estão superlotados com moradores que buscam fugir do calor infernal.
Para não derreter os meus miolos, tinha algumas alternativas: a) pegar um engarrafamento e seguir em direção à praia (totalmente fora de cogitação); b) ir andar no ar-condicionado fresquinho do shopping e me juntar aos consumidores ensandecidos pelo calor, mas felizes em gastar um dinheirinho num lugar fresco (também não); e c) sentar no escurinho gelado de uma sala de cinema. (Boa!!)
O filme escolhido foi um documentário: “Who killed the electric car?” (Quem matou o carro elétrico?). Devido ao atual contexto da Califórnia, com a onda de calor e o galão de gasolina chegando a custar US$4, o filme me pareceu bem apropriado.
O documentário conta a história do nascimento e morte dos carros elétricos, mais especificamente do EV1. Narrado como uma espécie de investigação policial, o filme apresenta diversos suspeitos pelo assassinato, dentre eles as montadoras de carro, os chefões do petróleo, os legisladores e o Governo Bush, assim como os consumidores americanos. Depois de mostrar os fatos, a platéia também é apresentada ao veredicto e aos culpados (mas isso eu não posso entregar, caso contrário, estaria estragando a graça do filme, certo?).
A primeira seqüência do documentário é um pouco confusa, pois o público se depara com algumas figurinhas famosas de Hollywood (e outras nem tanto) chorando num funeral, narrado pelo ator Martin Sheen. Neste momento a platéia se pergunta: mas não se trata de um documentário? Em poucos minutos, o mistério fica explicado: trata-se do enterro para o carro elétrico EV1, da General Motors. Parece loucura, mas as lágrimas eram genuínas pois, apesar da piada (um funeral para um carro?), o sentido figurado tem um peso incrível! E a cada minuto que passa, o espectador percebe mais isso.
O EV1 era, segundo os poucos que tiveram acesso a ele, um carro eficiente, rápido e, acima de tudo, “consciente” com o meio ambiente. Mas, além disso, era, segundo uma das pessoas que alugaram o carro (sim, pois eles não estavam à venda), muito, muito sexy. Mas a GM não foi a única a criar um carro elétrico, a Toyota também tinha um carro parecido, o RAV4 EV (EV = Electric Vehicle).
Para quem não está familiarizado com o carro elétrico, ele funcionava ligando-o numa tomada especial durante a noite, como que recarregando a bateria de uma máquina digital. Só que era um carro! Tá certo que a bateria, que estava ainda em fase experimental (hum… não é bem assim, como descobre-se com o filme), não durava mais do que 130 quilômetros em média, mas era mais do que suficiente para se deslocar de casa para o trabalho, sem que uma nova carga fosse necessária.
O que os engenheiros politicamente corretos do projeto “carro elétrico” tinham em mente era montar postos de “energia”, e não de gasolina, onde o carro pudesse ser recarregado, o que seria muito melhor para o meio ambiente e altamente viável, caso houvesse o interesse dos suspeitos listados acima. Alguns destes postos chegaram a ser criados, mas não muitos…
Várias celebridade adotaram o carro, esperando que sua “estrela” fizesse o projeto deslanchar. Por exemplo, o documentário mostra o depoimento de Mel Gibson ‘ mas preste bastante atenção, ele está irreconhecível, com uma barba enorme e parece meio bêbado ao esbravejar que a-ma-va seu carro elétrico.
Tom Hanks também está meio amalucado, num clipe de uma entrevista ao David Letterman, dizendo estar “salvando a América” com seu carro elétrico e com a preservação ambiental. E a atriz Alexandria Paul (que gosta tanto da natureza que corria de maiô vermelho no seriado “Baywacth”) é levada para a prisão, algemada, depois de protestar contra a destruição dos carrinhos elétricos.
Para responder à pergunta-título, os produtores apresentam os culpados pela morte do carro elétrico, com uma espécie de teoria da conspiração. O filme pode ser considerado unilateral e preconceituoso, especialmente pela GM, Texaco, Casa Branca etc.. Mas que é interessante, ah, isso é… O diretor consegue a façanha, com o seu humor obscuro, de mostrar um funeral para um carro, além de outras “cositas mais” que eu não posso contar…
O documentário deixa claro que um dos motivos pelos quais as montadoras desenvolveram o projeto do carro elétrico foi porque eles eram obrigados por lei. A partir do momento em que a lei mudou (viu? Culpa do governo), eles retiraram os carros das ruas e pararam de produzi-los, deram mesmo um fim neles, para que fossem esquecido.
Mas nem tudo está perdido, e os amantes do carro elétrico se dizem otimistas em relação a uma possível “ressurreição”. Com o calor infernal que assola a Califórnia, o preço da gasolina lá nas alturas e a guerra do Iraque, este pode ser o momento certo para uma mudança na cultura do “meu carro é maior e mais rápido do que o seu e se eu precisar de óleo, eu invado um país.”
É mesmo triste no final ter que assistir a dezenas de carros novinhos serem moídos, picadinhos em pedacinhos minúsculos, quase reduzidos a pó. E eu que não costumo chorar em filmes de drama, saí do cinema com os olhos marejados. E morrendo de vergonha de pegar o meu carro no estacionamento. Um Jeep Liberty, azul, enorme. E que bebe uma gasolinaâ?¦
O filme, distribuído pela Sony, foi dirigido e escrito por Chris Paine e tem uma hora e meia de duração (1h31m, para ser mais exata). Assista ao trailer do filme aqui no SRZD.
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