Redenção chega ao Brasil anos após a estreia na Europa

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Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd Cinema. Lançado em 2021 na Europa, “Redenção” (Maixabel – 2021, Espanha) passou por diversos festivais até desembarcar no circuito exibidor brasileiro, de forma limitada, na última quinta-feira, dia 16, contando a história real de Maixabel Lasa (Blanca Portillo), viúva de Juan Mari Jáuregui (Josu Ormaetxe), político […]

POR Ana Carolina Garcia20/01/2025|3 min de leitura

Redenção chega ao Brasil anos após a estreia na Europa

Redenção é baseado na história real de Maixabel Lasa. Foto: Divulgação

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Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd

Cinema. Lançado em 2021 na Europa, “Redenção” (Maixabel – 2021, Espanha) passou por diversos festivais até desembarcar no circuito exibidor brasileiro, de forma limitada, na última quinta-feira, dia 16, contando a história real de Maixabel Lasa (Blanca Portillo), viúva de Juan Mari Jáuregui (Josu Ormaetxe), político espanhol assassinado por integrantes do ETA em 2000.

Ambientado 11 anos após a morte de Jáuregui, o longa mostra como Maixabel ganhou destaque por meio da luta contra o terrorismo, aceitando, inclusive, se encontrar com um dos assassinos de seu marido, Ibon Etxezarreta (Luis Tosar), para tentar entender o que o levou a cometer tal crime, contrariando a vontade da filha, temerosa. Durante o encontro, Maixabel se depara com um homem em busca de perdão, rejeitado pelos antigos companheiros do ETA por não mais apoiar ações terroristas.

Dirigido por Icíar Bollaín, que divide o roteiro com Isa Campo, “Redenção” é conduzido de forma a apresentar ao espectador duas jornadas de motivações distintas, mas conectadas pela barbárie e pela necessidade de encontrar paz interior, tendo Maixabel como grande pilar de uma narrativa que se desenvolve gradual e lentamente para melhor compreensão dos fatos pela plateia. Isso se deve à impecável construção de personagem da veterana Blanca Portillo, que esmiúça a dor de Maixabel de maneira a explorar suas diferentes camadas, mas sem cair na armadiha do melodrama exacerbado. É uma atuação forte que ofusca a todos do elenco, inclusive Luis Tosar, que surge em cena como um homem atormentado pelo passado, desesperado pelo perdão que pode mostrar à sociedade sua redenção.

Transmitindo a mensagem de segunda chance a todos, “Redenção” perde força justamente por apresentar o terrorista como homem exemplar que, na prisão, encontra a retidão que lhe faltou quando decidiu se juntar ao ETA durante a juventude. E, por esta razão, o longa poderá causar certa estranheza, até mesmo incômodo, em parte dos espectadores. Afinal, a abordagem de Bollaín praticamente o inocenta do crime cometido por meio da redenção possibilitada pelo ato de bondade e coragem de Maixabel.

+ assista ao trailer oficial legendado:

Sobre Ana Carolina Garcia: Formada em Comunicação Social e pós-graduada em Jornalismo Cultural, Ana Carolina Garcia é autora dos livros “A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se tornou a capital mundial do cinema” (2011), “Cinema no século XXI – Modelo tradicional na Era do Streaming” (2021) e “100 anos do Império Disney: Da Avenida Kingswell à conquista do universo” (2023). É vice-presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ) desde 2021.

Rodapé - entretenimento

Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd

Cinema. Lançado em 2021 na Europa, “Redenção” (Maixabel – 2021, Espanha) passou por diversos festivais até desembarcar no circuito exibidor brasileiro, de forma limitada, na última quinta-feira, dia 16, contando a história real de Maixabel Lasa (Blanca Portillo), viúva de Juan Mari Jáuregui (Josu Ormaetxe), político espanhol assassinado por integrantes do ETA em 2000.

Ambientado 11 anos após a morte de Jáuregui, o longa mostra como Maixabel ganhou destaque por meio da luta contra o terrorismo, aceitando, inclusive, se encontrar com um dos assassinos de seu marido, Ibon Etxezarreta (Luis Tosar), para tentar entender o que o levou a cometer tal crime, contrariando a vontade da filha, temerosa. Durante o encontro, Maixabel se depara com um homem em busca de perdão, rejeitado pelos antigos companheiros do ETA por não mais apoiar ações terroristas.

Dirigido por Icíar Bollaín, que divide o roteiro com Isa Campo, “Redenção” é conduzido de forma a apresentar ao espectador duas jornadas de motivações distintas, mas conectadas pela barbárie e pela necessidade de encontrar paz interior, tendo Maixabel como grande pilar de uma narrativa que se desenvolve gradual e lentamente para melhor compreensão dos fatos pela plateia. Isso se deve à impecável construção de personagem da veterana Blanca Portillo, que esmiúça a dor de Maixabel de maneira a explorar suas diferentes camadas, mas sem cair na armadiha do melodrama exacerbado. É uma atuação forte que ofusca a todos do elenco, inclusive Luis Tosar, que surge em cena como um homem atormentado pelo passado, desesperado pelo perdão que pode mostrar à sociedade sua redenção.

Transmitindo a mensagem de segunda chance a todos, “Redenção” perde força justamente por apresentar o terrorista como homem exemplar que, na prisão, encontra a retidão que lhe faltou quando decidiu se juntar ao ETA durante a juventude. E, por esta razão, o longa poderá causar certa estranheza, até mesmo incômodo, em parte dos espectadores. Afinal, a abordagem de Bollaín praticamente o inocenta do crime cometido por meio da redenção possibilitada pelo ato de bondade e coragem de Maixabel.

+ assista ao trailer oficial legendado:

Sobre Ana Carolina Garcia: Formada em Comunicação Social e pós-graduada em Jornalismo Cultural, Ana Carolina Garcia é autora dos livros “A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se tornou a capital mundial do cinema” (2011), “Cinema no século XXI – Modelo tradicional na Era do Streaming” (2021) e “100 anos do Império Disney: Da Avenida Kingswell à conquista do universo” (2023). É vice-presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ) desde 2021.

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