Crítica: noite de Anitta, H.E.R., Black Eyed Peas e P!nk

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E depois de uma noite épica pilotada pelo comandante Bruce, o pop chega mais uma vez. Algumas boas surpresas como H.E.R. e Charlie Puth, um showzaço de P!nk e a decepção com a sensação da mídia brasileira. Anitta protagonizou um momento de vergonha alheia. Cantou vários trechos por cima de um playback de sua própria […]

POR Claudio Francioni06/10/2019|3 min de leitura

Crítica: noite de Anitta, H.E.R., Black Eyed Peas e P!nk

Anitta e P!nk no Rock in Rio 2019. Foto: Divulgação/Rock in Rio

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E depois de uma noite épica pilotada pelo comandante Bruce, o pop chega mais uma vez. Algumas boas surpresas como H.E.R. e Charlie Puth, um showzaço de P!nk e a decepção com a sensação da mídia brasileira. Anitta protagonizou um momento de vergonha alheia. Cantou vários trechos por cima de um playback de sua própria voz, usou uma banda de verdade apenas em um pequeno trecho do show e o resto foi apelação, apelação e apelação. Tudo o que se pretende soar sensual é na verdade muito vulgar e apelativo. A música fica em segundo plano o show inteiro, exceto no momento da banda. Se ao menos rolasse uma empatia com o público, mas nem isso. Tudo amarrado em marcações, coreografias, trocas de roupa. Não sobrou um minuto de leveza. Quando abriu a boca, foi pra agradecer a si mesma por não ter desistido. Faça-me o favor. Uma lástima.

E de onde se esperava quase nada, me vem H.E.R. com um show totalmente cru. Nada de superprodução, nada de pirotecnia. Só músicos no palco, uma linda voz e um R&B de excelente gosto. Neste momento, a maioria esmagadora do público foi passear pelo parque e se chegava facilmente na frente do palco! Tá certo. Público que nasceu pra achar legal o que fez Anitta não merece ver a H.E.R.

Outro bom momento foi Charlie Puth no Sunset. O fofinho americano faz um pop bem digno e ficou visivelmente surpreso com a receptividade da plateia. Tem carisma, canta de forma aceitável, toca bem seu piano ou minimoog e carrega uma banda competente consigo. É assim que se faz.

O Black Eyed Peas trouxe de volta o maldito pendrive para o palco mundo. Mas diferente de Anitta ou Alok na primeira noite, o BEP causou comoção no Parque Olímpico. O trio Will.i.am, Apl.de.ap e Taboo botou
cem mil pessoas pra pular e cantar sem parar durante uma hora. Deixaram no chinelo o show sonolento da ex-integrante Fergie na edição 2017. Anitta voltou ao palco pra uma participação em duas músicas e cantou mais tempo do que em todo seu show.

E por fim, P!nk e sua megaprodução enfim no Brasil. As acrobacias, vôos, coreografias e pirotecnias não escondem a excelente cantora que a americana é. Seu repertório pop é extremamente bem produzido, apesar de monótono em alguns momentos. Os álbuns mais recentes não tiveram tanto alcance, mas sucessos como “Get the Party Started” pegaram na veia com o povão, apesar de claras falhas no som. P!nk (como é difícil escrever isso com fluência!!!) fez um dos grandes momentos do festival. Ou seja, independente do conceito do show, há de se ter qualidade e respeito a quem pagou caro no ingresso. Resta a Anitta aprender. Ou, pra agradar ao “seu” público, talvez ela nem precise, lamentavelmente.

Foto: Juliana Dias / SRzd
Foto: Juliana Dias / SRzd
Foto: Juliana Dias / SRzd

E depois de uma noite épica pilotada pelo comandante Bruce, o pop chega mais uma vez. Algumas boas surpresas como H.E.R. e Charlie Puth, um showzaço de P!nk e a decepção com a sensação da mídia brasileira. Anitta protagonizou um momento de vergonha alheia. Cantou vários trechos por cima de um playback de sua própria voz, usou uma banda de verdade apenas em um pequeno trecho do show e o resto foi apelação, apelação e apelação. Tudo o que se pretende soar sensual é na verdade muito vulgar e apelativo. A música fica em segundo plano o show inteiro, exceto no momento da banda. Se ao menos rolasse uma empatia com o público, mas nem isso. Tudo amarrado em marcações, coreografias, trocas de roupa. Não sobrou um minuto de leveza. Quando abriu a boca, foi pra agradecer a si mesma por não ter desistido. Faça-me o favor. Uma lástima.

E de onde se esperava quase nada, me vem H.E.R. com um show totalmente cru. Nada de superprodução, nada de pirotecnia. Só músicos no palco, uma linda voz e um R&B de excelente gosto. Neste momento, a maioria esmagadora do público foi passear pelo parque e se chegava facilmente na frente do palco! Tá certo. Público que nasceu pra achar legal o que fez Anitta não merece ver a H.E.R.

Outro bom momento foi Charlie Puth no Sunset. O fofinho americano faz um pop bem digno e ficou visivelmente surpreso com a receptividade da plateia. Tem carisma, canta de forma aceitável, toca bem seu piano ou minimoog e carrega uma banda competente consigo. É assim que se faz.

O Black Eyed Peas trouxe de volta o maldito pendrive para o palco mundo. Mas diferente de Anitta ou Alok na primeira noite, o BEP causou comoção no Parque Olímpico. O trio Will.i.am, Apl.de.ap e Taboo botou
cem mil pessoas pra pular e cantar sem parar durante uma hora. Deixaram no chinelo o show sonolento da ex-integrante Fergie na edição 2017. Anitta voltou ao palco pra uma participação em duas músicas e cantou mais tempo do que em todo seu show.

E por fim, P!nk e sua megaprodução enfim no Brasil. As acrobacias, vôos, coreografias e pirotecnias não escondem a excelente cantora que a americana é. Seu repertório pop é extremamente bem produzido, apesar de monótono em alguns momentos. Os álbuns mais recentes não tiveram tanto alcance, mas sucessos como “Get the Party Started” pegaram na veia com o povão, apesar de claras falhas no som. P!nk (como é difícil escrever isso com fluência!!!) fez um dos grandes momentos do festival. Ou seja, independente do conceito do show, há de se ter qualidade e respeito a quem pagou caro no ingresso. Resta a Anitta aprender. Ou, pra agradar ao “seu” público, talvez ela nem precise, lamentavelmente.

Foto: Juliana Dias / SRzd
Foto: Juliana Dias / SRzd
Foto: Juliana Dias / SRzd

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