Acabou. Após sete intensos dias, bate aquela sensação de vazio. O último dia de Rock in Rio teve de tudo um bocado. A noite foi aberta com as papagaiadas corriqueiras de Dinho Ouro Preto, o Peter Pan do BRock. Com o seu habitual linguajar de adolescente abobado, pontuou o show com um punhado de “véio” […]
POR Claudio Francioni25/09/2017|3 min de leitura
Acabou. Após sete intensos dias, bate aquela sensação de vazio. O último dia de Rock in Rio teve de tudo um bocado.
A noite foi aberta com as papagaiadas corriqueiras de Dinho Ouro Preto, o Peter Pan do BRock. Com o seu habitual linguajar de adolescente abobado, pontuou o show com um punhado de “véio” e “tá ligado?”. Algumas músicas ganharam uma andamento bem mais lento do que geralmente se faz ao vivo, como “Independência” e “Música Urbana”. Também me incomoda a inclusão exagerada de covers no setlist e o esquecimento de faixas do bom primeiro álbum da banda. A saber: “Primeiros Erros (não! Não é deles!), “Mulher de Fases” e “Que País é Esse?”, esta última precedida por uma tentativa de discurso politizado de Dinho.
O Offspring, que fez Sunset em 2013, trouxe um setlist que privilegiava os sucessos de sua carreira nos anos 90, principalmente de seu álbum de maior projeção, “Americana”. E foi um bom show. Mas seria melhor se a voz de Dexter Holland conseguisse ser ouvida pelo público. Um instrumental que chegava embolado afogando a voz de Dexter. Foi o pior som apresentado nessa edição. A porrada final foi épica, com “Why Don’t You Get a Job”, “Pretty Fly”, “The Kids Aren’t Alright” e “Self Esteem”. A rapêize caiu dentro e cantou forte!
A apresentação do Thirty Seconds to Mars também poderia ser chamada de “Show de Variedades de Jared Leto”. O cantor fez de tudo um pouco, repetindo o que fizera na edição de 2013. Teve açaí, tirolesa (duvido que ele tenha agendado!), descida pra galera, selfie, papel picado, bandeira do Brasil e bola voando. Se botasse uma banheira no palco, viraria um programa do Gugu. Teve música também. O som do meio minuto é interessante e peculiar, mas depois de meia hora tudo parece igual. Ainda teve a pequena (Deus é pai!) participação do rapper brasileiro Projota.
O Red Hot abriu sua apresentação com aquilo que tem de melhor. Sua cozinha Flea/Chad Smith sozinhos despejando uma jam de grooves de baixo e batera. O show foi curto. Se comparar com o Guns na véspera, praticamente um pocket show. O baixista rouba a cena com frequência, até porque a performance de Anthony Kiedis em épocas de auge dependia muito de seu vigor físico. Com 54 anos não dá pra ser frenético como em outrora. Foi bom. Foi melhor do que 2001 e 2011. Foi pior do que 1992 no Hollywood Rock, mas não cabe comparar épocas. Eu queria ter ouvido “Behind the Sun”, “Me and My Friends”, “Fight Like a Brave” ou “Higher Gound”. Não rolou nenhuma dos quatro primeiros álbuns. Três do novo, “The Getaway”. Mas valeu. Ver a pulga com um contrabaixo pendurado sempre vale. E que 2019 chegue logo pra preencher esse vazio insuportável.
Acabou. Após sete intensos dias, bate aquela sensação de vazio. O último dia de Rock in Rio teve de tudo um bocado.
A noite foi aberta com as papagaiadas corriqueiras de Dinho Ouro Preto, o Peter Pan do BRock. Com o seu habitual linguajar de adolescente abobado, pontuou o show com um punhado de “véio” e “tá ligado?”. Algumas músicas ganharam uma andamento bem mais lento do que geralmente se faz ao vivo, como “Independência” e “Música Urbana”. Também me incomoda a inclusão exagerada de covers no setlist e o esquecimento de faixas do bom primeiro álbum da banda. A saber: “Primeiros Erros (não! Não é deles!), “Mulher de Fases” e “Que País é Esse?”, esta última precedida por uma tentativa de discurso politizado de Dinho.
O Offspring, que fez Sunset em 2013, trouxe um setlist que privilegiava os sucessos de sua carreira nos anos 90, principalmente de seu álbum de maior projeção, “Americana”. E foi um bom show. Mas seria melhor se a voz de Dexter Holland conseguisse ser ouvida pelo público. Um instrumental que chegava embolado afogando a voz de Dexter. Foi o pior som apresentado nessa edição. A porrada final foi épica, com “Why Don’t You Get a Job”, “Pretty Fly”, “The Kids Aren’t Alright” e “Self Esteem”. A rapêize caiu dentro e cantou forte!
A apresentação do Thirty Seconds to Mars também poderia ser chamada de “Show de Variedades de Jared Leto”. O cantor fez de tudo um pouco, repetindo o que fizera na edição de 2013. Teve açaí, tirolesa (duvido que ele tenha agendado!), descida pra galera, selfie, papel picado, bandeira do Brasil e bola voando. Se botasse uma banheira no palco, viraria um programa do Gugu. Teve música também. O som do meio minuto é interessante e peculiar, mas depois de meia hora tudo parece igual. Ainda teve a pequena (Deus é pai!) participação do rapper brasileiro Projota.
O Red Hot abriu sua apresentação com aquilo que tem de melhor. Sua cozinha Flea/Chad Smith sozinhos despejando uma jam de grooves de baixo e batera. O show foi curto. Se comparar com o Guns na véspera, praticamente um pocket show. O baixista rouba a cena com frequência, até porque a performance de Anthony Kiedis em épocas de auge dependia muito de seu vigor físico. Com 54 anos não dá pra ser frenético como em outrora. Foi bom. Foi melhor do que 2001 e 2011. Foi pior do que 1992 no Hollywood Rock, mas não cabe comparar épocas. Eu queria ter ouvido “Behind the Sun”, “Me and My Friends”, “Fight Like a Brave” ou “Higher Gound”. Não rolou nenhuma dos quatro primeiros álbuns. Três do novo, “The Getaway”. Mas valeu. Ver a pulga com um contrabaixo pendurado sempre vale. E que 2019 chegue logo pra preencher esse vazio insuportável.