Família de Tom Jobim é contra tombamento de casa em Ipanema

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Geralmente avessos a manifestações públicas, Paulo e Elizabeth Jobim, filhos do maestro Tom Jobim, resolveram divulgar uma carta depois de ver o nome do pai envolvido num imbróglio imobiliário. É que uma casa na Rua Barão da Torre, 107, em Ipanema, que foi vendida pela Família Hermanny a uma incorporadora, está sendo alvo de uma […]

POR Redação SRzd07/12/2018|5 min de leitura

Família de Tom Jobim é contra tombamento de casa em Ipanema

Família de Tom Jobim é contra tombamento de casa em Ipanema. Foto: Reprodução de Internet

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Geralmente avessos a manifestações públicas, Paulo e Elizabeth Jobim, filhos do maestro Tom Jobim, resolveram divulgar uma carta depois de ver o nome do pai envolvido num imbróglio imobiliário.

É que uma casa na Rua Barão da Torre, 107, em Ipanema, que foi vendida pela Família Hermanny a uma incorporadora, está sendo alvo de uma mobilização para que seja tombada. O motivo alegado pelos líderes do movimento nas redes sociais – os donos do albergue que aluga o espaço – é a preservação da obra de Tom Jobim. Só que os filhos não apoiam esse movimento, desmentindo que o imóvel tenha pertencido a Tom Jobim e que ‘Garota de Ipanema’ tenha sido composta lá.

“Tom Jobim e Vinícius de Moraes fizeram a música no Bar Veloso (hoje Bar Garota de Ipanema), com a moça passando”, destaca Paulo Jobim, que é maestro como o pai.

Na carta assinada por ele e pela irmã Elizabeth, os filhos destacam que os lugares de preservação da memória de Tom Jobim reconhecidos pela família já existem. São o apartamento na Rua Nascimento Silva, eternizado na composição ‘Carta ao Tom’ (este imóvel já foi tombado pelo Patrimônio Cultural Carioca); e o Instituto Antônio Carlos Jobim, no Jardim Botânico, que mantém exposição permanente.

Família chateada

Os filhos de Tom Jobim decidiram se manifestar por conta da mobilização organizada pelos donos da Pousada Bonita, que hoje ocupa o imóvel da Rua Barão da Torre e dizem nas redes sociais que vão resistir a sair.

“O pessoal da pousada nunca nos procurou ao longo desses anos para fazer homenagens ou pedir autorização para usarem comercialmente o nome de Tom Jobim. Eles não querem sair de lá e estão dizendo que a casa é inderrubável, sagrada, mas eles nunca fizeram nada de sagrado ali. Eles mudaram a casa toda, pintaram de vermelho e isso não tem nada a ver com patrimônio e tombamento. A casa tinha quatro quartos e agora parece que tem, sei lá, 20 quartos. Ela já foi desfigurada. Esse troço é que não querem interromper o contrato e então estão fazendo essa onda toda e cobrando milhões do cara que comprou a casa para a pousada sair de lá”, diz Paulo Jobim, que além de músico é também arquiteto e assinou o projeto de uma das casas em que Tom Jobim efetivamente foi proprietário.

Paulo Jobim esclarece que a casa da Barão da Torre em questão pertencia à sogra de Tom Jobim, avó de Paulo, e que o pai morou lá por cerca de três anos, período em que passou mais tempo nos Estados Unidos.

“Lembro que minha prima e as amigas dela jogavam vôlei numa quadra naquela casa. Jogávamos sem parar em um campo que tinha atrás da casa, mas hoje não existe mais porque no local foram construídos quartos para a pousada. Se fossem tombar todo lugar que meu pai esteve, vão ter que fazer o mesmo com o Madison Square Garden (Nova York)”, alega Paulo Jobim, numa referência ao período profícuo em que Tom Jobim esteve nos Estados Unidos e fez diversas composições.

O imóvel

O contrato de aluguel da Pousada Bonita com a Família Hermanny vence em dezembro de 2018 e os sócios do estabelecimento já foram notificados que os novos donos do imóvel não têm intenção de renovar. A venda do imóvel pelos dez herdeiros de Elizabeth de Otero Hermany já foi concretizada, o pagamento inicial feito e o consequente registro liberado pelo cartório competente. Os órgãos municipais já conferiram a licença de demolição. No lugar, será construído um empreendimento de 14 andares assinado pelo arquiteto Celso Rayol e cujo projeto respeita as regras da Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC) do bairro de Ipanema. Celso Rayol é professor da PUC-Rio e teve em 2017 um de seus edifícios (em Botafogo) escolhido entre os 150 mais importantes do mundo pelo ArchDaily. O arquiteto é reconhecido por suas obras de preservação ambiental e cultural.

Sócio-presidente da RK3 Empreendimentos, Henrique Blecher esclarece: “Não estamos aqui para destruir o patrimônio de ninguém. Estamos aqui para construir patrimônios arquitetônicos para a nossa cidade. Fizemos toda uma pesquisa técnica que nos garantiu que o imóvel não tem nenhum valor arquitetônico, histórico ou cultural. Só depois disso e de termos em mãos a licença de demolição do Instituto do Patrimônio da Prefeitura do Rio é que concretizamos a compra. Fazemos projetos para a cidade, que agreguem. E o nosso projeto para a Rua Barão da Torre vai contribuir para revitalizar o bairro e melhorar as condições dos empreendimentos vizinhos, que hoje estão imprensados pelas modificações feitas ao longo dos anos na casa.”

“Toda essa onda de que o Tom Jobim vai desaparecer se desaparecer a casa…Tom Jobim são as músicas. A memória dele está nas músicas”, destaca Paulo Jobim.

Geralmente avessos a manifestações públicas, Paulo e Elizabeth Jobim, filhos do maestro Tom Jobim, resolveram divulgar uma carta depois de ver o nome do pai envolvido num imbróglio imobiliário.

É que uma casa na Rua Barão da Torre, 107, em Ipanema, que foi vendida pela Família Hermanny a uma incorporadora, está sendo alvo de uma mobilização para que seja tombada. O motivo alegado pelos líderes do movimento nas redes sociais – os donos do albergue que aluga o espaço – é a preservação da obra de Tom Jobim. Só que os filhos não apoiam esse movimento, desmentindo que o imóvel tenha pertencido a Tom Jobim e que ‘Garota de Ipanema’ tenha sido composta lá.

“Tom Jobim e Vinícius de Moraes fizeram a música no Bar Veloso (hoje Bar Garota de Ipanema), com a moça passando”, destaca Paulo Jobim, que é maestro como o pai.

Na carta assinada por ele e pela irmã Elizabeth, os filhos destacam que os lugares de preservação da memória de Tom Jobim reconhecidos pela família já existem. São o apartamento na Rua Nascimento Silva, eternizado na composição ‘Carta ao Tom’ (este imóvel já foi tombado pelo Patrimônio Cultural Carioca); e o Instituto Antônio Carlos Jobim, no Jardim Botânico, que mantém exposição permanente.

Família chateada

Os filhos de Tom Jobim decidiram se manifestar por conta da mobilização organizada pelos donos da Pousada Bonita, que hoje ocupa o imóvel da Rua Barão da Torre e dizem nas redes sociais que vão resistir a sair.

“O pessoal da pousada nunca nos procurou ao longo desses anos para fazer homenagens ou pedir autorização para usarem comercialmente o nome de Tom Jobim. Eles não querem sair de lá e estão dizendo que a casa é inderrubável, sagrada, mas eles nunca fizeram nada de sagrado ali. Eles mudaram a casa toda, pintaram de vermelho e isso não tem nada a ver com patrimônio e tombamento. A casa tinha quatro quartos e agora parece que tem, sei lá, 20 quartos. Ela já foi desfigurada. Esse troço é que não querem interromper o contrato e então estão fazendo essa onda toda e cobrando milhões do cara que comprou a casa para a pousada sair de lá”, diz Paulo Jobim, que além de músico é também arquiteto e assinou o projeto de uma das casas em que Tom Jobim efetivamente foi proprietário.

Paulo Jobim esclarece que a casa da Barão da Torre em questão pertencia à sogra de Tom Jobim, avó de Paulo, e que o pai morou lá por cerca de três anos, período em que passou mais tempo nos Estados Unidos.

“Lembro que minha prima e as amigas dela jogavam vôlei numa quadra naquela casa. Jogávamos sem parar em um campo que tinha atrás da casa, mas hoje não existe mais porque no local foram construídos quartos para a pousada. Se fossem tombar todo lugar que meu pai esteve, vão ter que fazer o mesmo com o Madison Square Garden (Nova York)”, alega Paulo Jobim, numa referência ao período profícuo em que Tom Jobim esteve nos Estados Unidos e fez diversas composições.

O imóvel

O contrato de aluguel da Pousada Bonita com a Família Hermanny vence em dezembro de 2018 e os sócios do estabelecimento já foram notificados que os novos donos do imóvel não têm intenção de renovar. A venda do imóvel pelos dez herdeiros de Elizabeth de Otero Hermany já foi concretizada, o pagamento inicial feito e o consequente registro liberado pelo cartório competente. Os órgãos municipais já conferiram a licença de demolição. No lugar, será construído um empreendimento de 14 andares assinado pelo arquiteto Celso Rayol e cujo projeto respeita as regras da Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC) do bairro de Ipanema. Celso Rayol é professor da PUC-Rio e teve em 2017 um de seus edifícios (em Botafogo) escolhido entre os 150 mais importantes do mundo pelo ArchDaily. O arquiteto é reconhecido por suas obras de preservação ambiental e cultural.

Sócio-presidente da RK3 Empreendimentos, Henrique Blecher esclarece: “Não estamos aqui para destruir o patrimônio de ninguém. Estamos aqui para construir patrimônios arquitetônicos para a nossa cidade. Fizemos toda uma pesquisa técnica que nos garantiu que o imóvel não tem nenhum valor arquitetônico, histórico ou cultural. Só depois disso e de termos em mãos a licença de demolição do Instituto do Patrimônio da Prefeitura do Rio é que concretizamos a compra. Fazemos projetos para a cidade, que agreguem. E o nosso projeto para a Rua Barão da Torre vai contribuir para revitalizar o bairro e melhorar as condições dos empreendimentos vizinhos, que hoje estão imprensados pelas modificações feitas ao longo dos anos na casa.”

“Toda essa onda de que o Tom Jobim vai desaparecer se desaparecer a casa…Tom Jobim são as músicas. A memória dele está nas músicas”, destaca Paulo Jobim.

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