O secretário de Cultura do governo Federal, o ex-ator da novela juvenil da Rede Globo Malhação, Mario Frias, participou de transmissão ao vivo nas redes sociais na noite da última segunda-feira (14).
No ocasião, Frias, na presença virtual do deputado Federal por São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL), e do secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciuncula, insinuou que o ator Paulo Gustavo não teria morrido em decorrência de complicações da Covid-19.
Frias disse ter recebido a informação através de um telefonema de uma amiga de Paulo Gustavo: “Falei com essa amiga mais de uma hora no telefone. Foi um telefonema bem emocionado, a gente estava ali consternado com a situação do Paulo e tal. E lá pelas tantas do telefonema, ela já chorando, falou: olha, o problema do Paulo já não é Covid há muito tempo. Veja bem o que eu estou falando: o problema do Paulo já não é Covid há muito tempo. Então, nesse telefonema que eu nunca abri para a imprensa, nunca abri para ninguém”, contou.
Ele argumentou que estava abordando este caso para exemplificar uma, segundo ele, hipocrisia em torno da doença que matou milhares de pessoas no Brasil e milhões ao redor do mundo.
De fato, o vírus da Covid-19, como em tantas outras doenças, desencadeia a evolução de quadros de agravamento do estado de saúde dos pacientes. Por isso, é recorrente que os atestados de óbito de vítimas do novo coronavírus tenham na causa da morte a descrição”em decorrência de complicações causadas pela Covid-19″.
Paulo Gustavo morreu em 4 de maio do ano passado, no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, aos 42 anos. A causa da morte anunciada foi “por complicações da Covid-19”, segundo boletim médico divulgado na época.
Os médicos destacaram “piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, em novos exames que demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa”.
A embolia gasosa ocorre quando bolhas de ar entram no sistema circulatório (onde, em condições normais, só deve circular sangue), causando obstruções.
A fístula é como se fosse a comunicação por ruptura de alguma membrana, de duas estruturas – neste caso, veia e bronquíolo, que são duas estruturas que não se comunicam de forma normal. Com essa ruptura de membrana, um conteúdo de gás sai do bronquíolo e vai para dentro da veia e esse gás, no caso do ator, não ficou só no pulmão.
Médicos apontam que casos de embolia gasosa são desdobramentos dos tratamentos, por muitas vezes necessários, para lidar com as complicações relacionadas à doença. Exatamente o que aconteceu com Paulo Gustavo.
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