Música. Marcelo D2 (57), pai de cinco filhos, continua sendo um dos artistas mais inquietos da cena musical brasileira. Mesmo depois de décadas de sucesso, ele não quer sossego. No novo álbum Manual Prático do Novo Samba Tradicional, D2 mistura o samba com o grave eletrônico do hip-hop, criando um som único que mistura tradição e inovação.
D2 começou sua jornada nos anos 90 com o Planet Hemp, banda que fundiu rap e punk e deu voz a uma geração que lutava pela liberdade de expressão. A prisão da banda em 97, acusada de apologia ao uso de drogas, foi um momento emblemático nessa batalha. Para D2, hoje essa liberdade de expressão foi distorcida, virando uma desculpa para ataques e mentiras sem consequências.
Além da música, D2 se mantém fiel ao espírito punk, com sua filosofia de faça você mesmo. Hoje, ele segue se envolvendo com projetos artísticos, como sua ocupação cultural no Rio de Janeiro, que mistura arte e ativismo. Ao lado de sua esposa, Luiza Machado, ele explora novas formas de expressão, sempre com o objetivo de provocar reflexão.
Politicamente, D2 não tem medo de se posicionar. Depois das eleições de 2018, ele se afastou de várias pessoas por conta de suas divergências ideológicas, especialmente com os apoiadores de Bolsonaro. Para ele, o avanço do conservadorismo e do fascismo tropical são ameaças que precisam ser enfrentadas. E ele faz isso com suas músicas, suas atitudes e suas palavras.
Em relação à maconha, D2 segue firme em sua luta pela legalização e pela reparação das injustiças que afetam principalmente os negros e pobres, ainda perseguidos por conta do tráfico de drogas. Para ele, a maconha nunca foi o problema, mas sim uma desculpa usada pela sociedade para justificar violência e preconceito.