Rio. O Rock in Rio sempre buscou agrupar atrações conforme nichos, mas pela primeira vez assumiu um título para nomear uma noite: o Dia Delas. Uma programação formada apenas por artistas mulheres. A se julgar pelo que viu sobre os palcos e no gramado, bola dentro. No Palco Sunset, se as ainda pouco conhecidas Luedji […]
POR Redação SRzd21/09/2024|6 min de leitura
Rio. O Rock in Rio sempre buscou agrupar atrações conforme nichos, mas pela primeira vez assumiu um título para nomear uma noite: o Dia Delas. Uma programação formada apenas por artistas mulheres. A se julgar pelo que viu sobre os palcos e no gramado, bola dentro.
No Palco Sunset, se as ainda pouco conhecidas Luedji Luna e a sul-africana Tyla não despertaram tanta atenção do público, Gloria Gaynor e Iza compensaram com shows grandiosos. Do alto de seus 81 anos recém completados, Gloria Gaynor, uma das divas da era disco, transformou a Cidade do Rock em um grande baile com uma fórmula infalível: banda fantástica ao seu lado, voz em forma e um repertório imenso de sucessos que ainda habitam o dia a dia de muita gente. De “Never Can Say Good bye” até o belíssimo hino LGBTQIA+ “I Will Survive”, uma hora de sonzeira e emoção.
Já IZA fez jus à escalação como atração principal do Sunset. Com oito meses e meio de gestação, a carioca encerrou a turnê de AfrodHit, seu segundo álbum de estúdio de forma contida no palco. Ivete, que havia se apresentado poucas horas antes, subiu ao palco para cantar “Meu Talismã” ao seu lado. A baiana trajava uma jaqueta com o nome do bebê de IZA (Nala) bordado às costas. Com direito a uma homenagem às cantoras que a influenciaram, como Lauryn Hill e Tina Turner, a cantora protagonizou uma superprodução de não deixar a dever a nenhuma atração internacional.
No Mundo, Ivete abriu a tarde tentando não trazer mais do mesmo depois de trocentas aparições no Festival. Mesmo com todo seu carisma e talento, com novidades nos arranjos executados pela sua fantástica banda, com visuais diferentes e uma troca ou outra no repertório, é difícil não ser tudo meio parecido. Até voar sobre a plateia durante Eva a baiana arriscou. No fim, Ivete acaba sendo uma garantia de entretenimento, apesar das repetições.
Apesar de ocupado prioritariamente pela faixa entre 25 e 35 anos, o gramadão sintético também abrigou uma rapaziada mais velha. O motivo veio ao cair da noite. A veterana Cyndi Lauper comandou um momento de nostalgia agradando, surpreendentemente, todas as gerações presentes. Apesar de aparentar problemas com seu retorno, o que causou algumas perdas de andamento em certos momentos, a cantora segurou bem sua performance tanto nas baladas como nas músicas mais pesadas ou dançantes. O auge, como já era de se esperar, veio no início com “The Goonies ‘R’ Good Enough” e na reta final, quando botou todo mundo pra cantar “Time After Time”, “True Colors” e “Girls Just Wanna Have Fun”.
Coube à Karol G esquentar a pré festa de Katy Perry. Com um reggaeton cansativo e muitos elementos pré gravados sobre sua banda, a colombiana fez um esforço imenso para conquistar a plateia. Em um momento zorra controlada, botou no palco Pabllo Vittar e mais duas cantoras, uma francesa e uma iraniana, para se juntarem à festa. O povo, numa de “já tô aqui mesmo, vou curtir qualquer coisa”, foi na onda.
Katy Perry subiu ao palco pouco depois de meia noite para dar início à divulgação de seu álbum 143 lançado neste mesmo dia. Abusando de bailarinos, efeitos de luzes e de bases gravadas, a americana variou entre seus enormes sucessos da década passada e outras músicas atuais mais desconhecidas. Seu fã-clube, que não é pequeno, cantou quase tudo, inclusive algumas das novas, caso de “Woman’s World”, que abriu o show. Mas o coro mais forte veio nos hits, como “California Gurls”, ainda na primeira parte da apresentação. Katy botou fã no palco, trocou de roupa, mas o grande momento foi a reverência aos 80, convidando Cyndi Lauper ao palco, cantando “Time After Time” e reverenciando a veterana. “Eu quero ser como você”, diz Katy. Referências são essenciais. Numa noite com Cindy Lauper e Gloria Gaynor, o que se espera é que Katy Perry, Karol G e afins entendam como se faz um show: ao vivo e sem medo de errar.
O Rock in Rio tem sua penúltima noite neste sábado com o Dia Brasil, homenagem a vários gêneros musicais em todos os palcos.
+ veja as fotos do Dia Delas:
Rio. O Rock in Rio sempre buscou agrupar atrações conforme nichos, mas pela primeira vez assumiu um título para nomear uma noite: o Dia Delas. Uma programação formada apenas por artistas mulheres. A se julgar pelo que viu sobre os palcos e no gramado, bola dentro.
No Palco Sunset, se as ainda pouco conhecidas Luedji Luna e a sul-africana Tyla não despertaram tanta atenção do público, Gloria Gaynor e Iza compensaram com shows grandiosos. Do alto de seus 81 anos recém completados, Gloria Gaynor, uma das divas da era disco, transformou a Cidade do Rock em um grande baile com uma fórmula infalível: banda fantástica ao seu lado, voz em forma e um repertório imenso de sucessos que ainda habitam o dia a dia de muita gente. De “Never Can Say Good bye” até o belíssimo hino LGBTQIA+ “I Will Survive”, uma hora de sonzeira e emoção.
Já IZA fez jus à escalação como atração principal do Sunset. Com oito meses e meio de gestação, a carioca encerrou a turnê de AfrodHit, seu segundo álbum de estúdio de forma contida no palco. Ivete, que havia se apresentado poucas horas antes, subiu ao palco para cantar “Meu Talismã” ao seu lado. A baiana trajava uma jaqueta com o nome do bebê de IZA (Nala) bordado às costas. Com direito a uma homenagem às cantoras que a influenciaram, como Lauryn Hill e Tina Turner, a cantora protagonizou uma superprodução de não deixar a dever a nenhuma atração internacional.
No Mundo, Ivete abriu a tarde tentando não trazer mais do mesmo depois de trocentas aparições no Festival. Mesmo com todo seu carisma e talento, com novidades nos arranjos executados pela sua fantástica banda, com visuais diferentes e uma troca ou outra no repertório, é difícil não ser tudo meio parecido. Até voar sobre a plateia durante Eva a baiana arriscou. No fim, Ivete acaba sendo uma garantia de entretenimento, apesar das repetições.
Apesar de ocupado prioritariamente pela faixa entre 25 e 35 anos, o gramadão sintético também abrigou uma rapaziada mais velha. O motivo veio ao cair da noite. A veterana Cyndi Lauper comandou um momento de nostalgia agradando, surpreendentemente, todas as gerações presentes. Apesar de aparentar problemas com seu retorno, o que causou algumas perdas de andamento em certos momentos, a cantora segurou bem sua performance tanto nas baladas como nas músicas mais pesadas ou dançantes. O auge, como já era de se esperar, veio no início com “The Goonies ‘R’ Good Enough” e na reta final, quando botou todo mundo pra cantar “Time After Time”, “True Colors” e “Girls Just Wanna Have Fun”.
Coube à Karol G esquentar a pré festa de Katy Perry. Com um reggaeton cansativo e muitos elementos pré gravados sobre sua banda, a colombiana fez um esforço imenso para conquistar a plateia. Em um momento zorra controlada, botou no palco Pabllo Vittar e mais duas cantoras, uma francesa e uma iraniana, para se juntarem à festa. O povo, numa de “já tô aqui mesmo, vou curtir qualquer coisa”, foi na onda.
Katy Perry subiu ao palco pouco depois de meia noite para dar início à divulgação de seu álbum 143 lançado neste mesmo dia. Abusando de bailarinos, efeitos de luzes e de bases gravadas, a americana variou entre seus enormes sucessos da década passada e outras músicas atuais mais desconhecidas. Seu fã-clube, que não é pequeno, cantou quase tudo, inclusive algumas das novas, caso de “Woman’s World”, que abriu o show. Mas o coro mais forte veio nos hits, como “California Gurls”, ainda na primeira parte da apresentação. Katy botou fã no palco, trocou de roupa, mas o grande momento foi a reverência aos 80, convidando Cyndi Lauper ao palco, cantando “Time After Time” e reverenciando a veterana. “Eu quero ser como você”, diz Katy. Referências são essenciais. Numa noite com Cindy Lauper e Gloria Gaynor, o que se espera é que Katy Perry, Karol G e afins entendam como se faz um show: ao vivo e sem medo de errar.
O Rock in Rio tem sua penúltima noite neste sábado com o Dia Brasil, homenagem a vários gêneros musicais em todos os palcos.