Zezé Motta lança CD de samba, com participações de Arlindo Cruz, Xande de Pilares e outros

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Na ativa desde 1967, Zezé Motta venceu primeiro como atriz para depois deslanchar a vocação que sempre teve maior apreço: a de ser cantora. Ela já havia sido crooner na noite paulista no início dos anos 70 e gravado um CD com o ex-Secos & Molhados Gerson Conrad em 1975. Com o estouro internacional do […]

POR Redação SRzd29/04/2018|6 min de leitura

Zezé Motta lança CD de samba, com participações de Arlindo Cruz, Xande de Pilares e outros

Zezé Motta. Foto: Steph Munnier

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Na ativa desde 1967, Zezé Motta venceu primeiro como atriz para depois deslanchar a vocação que sempre teve maior apreço: a de ser cantora. Ela já havia sido crooner na noite paulista no início dos anos 70 e gravado um CD com o ex-Secos & Molhados Gerson Conrad em 1975. Com o estouro internacional do filme “Xica da Silva”, de Cacá Diegues, no ano seguinte, no qual foi protagonista, tudo mudou. Além de consagrar-se grande atriz, virou sexy symbol e um mito para a negritude. Coroando esta fase, ela decidiu gravar um disco há exatos 40 anos, pela Warner Music, em 1978, no qual estourou diversas faixas, como “Muito prazer, Zezé”, “Pecado original”, “Magrelinha”, “Crioula”, “Rita Baiana” e “Dores de amores”, que na maioria foram feitas especialmente para ela por Rita Lee & Roberto, Luiz Melodia, Moraes Moreira e outros. Quarenta anos depois de seu estouro inicial como cantora, sua bela voz de contralto está de volta em seu novo CD, “O samba mandou me chamar”, que chega às lojas e em todas as plataformas digitais em abril pela “Coqueiro Verde Records”. O show de estreia da turnê será no dia 30 de abril, no Theatro Net Rio, em Copacabana, Zona Sul do Rio.

Sua intimidade com o samba, entretanto, vem de longe. Em 1979, Zezé fez vibrar o país com a sua gravação de “Senhora liberdade”, de Wilson Moreira e Nei Lopes. Anos mais tarde, gravou diversos sambas-canção do repertório de Elizeth Cardoso no CD “Divina saudade”. Mas é a primeira vez que dedica um álbum inteiro ao gênero mais tradicional do país, oportunidade que a gravadora Warner já havia lhe oferecido logo que a contratou, mas que naquela altura, declinou. Entretanto, já fazia dez anos que acalentava este projeto. Neste meio tempo, em 2011, gravou um tributo a Jards Macalé e Luiz Melodia (o CD “Negra melodia”). Como tudo na vida vem na hora certa, o momento agora é de “O samba mandou me chamar”, seu oitavo disco solo (e décimo quarto, incluindo os coletivos).

Ela optou por um repertório inédito, na maioria, alternando jovens bambas no geral e alguns veteranos, com arranjos de viés mais popular, assinados pelo produtor Celso Santhana. São 13 faixas em que evita temas pesados, preferindo o tom romântico, feitas sob medida para desopilar o fígado de um país que atravessa um momento tão sofrido e necessita de um alento musical. Duas delas, “Ficar a seu lado” (Christiano Moreno/ Flavinho Silva), uma descarada declaração de amor em tom sensual, que fala em “cara metade” e elogia até o “sabor do suor” do ser amado, bem como a ancestral “Batuque de Angola” (André Karta Markada/ Juninho Mangueira), um cadenciado samba de terreiro, já iniciaram uma carreia de sucesso, mas não no Brasil. Foram festejadas pelo povo português, por terem sido incluídas na trilha da novela “Ouro verde”, que Zezé estrelou ano passado na Terrinha.

Entre os grandes destaques do CD, há uma inspirada participação do cantor Arlindo Cruz, antes da sua internação que o tirou temporariamente de circulação em março do ano passado, em “Nós dois”, dele, com Maurição, e outra de Xande de Pilares, ex-vocalista do Grupo Revelação, hoje um astro em carreira solo, na não menos romântica “Alma gêmea” (André da Mata/ Mingo Silva/ Kinho), ambas também inéditas.

Novidades e releituras, faixa a faixa

Ainda no repertório de novidades, há uma dor-de-cotovelo, “Poeira varrida” (Carlinhos da Ceasa/ Darcy Maravilha); uma em que faz mea-culpa e implora a volta do ser amado, “Vou te provar” (Marquinhos PQD/ André Renato) e outra que, ao contrário, celebra um amor maduro que atravessou diversas fases, como as quatro estações do ano, e se mantém firme, florescendo em “A primavera se despede” (Serginho Procópio/ Ferreira Meu Bom). Neste clima, há uma lição de otimismo para amores fracassados, em “Na hora de partir” (Serginho Meriti/ Claudinho Guimarães): “A vida ensina que o mundo é dos fortes/ De quem segue adiante aventurando a sorte”, e reforça o antídoto contra o baixo astral no funkeado “Samba da amizade” (Flavio Lima), cuja letra sentencia: “É muito melhor uma amizade do que um grande amor que vem pra lhe enganar”.

Lá pelo meio da audição aparece uma ode ao ato de cantar – “Missão” (do recém-falecido Lourenço, autor de hits de Alcione, Grupo Raça e Ivete Sangalo, com Docsantana): “Vou pelos palcos, da vida, vou/ Fazer o povo brilhar/ Coisa de bamba/ Vou vendo o povo aplaudir/ O show continuar/ Cantar meu samba”. E também duas regravações curiosas: uma versão em ritmo de samba soul de “Mais um na multidão”, de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Carlinhos Brown (“Te quero/ Te espero/ Não vai passar/ O amor não tarda/ Está”), gravada originalmente pelo Tremendão com Marisa em 2000, e uma releitura para o velho sucesso de Aracy de Almeida no carnaval de 1947, “Louco”, do histórico bamba Wilson Batista, com Henrique de Almeida: “Louco, pelas ruas ele andava/ O coitado chorava/ Transformou-se até num vagabundo/ Louco, para ele a vida não valia nada/ Para ele, a mulher amada/ Era seu mundo”.

Finalizando o CD, um medley que dá nome ao disco em clima de roda de samba carnavalesco, com mais novidades, “Já pode chegar” (Christiano Moreno/ Paulinho Carvalho/ Fábio Siri) e “Vem” (Ciraninho/ Leandro Fregonesi/ Rafael dos Santos), encerrando com o animado hino do Cacique de Ramos, “Caciqueando” (Noca da Portela/ Valmir/ Amauri), sucesso na voz de Beth Carvalho em 1983. A faixa prima por reunir a velha e a nova geração de partideiros – o jovem bamba Christiano Moreno e os grupos Bom Gosto (estourado atualmente nas rádios populares) e Fundo de Quintal (que renovou a sonoridade do samba no fim dos anos 70), este representado por Ronaldinho e Sereno.

Zezé Motta – “O Samba mandou me chamar”

1) “Ficar a seu lado” (Christiano Moreno/ Flavinho Silva)
2) “Alma gêmea” (André da Mata/ Mingo Silva/ Kinho) – com Xande de Pilares
3) “Poeira varrida” (Carlinhos da Ceasa/ Darcy Maravilha)
4) “Mais um na multidão” (Erasmo Carlos/ Marisa Monte/ Carlinhos Brown)
5) “Nós dois” (Arlindo Cruz/ Maurição) – com Arlindo Cruz
6) “Louco (Ela é seu mundo)” (Wilson Batista/ Henrique de Almeida)
7) “Missão” (Lourenço/ Docsantana)
8) “A primavera se despede” (Serginho Procópio/ Ferreira Meu Bom)
9) “Na hora de partir” (Serginho Meriti/ Claudinho Guimarães)
10) “Samba da amizade” (Flavio Lima)
11) “Vou te provar” (Marquinhos PQD/ André Renato)
12) “Batuque de Angola” (André Karta Marcada/ Juninho Nogueira)
13) Pout-pourri: O samba mandou me chamar
“Já pode chegar” (Christiano Moreno/ Paulinho Carvalho/ Fábio Siri)
“Vem” (Ciraninho/ Leandro Fregonesi/ Rafael dos Santos)
“Caciqueando” (Noca da Portela/ Valmir/ Amauri)

Na ativa desde 1967, Zezé Motta venceu primeiro como atriz para depois deslanchar a vocação que sempre teve maior apreço: a de ser cantora. Ela já havia sido crooner na noite paulista no início dos anos 70 e gravado um CD com o ex-Secos & Molhados Gerson Conrad em 1975. Com o estouro internacional do filme “Xica da Silva”, de Cacá Diegues, no ano seguinte, no qual foi protagonista, tudo mudou. Além de consagrar-se grande atriz, virou sexy symbol e um mito para a negritude. Coroando esta fase, ela decidiu gravar um disco há exatos 40 anos, pela Warner Music, em 1978, no qual estourou diversas faixas, como “Muito prazer, Zezé”, “Pecado original”, “Magrelinha”, “Crioula”, “Rita Baiana” e “Dores de amores”, que na maioria foram feitas especialmente para ela por Rita Lee & Roberto, Luiz Melodia, Moraes Moreira e outros. Quarenta anos depois de seu estouro inicial como cantora, sua bela voz de contralto está de volta em seu novo CD, “O samba mandou me chamar”, que chega às lojas e em todas as plataformas digitais em abril pela “Coqueiro Verde Records”. O show de estreia da turnê será no dia 30 de abril, no Theatro Net Rio, em Copacabana, Zona Sul do Rio.

Sua intimidade com o samba, entretanto, vem de longe. Em 1979, Zezé fez vibrar o país com a sua gravação de “Senhora liberdade”, de Wilson Moreira e Nei Lopes. Anos mais tarde, gravou diversos sambas-canção do repertório de Elizeth Cardoso no CD “Divina saudade”. Mas é a primeira vez que dedica um álbum inteiro ao gênero mais tradicional do país, oportunidade que a gravadora Warner já havia lhe oferecido logo que a contratou, mas que naquela altura, declinou. Entretanto, já fazia dez anos que acalentava este projeto. Neste meio tempo, em 2011, gravou um tributo a Jards Macalé e Luiz Melodia (o CD “Negra melodia”). Como tudo na vida vem na hora certa, o momento agora é de “O samba mandou me chamar”, seu oitavo disco solo (e décimo quarto, incluindo os coletivos).

Ela optou por um repertório inédito, na maioria, alternando jovens bambas no geral e alguns veteranos, com arranjos de viés mais popular, assinados pelo produtor Celso Santhana. São 13 faixas em que evita temas pesados, preferindo o tom romântico, feitas sob medida para desopilar o fígado de um país que atravessa um momento tão sofrido e necessita de um alento musical. Duas delas, “Ficar a seu lado” (Christiano Moreno/ Flavinho Silva), uma descarada declaração de amor em tom sensual, que fala em “cara metade” e elogia até o “sabor do suor” do ser amado, bem como a ancestral “Batuque de Angola” (André Karta Markada/ Juninho Mangueira), um cadenciado samba de terreiro, já iniciaram uma carreia de sucesso, mas não no Brasil. Foram festejadas pelo povo português, por terem sido incluídas na trilha da novela “Ouro verde”, que Zezé estrelou ano passado na Terrinha.

Entre os grandes destaques do CD, há uma inspirada participação do cantor Arlindo Cruz, antes da sua internação que o tirou temporariamente de circulação em março do ano passado, em “Nós dois”, dele, com Maurição, e outra de Xande de Pilares, ex-vocalista do Grupo Revelação, hoje um astro em carreira solo, na não menos romântica “Alma gêmea” (André da Mata/ Mingo Silva/ Kinho), ambas também inéditas.

Novidades e releituras, faixa a faixa

Ainda no repertório de novidades, há uma dor-de-cotovelo, “Poeira varrida” (Carlinhos da Ceasa/ Darcy Maravilha); uma em que faz mea-culpa e implora a volta do ser amado, “Vou te provar” (Marquinhos PQD/ André Renato) e outra que, ao contrário, celebra um amor maduro que atravessou diversas fases, como as quatro estações do ano, e se mantém firme, florescendo em “A primavera se despede” (Serginho Procópio/ Ferreira Meu Bom). Neste clima, há uma lição de otimismo para amores fracassados, em “Na hora de partir” (Serginho Meriti/ Claudinho Guimarães): “A vida ensina que o mundo é dos fortes/ De quem segue adiante aventurando a sorte”, e reforça o antídoto contra o baixo astral no funkeado “Samba da amizade” (Flavio Lima), cuja letra sentencia: “É muito melhor uma amizade do que um grande amor que vem pra lhe enganar”.

Lá pelo meio da audição aparece uma ode ao ato de cantar – “Missão” (do recém-falecido Lourenço, autor de hits de Alcione, Grupo Raça e Ivete Sangalo, com Docsantana): “Vou pelos palcos, da vida, vou/ Fazer o povo brilhar/ Coisa de bamba/ Vou vendo o povo aplaudir/ O show continuar/ Cantar meu samba”. E também duas regravações curiosas: uma versão em ritmo de samba soul de “Mais um na multidão”, de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Carlinhos Brown (“Te quero/ Te espero/ Não vai passar/ O amor não tarda/ Está”), gravada originalmente pelo Tremendão com Marisa em 2000, e uma releitura para o velho sucesso de Aracy de Almeida no carnaval de 1947, “Louco”, do histórico bamba Wilson Batista, com Henrique de Almeida: “Louco, pelas ruas ele andava/ O coitado chorava/ Transformou-se até num vagabundo/ Louco, para ele a vida não valia nada/ Para ele, a mulher amada/ Era seu mundo”.

Finalizando o CD, um medley que dá nome ao disco em clima de roda de samba carnavalesco, com mais novidades, “Já pode chegar” (Christiano Moreno/ Paulinho Carvalho/ Fábio Siri) e “Vem” (Ciraninho/ Leandro Fregonesi/ Rafael dos Santos), encerrando com o animado hino do Cacique de Ramos, “Caciqueando” (Noca da Portela/ Valmir/ Amauri), sucesso na voz de Beth Carvalho em 1983. A faixa prima por reunir a velha e a nova geração de partideiros – o jovem bamba Christiano Moreno e os grupos Bom Gosto (estourado atualmente nas rádios populares) e Fundo de Quintal (que renovou a sonoridade do samba no fim dos anos 70), este representado por Ronaldinho e Sereno.

Zezé Motta – “O Samba mandou me chamar”

1) “Ficar a seu lado” (Christiano Moreno/ Flavinho Silva)
2) “Alma gêmea” (André da Mata/ Mingo Silva/ Kinho) – com Xande de Pilares
3) “Poeira varrida” (Carlinhos da Ceasa/ Darcy Maravilha)
4) “Mais um na multidão” (Erasmo Carlos/ Marisa Monte/ Carlinhos Brown)
5) “Nós dois” (Arlindo Cruz/ Maurição) – com Arlindo Cruz
6) “Louco (Ela é seu mundo)” (Wilson Batista/ Henrique de Almeida)
7) “Missão” (Lourenço/ Docsantana)
8) “A primavera se despede” (Serginho Procópio/ Ferreira Meu Bom)
9) “Na hora de partir” (Serginho Meriti/ Claudinho Guimarães)
10) “Samba da amizade” (Flavio Lima)
11) “Vou te provar” (Marquinhos PQD/ André Renato)
12) “Batuque de Angola” (André Karta Marcada/ Juninho Nogueira)
13) Pout-pourri: O samba mandou me chamar
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